16
de Outubro de 2006 - Alessandra Bastos e Ivan
Richard - Repórteres da Agência
Brasil - Brasília - Baratear o fogão
a lenha ecológico por meio de incentivo
fiscal é a proposta do Ministério
do Meio Ambiente para estimular a substituição
do tradicional fogão a lenha por outro
menos poluente e que consuma menos madeira.
A idéia, de acordo
com o secretário de Políticas
para o Desenvolvimento Sustentável,
Gilney Viana, é “reduzir principalmente
o Imposto Sobre Produtos Industrializados
(IPI) sobre os elementos usados na fabricação
do fogão, para diminuir os custos finais”.
A redução do imposto, no entanto,
depende do Ministério da Fazenda. “Eles
pulam, mas a Fazenda tem que compreender que
precisa contribuir para mudar o comportamento
dos produtores e consumidores”, defende o
secretário.
O fogão a lenha pode
ser prejudicial ao meio ambiente e aos próprios
usuários: além do corte de madeira
para servir de combustível, a queima
da madeira provoca poluição
e danos à camada de ozônio. Por
estar concentrada em um ambiente (de modo
geral, a cozinha), a fumaça “chega
a ser 20 vezes mais poluente do que a poluição
da rua e 100 vezes superior ao nível
permitido pela Organização mundial
de Saúde (OMC)”, afirma o oficial de
programas de energias domésticas do
Winrock Institue Brasil, Rogério Miranda.
O instituto é um dos participantes
do Encontro Internacional sobre Poluição
Doméstica, Fogões Ecológicos
e Desenvolvimento Sustentável. Hoje
(16) e amanhã, em Brasília,
especialistas do Brasil e do exterior vão
debater e tentar traçar alternativas
apropriadas à realidade brasileira
para reduzir a poluição produzida
por fogões a lenha.
Essa fumaça é
relacionada a várias doenças,
como asma, infecções respiratórias,
pneumonia e até mesmo câncer.
"Os mais afetados são mulheres
e crianças, que estão em casa,
mais expostos, na cozinha em contato com o
fogo”, explica Miranda. “As doenças
decorrentes dessa fumaça matam 1,6
milhão de pessoas anualmente, três
pessoas por minuto no mundo”.