09-10-2006
– Seul - O teste subterrâneo de uma
bomba nuclear realizado pela Coréia
do Norte foi condenado pelo Greenpeace, que
pediu uma reação sóbria
de outros países.
A agência de inteligência
da Coréia do Sul detectou um tremor
sísmico da magnitude de 3,58 que confirmou
o teste anunciado pela Agência Central
de Notícias da Coréia do Norte
(KCNA, sigla em inglês). Com este teste,
a Coréia do Norte se tornou o nono
país a ter um arsenal nuclear.
“Ao se tornar um país
nuclear, a Coréia do Norte mostrou
a falha do Tratado de Não-Proliferação.
Pyongyang demonstrou a perigosa relação
entre pesquisa nuclear, energia nuclear e
armas nucleares”, disse Steve Shallhorn, Diretor
Executivo do Greenpeace Austrália-Pacífico.
“Ninguém quer mais
um país com arsenal nuclear, mas com
mais de 5 mil armas nucleares no arsenal dos
Estados Unidos, a proporção
de poder deve ser lembrada”, disse Shallhorn.
“É muito ruim que a Coréia do
Norte tenha testado uma arma atômica,
mas será ainda pior se outros países
não dialogarem com ela”.
A Coréia do Norte
aparentemente não tem um sistema confiável
para armas nucleares. O teste mais recente
(julho desse ano) de um míssil de longo
alcance foi um fracasso, com o míssil
se desfazendo antecipadamente no seu vôo.
Durante outro teste realizado sobre o Pacífico,
um míssil se rompeu durante o vôo.
Os Estados Unidos mantêm
permanentemente submarinos portando mísseis
nucleares no Pacífico, além
de manter bombardeiros carregados com armas
atômicas em bases ao redor do mundo
e mísseis intercontinentais nos Estados
Unidos, todos capazes de atingir a Coréia
do Norte.
“A crise da Coréia
do Norte é mais uma demonstração
de que o desenvolvimento da energia nuclear
pretensamente para fins pacíficos pode
ser um passo para a construção
de bombas atômicas”, afirmou Guilherme
Leonardi, coordenador da campanha antinuclear
do Greenpeace Brasil. “O Brasil deve abandonar
imediatamente qualquer plano de desenvolvimento
da energia nuclear para dar sua contribuição
na diminuição da ameaça
atômica no planeta”, acrescentou Leonardi.
Greenpeace exige
fim dos testes nucleares na Coréia
do Norte
08-10-2006 - Seul, Coréia
do Sul - O Greenpeace exigiu hoje do líder
norte-coreano Kim Jong-il que suspenda imediatamente
os planos de um teste nuclear no país.
O teste coincidiria com o oitavo aniversário
frente ao governo norte-coreano de Kim Jong-il.
“Ao invés de testar
armas nucleares, Kim Jong-il deveria celebrar
a ocasião dando um passo para transformar
o mundo em um lugar livre de armas nucleares”,
disse Steve Shallhorn, diretor-executivo do
Greenpeace Austrália e Pacífico.
“Enquanto alguns países possuírem
armas nucleares, outros vão inevitavelmente
procurar obtê-las. Não apenas
a Coréia do Norte deve desistir da
realização deste teste e renunciar
a seu programa nuclear com fins militares.
Cada um dos estados nacionais que possuem
armas atômicas deveria fazer o mesmo.
Um teste como este não
apenas aumentará a tensão na
Península Coreana como também
poderá levar a uma corrida armamentista
no sudeste Asiático. A Coréia
do Sul já expressou interesse em obter
reservas de plutônio similares às
do Japão, que possui não apenas
uma das maiores reservas mundiais como também
é detentor de uma das mais avançadas
tecnologias de mísseis.
O Brasil, que atualmente
assiste ao lobby de alguns setores do governo
para levar adiante seu programa nuclear brasileiro,
também deveria levar mais a sério
a ameaça nuclear que esse programa
representa. Ainda hoje o Governo Brasileiro
acha de forma totalmente irresponsável
investindo dinheiro público com projetos
ultrapassados da década de 70, como
a inauguração da unidade de
enriquecimento de urânio em Rezende,
e insiste no projeto de construção
da usina nuclear de Angra 3, uma energia cara,
perigosa e ultrapassada.
“Assim como em qualquer
parte do mundo, a energia nuclear deve ser
abandonada no Brasil, evitando o desperdício
de dinheiro público, pondo fim à
produção de lixo radioativo,
acabando com a ameaça atômica
e abandonando a herança militar ultrapassada”,
disse Guilherme Leonardi, coordenador da campanha
antinuclear do Greenpeace Brasil. “O Brasil
deve investir no aproveitamento de seu imenso
potencial para energias limpas e seguras,
como a eólica e solar, cujo custo benefício
é infinitamente maior.”