04/10/2006
- No noroeste do estado de Minas Gerais, um
mosaico de áreas protegidas com cerca
de um milhão de hectares terá
o incentivo de R$ 1 milhão do Fundo
Nacional do Meio Ambiente. A região
engloba dois parques nacionais (Grande Sertão
Veredas e Cavernas do Peruaçu), dois
estaduais (Serra das Araras e Veredas do Peruaçu),
duas reservas de desenvolvimento sustentável,
uma terra indígena (Xacriabás)
e uma Área de Proteção
Ambiental (APA).
Com os recursos destinados
a organizações civis será
possível executar um pacote de ações
que incluem a proteção dos recursos
hídricos, organização
da sociedade civil em torno das áreas
protegidas, produção de mudas
de árvores nativas e organização
territorial. De acordo com o diretor do FNMA,
Elias Araújo, mesmo diferenciadas,
as ações são convergentes
e podem ser replicadas para outras regiões.
Ao todo serão beneficiadas
cerca de duzentas famílias de extrativistas,
trabalhadores rurais, moradores do entorno
de unidades de conservação,
artesãos, assentados a reforma agrária
e servidores públicos que atuam nas
UCs.
Entre os convênios
já assinados entre o FNMA e os executores
do projetos está a recuperação
de nascentes na área indígena
dos Xacriabás, no município
de São João das Missões.
O município tem a peculiaridade de
ter a maior parte de sua população
- cerca de oito mil pessoas - formada por
indígenas vivendo na zona rural.
Com o dinheiro repassado
pelo Fundo Nacional, a região do mosaico
também terá um Plano de Desenvolvimento
Territorial de Base Conservacionista (DTBC).
Ainda este ano, o FNMA assinará a segunda
etapa dos convênios que incluem projetos
de monitoramento de grandes felinos na região.
Devido à importância desse grupo
de animais na cadeia alimentar, o monitoramento
das espécies pode ser um importante
indicador da qualidade ambiental no mosaico
de áreas protegidas.
Mosaicos - Atuação
por meio de mosaicos de unidades de conservação
é uma das estratégias escolhidas
pelos especialistas para garantir maior eficiência
na gestão ambiental. A gestão
por meio dos mosaicos é relativamente
nova no Brasil. Surgiu como estratégia
a partir do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, instituído
em 2000. O mosaico é fundamental para
definir os usos e a conservação
dos recursos naturais na fronteira entre as
unidades. A integração da gestão
de unidades de conservação visa
aprimorar iniciativas de fiscalização,
monitoramento, implementação
de planos de manejo e pesquisas científicas,
além de buscar a sustentabilidade financeira
para o efetivo funcionamento das unidades
que fazem parte do mosaico.