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de Outubro de 2006 - José Carlos Mattedi
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O Brasil tem a sexta maior
reserva de urânio do planeta – e não
pode abrir mão do conhecimento e das
perspectivas futuras na geração
de energia nuclear, apesar do alto custo no
desenvolvimento do programa, defendeu hoje
(4) o presidente da Empresa de Pesquisa Energética,
Maurício Tolmasquim.
Durante o seminário
Programa Brasileiro de Energia Nuclear: Energia
Segura, Ambiente Preservado, Negócios
para a Indústria, promovido hoje (4)
pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Tolmasquim disse apoiar
a diversificação no setor de
energia e afirmou que nos próximos
25 anos será necessário incrementar
a área nuclear para suprir a demanda
crescente.
"O potencial de reservas
de urânio conhecidas no Brasil daria
para construtir 25 reatores nucleares, mas
isso não quer dizer que seja viável
ou desejável. É um potencial
que temos, mas dependendo do preço,
podemos ter outras alternativas", afirmou.
Tolmasquim ressaltou que
atualmente a energia nuclear não é
competitiva, ao contrário da hidrelétrica,
mas a tendência é o preço
cair. "Por isso é importante dominarmos
a tecnologia e não perder todo um investimento
e a capacitação de pessoal que
já foi feito", acrescentou.
Já o representante
do Ministério do Meio Ambiente, Ruy
Góes Leite de Barros, da Secretaria
de Qualidade Ambiental, sugeriu cautela no
programa nuclear. Em sua participação
no seminário, ele afirmou que a probabilidade
de acidente nuclear é pequena, mas
quando ele acontece é em grandes proporções,
podendo causar danos às gerações
futuras.
Barros lembrou que as usinas
hoje são passíveis de ataques
terroristas e que o lixo nuclear traz problemas
ambientais. Também apontou que "há
uma enorme incerteza em relação
aos custos em todo o mundo: não se
constrói uma usina nuclear nos Estados
Unidos há mais de 20 anos".
Na opinião
dele, o país deve priorizar investimentos
em hidrelétricas e em energia eólica,
mais baratas. Barros se disse ainda contrário
à conclusão da usina de Angra
3: “Estamos investindo dinheiro e tempo em
tecnologia ultrapassada, da década
de 70”.