Brasília
(05/10/06) – Durante todo o dia de ontem o
Ministério do Meio Ambiente, por meio
do Programa de Revitalização
da Bacia Hidrográfica do São
Francisco, promoveu, na Esplanada dos Ministérios,
Bloco B, uma exposição fotográfica
e uma Plenária do Fórum de Articulação
Nacional do Programa de Revitalização,
reunindo representantes de diversos órgãos
governamentais e sociedade civil, integrantes
do programa.
No seminário foi
anunciado o edital para a formação
da Rede de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico
e Extensão em apoio ao Programa de
Revitalização da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, que destinará
R$ 4,5 milhões para apoio à
execução de projetos de pesquisa
em rede interinstitucional e cursos de capacitação
voltados para o desenvolvimento e a disseminação
de conhecimentos e tecnologias que promovam
vários aspectos da revitalização
da bacia.
O recurso será destinado,
também para estudos do patrimônio
arqueológico, paleontológico
e espeleológico da Bacia do Velho Chico
voltados para o desenvolvimento de conhecimentos
e tecnologias na área de manejo, conservação
e uso de recursos naturais. Além do
edital, também foram apresentados o
Plano de Ação Estratégica
das Unidades de Conservação
e Turismo Sustentável e o diagnóstico
preliminar do Zoneamento Ecológico-Econômico
(ZEE) da Bacia do São Francisco. Este
diagnóstico é o primeiro realizado
no Brasil tendo a análise da biodiversidade
como componente de planejamento.
Expedições
de Fauna - Outro destaque da manhã
foi a apresentação das Expedições
de Fauna, realizada pela Diretoria de Fauna
e Recursos Pesqueiros do Ibama, com recursos
do Programa de Revitalização,
o projeto visa promover o levantamento de
toda a fauna silvestre da bacia do São
Francisco. Em sua primeira etapa de execução
o projeto já fez descobertas importantes,
como a presença de anfíbios
em localidades onde ainda não haviam
sido detectados.
Durante o evento também
foi lançado o programa Gestão
de Conflitos Relacionados à Mineração
(Gescom), trabalho coordenado pela Secretaria
de Desenvolvimento Sustentável (SDS)
do MMA. A proposta do Gescom é fazer
um mapeamento do passivo socioambiental causado
pela mineração na área
de influência do São Francisco
e, assim, minimizar os danos ambientais causados
por esse processo. Ele visa contribuir para
a criação de novos modelos de
desenvolvimento sustentável em territórios
como Belo Horizonte onde a atividade mineral
se caracteriza como a principal atividade
produtiva.
Fotografia - A exposição
“Imagens da Bacia do São Francisco
– Conhecer para Revitalizar” reuniu dois fotógrafos
que, de comum, só têm o tema.
Suas lentes captam imagens tão distintas
e ricas quanto à bacia daquele que
ficou conhecido como o “Rio da Integração
Nacional”.
O paulista Adriano Gambarini
iniciou na carreira profissional quando foi
convidado por uma revista que queria “alguém
acostumado às adversidades de viagens
inóspitas a lugares distantes”. Depois
disso, rodou o mundo inteiro, produzindo para
publicações nacionais e internacionais,
como a revista National Geographic.
A exposição
segue até sexta-feira. Nela Gambarini
exibe o registro que fez ao longo de toda
a bacia do São Francisco. São
peças que combinam refinamento técnico
e estético, que resultam em imagens
de forte impacto, fazendo jus ao nome de sua
primeira exposição individual,
realizada há dez anos: Imagempoesia.
João Caetano se diz
“mineiro de nascimento, goiano de cidadania
e brasileiro de corpo e alma”. O fotógrafo
nos presenteia com um olhar, no mínimo,
inusitado, sobre fauna, flora, rochas e toda
a abundância da natureza. Nesta exposição,
Caetano mostrou a nascente do Rio São
Francisco, em Minas Gerais, partindo do ponto
onde ainda é um filete de água,
até a cachoeira de Cascadanta, na Serra
da Canastra. “Lá onde ele vira São
Francisco de verdade”, brinca o fotógrafo.
Histórico - No dia
4 de outubro de 1501, uma expedição
de reconhecimento, comandada por Américo
Vespúcio e André Gonçalves,
chegou à foz de um rio que, de tão
grande, os índios chamavam de Opara
– “o rio mar”. E por ser aquele o dia de São
Francisco, ele assim foi batizado pelos portugueses.