10-10-2006
- Nova Déli - Resultados de testes
divulgados hoje pelo Greenpeace Internacional
mostram que variedades de arroz vendidas na
região do Oriente Médio também
foram contaminadas pelo arroz geneticamente
modificado ilegal da Bayer, plantado em campos
experimentais nos Estados Unidos. A contaminação
provocada pelo arroz da Bayer já foi
detectada em nove países e resultou
em medidas restritivas de importação
contra os Estados Unidos em diversas regiões
do mundo.
A contaminação
no Oriente Médio tem graves implicações
globais, porque de lá o arroz é
novamente exportado para países da
Ásia. Hoje, ativistas do Greenpeace
ofereceram tigelas de arroz simbólicas,
com pontos de interrogação,
para os ministros da agricultura que compareceram
ao Congresso Internacional do Arroz, em Nova
Déli, desafiando-os a agir imediatamente
para prevenir a contínua contaminação
do alimento mais básico do mundo.
Ministros da Agricultura
de oito países (China, Indonésia,
Índia, Laos, Nepal, Filipinas, Tailândia
e Vietnã) estão participando
do Congresso para estabelecer a agenda para
a produção do arroz e sua exportação
nos próximos cinco anos, discutindo
assuntos comerciais e também inovações
científicas e soluções
sustentáveis para a produção
do arroz. Ironicamente, Bayer e Monsanto –
as duas principais defensoras da indústria
de biotecnologia – estão patrocinando
do Congresso Internacional do Arroz, o que
as coloca em posição chave para
influenciar a agenda do encontro em seu benefício.
“O arroz contaminado no
Oriente Médio é mais um problema
para a indústria americana do arroz,
que já sofre com recalls de produtos,
exigências de testes, restrições
à importação e cancelamento
de pedidos de diversos países”, afirma
Divya Raghunandan, coordenadora da campanha
de engenharia genética do Greenpeace
na Índia. “Agora, mais do que nunca,
está claro que as plantações
transgênicas oferecem um sério
risco e que o mito dos ‘campos experimentais
controlados’ é perigoso. Qualquer país
que permita a plantação de produtos
transgênicos, mesmo em campos experimentais,
está expondo seus agricultores e comerciantes
de produtos agrícolas a um desastre
econômico e ambiental. A única
solução é a proibição
total desses produtos”, acrescentou Raghunandan.
O Greenpeace convocou governos
a proteger esse produto básico da alimentação
mundial estabelecendo um plano claro de ação
contra catástrofes similares, controlando
a contaminação genética
de plantações e responsabilizando
a Bayer por seus produtos contaminados.
“A extensão da contaminação
exige uma resposta urgente. Esse arroz e seus
produtos derivados podem estar nas prateleiras
dos supermercados em qualquer lugar do mundo”,
alertou Jeremy Tager, coordenador da campanha
de engenharia genética do Greenpeace
Internacional. “Nós pedimos aos ministros
da Agricultura de todo o mundo que ordenem
testes imediatos em todos os produtos que
possam ter sido expostos à contaminação
do arroz transgênico ilegal, e que imponham
também controles rígidos de
importação à qualquer
produto que venha de países que possam
ter plantado essa variedade geneticamente
modificada. Será preciso um trabalho
global e coordenado para assegurar que cidadãos
de todas as partes estão protegidos
de produtos contaminados por transgênicos”,
afirmou Tager.