Brasília/DF
(18/10/06) – Segundo dados do Ibama gerados
em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais – Inpe, houve redução
de mais de 45% na quantidade de focos de calor
detectados de janeiro até o final de
setembro deste ano, em relação
a mesmo período de 2005. Mesmo nos
estados campeões de ocorrência
de focos de calor, o Mato Grosso e o Pará,
houve significativa queda.
Em 20 estados e no Distrito
Federal constataram-se índices inferiores.
Apenas em 07 (Espírito Santo, Minas
Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe,
Santa Catarina e São Paulo) houve aumento
na quantidade detectada.
Na avaliação
do gerente do setor de monitoramento de queimada
da Diretoria de Proteção Ambiental
do Ibama, João Antonio Raposo Pereira,
a redução dos números
de focos de calor indicam o resultado do esforço
do Ibama em trabalhar a prevenção
por meio da educação ambiental
e do planejamento de ações.
Raposo explica que a preparação
para o combate a incêndios leva em conta
a questão cultural e a ocorrência
geográfica da estação
seca. “Há o trabalho desenvolvido pelo
Prevfogo relacionado com campanhas educativas,
treinamento e capacitação de
produtores rurais e brigadistas, monitoramento,
pesquisa e manejo de fogo nas unidades de
conservação administradas pelo
IBAMA. Além disso, o planejamento das
ações considera áreas
críticas conforme a ocorrência
do período de seca que no momento começa
a se deslocar para o Pará e o Amazonas
e no começo de 2007 para o Amapá
e Roraima”, reforça.
Além disso, visto
que a queimada sem controle está relacionada
com o desmatamento ilegal, Raposo credita
os resultados positivos de redução
dos índices de focos de calor ao trabalho
exaustivo das equipes de fiscalização
em cumprir com as metas do Plano de ação
para a Prevenção e Controle
do desmatamento na Amazônia Legal.
O trabalho conjunto Ibama/Inpe
de monitorar e minimizar o fenômeno
das queimadas passou a ser feito a partir
de 1998 com o surgimento do - Programa de
Prevenção e Controle de Queimadas
e Incêndios Florestais na Amazônia
Legal - Proarco, dando ênfase particular
à Amazônia.
O Inpe gera as imagens,
o Ibama processa, filtra as informações
e elabora relatórios que orientam as
ações de combate a incêndios.
Todo o país e grande parte da América
do Sul são cobertos pelas imagens,
utilizando-se recepções das
estações do INPE em Cachoeira
Paulista, SP e de Cuiabá, MT.
Os focos de calor são
detectados por meio de imagens produzidas
por ocasião da passagem dos satélites
meteorológicos NOAA, GOES e Terra e
Aqua, no final da noite, quando o risco de
falsas detecções é menor.
Cada foco de calor indica um ponto de alta
temperatura que é associado à
ocorrência de incêndios ou queimadas.
Prevfogo – Desde 2001 o
Prevfogo tornou-se um Centro Especializado
dentro da estrutura do IBAMA, com autonomia
técnica, administrativa e financeira,
responsável pela política de
prevenção e combate aos incêndios
florestais em todo o território nacional.
O trabalho do Prevfogo é realizado
em estreita cooperação com as
gerências executivas estaduais do IBAMA
e os chefes das Unidades de Conservação
Federais.
O Prevfogo conta atualmente
com 28 representantes nas Gerências
Executivas e nas Unidades de Conservação
que atuam não apenas como colaboradores
mas principalmente como elo de ligação
entre o Prevfogo e entidades públicas
e privadas, procurando desta forma estabelecer
uma linha de ação capaz de atender
as necessidades específicas de cada
uma das distintas áreas geográficas.
Kézia Macedo