20
de Outubro de 2006 - Isabela Vieira - Da Agência
Brasil - Brasília - A Fundação
Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais
(Feam), vinculada à Secretaria Estadual
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável,
não confirma a mortande de peixes no
Rio Paraopeba, no município de Juatuba,
na região metropolitana de Belo Horizonte.
Na terça feira (17),
o biólogo Carlos Bernardo Mascarenhas
denunciou que vários peixes apareceram
mortos nas margens do rio. A denúncia
foi baseada em relatos de pescadores como
Adimílton Alves Rodrigues, que disse
ter verificado centenas de peixes morrendo
no local logo após a chuva forte que
caiu na região.
Rodrigues pesca no local
desde criança e contou que nesta semana
pegou oito quilos de peixe, quando o normal
são cerca de cem quilos. “Todo ano
morre peixe aqui”, disse.
O 2º Pelotão
de Meio Ambiente da cidade de Betim, também
na região metropolitana, foi verificar
a denúncia e encontrou cerca de 30
peixes mortos, informou o tenente Adilson
Carneiro, para quem essa quantidade não
caracteriza mortandade. Segundo o tenente,
os pescadores relataram ter coletado cerca
de 70 quilos de peixes mortos na semana, mas
nenhum deles foi recolhido para análise.
"Para estudo, teriam que estar vivos",
disse.
Também não
foi feita coleta de água para análise,
"pois esse material poderia não
trazer indícios que explicassem a morte
dos animais”, acrescentou o tenente
A diretora de Fiscalização
e Monitoramento Ambiental da Feam, Alice Soares,
informou que na próxima semana o órgão
realizará pesquisas no local para saber
o que aconteceu.
Para o secretário
executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica
(CBH) do Rio Paraopeba, Mauro da Costa Val,
a morte de peixes pode ter sido causado pelo
revolvimento nas águas, devido à
chuva, de dejetos orgânicos e químicos
do fundo do rio. "O Rio Betim, afluente
do Paraopeba, recebe uma grande quantidade
de resíduos tóxicos de indústrias,
postos de gasolina, além esgoto de
residências não tratado. É
comum o lançamento clandestino de dejetos
nos rios da região”, disse.
Segundo a diretora da Feam,
a prefeitura de Betim está construindo
estações de tratamento de esgoto.
“A região tem um grande número
de indústrias, das mais diversas. Há
também a contribuição
dos esgotos domésticos. Seria inconseqüente
inferir qual destes empreendimentos é
responsável”, afirmou.
O biólogo responsável
pela denúncia disse ter fotografado
e filmado, nos meses de janeiro e fevereiro,
uma grande quantidade de peixes mortos na
Bacia do Paraopeba, onde realiza pesquisa
para a Universidade Federal de Minas Gerais.