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ÍNDIOS DE 17 ETNIAS OCUPAM PRÉDIO DE ANTIGO MUSEU NO RIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2006

21 de Outubro de 2006 - Norma Nery - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Trinta e cinco representantes de 17 etnias indígenas ocupam o antigo prédio em ruínas do Museu do Índio, em frente ao estádio do Maracanã. O grupo reivindica a recuperação, posse e administração do espaço, desativado desde 1978, quando o museu foi transferido para o bairro de Botafogo. Os índios afirmaram que só deixarão o local depois que o governo federal se manifestar a favor da proposta.

A ocupação começou na noite de ontem (20) e o grupo de índios já conseguiu iniciar negociações com representantes da comissão do Ministério da Agricultura, que administra o espaço. Foi marcada uma reunião para as 16 horas de segunda-feira (23), a fim de analisar a questão.

O professor José Guajajara, da etnia do Maranhão, e que aos 44 anos conclui pós-graduação em Educação Indígena na Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que há três anos os índios vinham discutindo a ocupação como forma de dar visibilidade ao movimento que cobra do governo políticas públicas para os indígenas. Entre essas políticas públicas estão a demarcação de terras e diferenciação em questões de saúde e educação.

No ano passado, essa ação seria realizada, mas os índios recuaram depois que a informação vazou para a imprensa, porque não queriam ser confundidos com invasores. “Viemos para ficar. Para isso, vamos fazer tendas em volta do prédio e buscar recursos imediatos para receber visitantes e alunos de escolas públicas. O espaço vai ser diferente de outros, será o índio recebendo e administrando o próprio projeto. Hoje, as direções dessas instituições não estão com os índios”, explicou o professor.

O espaço, acrescentou, centralizará a pesquisa e a difusão da produção cultural indígena, além de estabelecer um calendário de palestras em escolas do Rio de Janeiro. O resgate da história do povo indígena inclui a identificação e aproximação dos índios urbanos, chamados de desaldeados ou de invisíveis, porque não são contabilizados nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Os índios não são contabilizados porque estão nas favelas dos grandes centros urbanos ou viram mendigos. Cobramos do IBGE a realização de um questionário de auto-afirmação dos povos originários, para cada um se afirmar com a sua etnia. Hoje temos levantes dos Xavantes do Mato Grosso, dos Ticunas do Amazonas, dos Caijajara, Caigangues, cobrando esse estudo”, garantiu José Guajajara.

Ontem, as lideranças indígenas participaram do 1º Encontro Movimento dos Tamoios: Pelo Resgate dos Direitos dos Povos Originários do Brasil, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), onde foi votada a proposta de ocupação do antigo museu.

Depois do encontro os índios foram para o local e enfrentaram resistência dos vigias que tomavam conta do terreno, mas não houve violência. “Fizemos um toré (manifestação com dança) para mostrar que éramos índios e conseguimos ficar”, informou o professor.

O encontro do Movimento Tamoio foi organizado pelos Sindicatos Estadual e Nacional dos Profissionais de Educação.

Indígenas que ocupam a Funai em Maceió pedem negociação direta com o presidente do órgão

19 de Outubro de 2006 - Juliane Sacerdote - Da Agência Brasil - Brasília - O grupo de indígenas das etnias Xocó, Kariri, Xucuru-Kariri e Kaxango continua em frente à sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Maceió (AL). O prédio foi ocupado no último domingo (15).

Ontem (18), paralelamente a esse movimento, um outro grupo formado pelas mesmas etnias ocupou a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Eles deixaram o local no mesmo dia, após receber 100 cestas básicas.

Segundo o cacique Chiquinho, liderança da tribo Xucuru-Kariri, os índios só vão negociar as reivindicações do movimento na presença do presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes.

“Queremos que nossos pedidos sejam atendidos. Reivindicamos nossas cestas básicas, o cadastro de reconhecimento das etnias Xoxó e Kaxango; a retomada da demarcação de terras, para que possamos plantar; e acesso à educação", disse, em entrevista hoje (19) à Agência Brasil. "Assistência médica, já temos para 22 famílias, mas ainda têm 38 famílias esperando cuidados médicos”.

Outro pedido do grupo é a saída do atual administrador da Funai na região, José Heleno de Souza. “A administração dele é péssima, o atendimento ao índio é muito ruim. Queremos que ele saia, e outra pessoa entre para cuidar dos nossos interesses”, observou Chiquinho.

Na avaliação de Souza, que está em Brasília, tanto o movimento na Funai - que estaria impedindo os funcionários de trabalhar - quanto o da Conab são "desnecessários" e estão sendo liderados por um não-índio, o argentino Hector Emílio.

O líder indígena afirma que o movimento reconhece a liderança de Hector Emílio e que ele teria "carta branca" para negociar junto com eles. Emílio é casado com uma índia Xacó, jornalista que está atuando como porta-voz do grupo.

Segundo o administrador da Funai, para 2006, o Ministério do Desenvolvimento Social disponibilizou 3,9 mil cestas básicas, a serem retiradas pela Funai em Maceió em três etapas, de 1,3 mil cada.

A primeira estapa, arescenta Souza, foi liberada pelo ministério, embora o administrador tenha preferido não fazer a retirada. Isso porque, segundo ele, o total de cestas está aquém da demanda. Por isso ele enviou um pedido extra à Funai e ao ministério.“Preferi não retirar as 1,3 mil cestas, porque elas não seriam suficientes para alimentar todos os índios”.

O ministério confirma todas as informação de Souza. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, como os recursos do orçamento para a compra das cestas em 2006 foram os mesmos de 2005, o ministério não conseguiu suprir o crescimento da demanda. Também por questões orçamentárias, ainda de acordo com a assessoria, o pedido extra não tem como ser atendido.

Cabe ao ministério liberar as cestas e à Conab, distribuí-las. A Funai deve fazer a retirada dos estoques e entregá-las aos índios.

O superintendente da Conab em Recife (PE), Eldes Guedes de Andrade, afirma que a segunda remessa de cestas já foi liberada, com pelo menos 2,6 mil disponíveis, que estão à espera da retirada da Funai. Andrade estava em Maceió e acompanhou o movimento dos índios.

Souza disse, ainda, que colocou seu cargo à disposição, mas ainda não obteve resposta da presidência da Funai.

Grupo de índios recebe cestas básicas e desocupa prédio público em Maceió

18 de Outubro de 2006 - Juliane Sacerdote - Da Agência Brasil - Brasília - A liberação de cem cestas básicas, pelo Ministério do Desenvolvimento Social, foi aceita pelo grupo de cerca de 100 índios que desde a manhã de hoje (18) ocupavam o prédio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Maceió (AL).

Eles decidiram sair da sede da Conab após negociação com Amilton Diniz Botelho, chefe de Assistência ao Índio e administrador substituto da Fundação Nacional do Índio (Funai). Botelho está temporariamente no lugar de José Heleno Souza, que discute em Brasília sua manutenção na liderança dos indígenas da região.

A assessoria da Conab informou que três funcionários estavam no prédio na hora da invasão e foram impedidos de sair. Um deles é o sub-gerente, Josué Constantino.

Os índios representam as etnias Xocó, Kairi, Xucuru-Kariri e Kaxango. Outro grupo, das mesmas etnias, também está concentrado diante da sede da Funai do estado desde.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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