Vale
do Rio Doce anuncia fim da ocupação
de suas instalações em Carajás
19 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - Os
cerca de 200 índios da tribo Xikrin
que ocupavam desde terça-feira (17)
as instalações da Companhia
Vale do Rio Doce (CPRV), em Carajás,
no Pará, deixaram o local no fim da
tarde de hoje, segundo nota à imprensa
da companhia.
Permanecem na área
industrial da empresa apenas líderes
dos xikrin. Eles aguardam que a direção
da Vale confirme a presença em uma
reunião agendada para a quinta-feira
(26), em Brasília, para discutir o
reajuste dos repasses financeiros que a empresa
faz mensalmente à comunidade indígena.
De acordo com a nota, cerca
de 500 mil toneladas de minério de
ferro deixaram de ser exportadas devido à
ocupação da empresa pelos xikrin.
A Vale também informou que deve retomar
suas atividades ainda hoje (19) e que “vem
cumprindo integralmente o acordo assinado
com as comunidades indígenas daquela
região e sempre estará aberta
ao diálogo sob orientação
da Funai (Fundação Nacional
do Índio)”.
Em proposta apresentada
ontem (18) à companhia, os índios
pedem o reajuste dos repasses e a construção
de 60 casas para as comunidades Caeté
e Djedjokô, além da reforma e
manutenção de estradas de acesso
às duas comunidades.
Segundo a Vale, os índios
recebem anualmente R$ 9 milhões, administrados
por associações indígenas
sediadas na área de atuação
da empresa.
Acordo de maio entre
Vale e índios não previa ocupações
nem recusa de negociação
21 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O
termo de compromisso firmado em maio deste
ano, entre os índios Xikrin e a Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD), não previa,
segundo a Fundação Nacional
do Índio (Funai), a recusa de negociações
sobre o reajuste dos repasses financeiros
que a empresa faz mensalmente aos índios.
A Funai afirma que o documento
estabelecia o dia 11 de setembro como data
limite para a discussão de um índice
de reajuste desses valores, mas a empresa
teria se recusado a receber os índios.
E a Vale diz que o termo condena a ocupação
de instalações da empresa e
contêm cláusulas de cancelamento
imediato do acordo em caso de ações
que levem à paralisação
de suas atividades.
Na última terça-feira
(17), cerca de 200 índios da etnia
Xikrin ocuparam a área industrial da
CVRD em Carajás, no Pará. Segundo
a empresa, aproximadamente 500 mil toneladas
de minério de ferro deixaram de ser
exportadas devido à ocupação.
Os índios reivindicavam uma reunião
com representantes da empresa para discutir
os repasses, que teriam sido reajustados pela
última vez em 2004. Na quinta-feira
(19), eles deixaram o local, acatando mandado
judicial de reintegração de
posse. Os Xikrin esperam que a Vale participe
da reunião marcada para o dia 26, na
sede da Funai em Brasília, a fim de
discutir o assunto. A empresa ainda não
confirmou presença.
Por meio de sua assessoria
de imprensa, a Vale afirmou hoje (21) que
avalia a possibilidade de acionar a cláusula
de cancelamento do acordo, por interpretar
a ocupação desta semana como
uma “quebra de contrato”.
Na quinta-feira (19), o
presidente da Funai, Mércio Pereira
Gomes, não descartou a possibilidade
de recorrer a medidas judiciais caso as partes
não cheguem a um acordo. “Nós
ainda não entramos com nenhuma ação
judicial contra a Vale ou a favor dos índios.
Esperamos que o acordo dê certo”, disse.
“É um impasse, não
é? Eles [representantes da Vale] assinaram
o documento em que se comprometem a discutir
o caso, e não cumpriram. E o termo
realmente prevê cancelamento do acordo
em caso de ocupações”, disse
à Agência Brasil o administrador
da Funai em Marabá (PA), Raulien Oliveira
de Queiroz.
A terra Catete, dos Xikrin,
é vizinha de uma área onde a
CVRD explora minério de ferro. A empresa
é uma das maiores mineradoras do mundo
e repassa R$ 9 milhões, anualmente,
à comunidade indígena. Os recursos,
segundos os índios, são utilizados
em transporte, atividades produtivas, educação,
na compra de combustível para geração
de energia, na vigilância da terra e
na promoção da saúde
e da subsistência dos índios.
Dinheiro da Vale
não é usado para comprar roupa
e relógio, diz associação
indígena
20 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - Os
quase mil índios Xikrin que vivem na
terra Catete, no Pará, recebem anualmente
da Companhia Vale do Rio Doce R$ 9 milhões.
Os recursos são administrados por duas
associações indígenas,
ligadas a cada uma das duas aldeias localizadas
nos 420 mil hectares vizinhos de uma mina
de ferro explorada pela empresa. As aldeias
Catete e Djudjekô ficam distantes 16
quilômetros uma da outra.
Nesta semana, os índios
ocuparam as instalações da Vale
em Marabá (PA) para reivindicar uma
discussão sobre o reajuste dos repasses
que, segundo a Fundação Nacional
do Índio (Funai), estava prevista desde
maio.
O gerente da Associação
Indígena Kakarekré (ligada à
aldeia Djudjekô), Francisco de Oliveira
Ramos, afirmou em entrevista à Agência
Brasil que “o dinheiro não é
usado para comprar roupa e relógio,
como algumas pessoas pensam”. E explicou que
"esse dinheiro é usado em transporte,
em atividades produtivas, em educação,
na compra de combustível para geração
de energia, na vigilância da terra,
na promoção da saúde,
da subsistência dos índios”.
De acordo com Ramos, a última
discussão sobre os repasses ocorreu
em 2004. Ele defendeu a definição
de um índice – "o de inflação,
talvez" – que reajustasse o valor “sem
que fosse necessário esse desgaste,
que acontece todo ano”.
Neste ano, informou, “construímos
seis casas na aldeia Djudjekô, casas
de 130 metros quadrados, em que vivem às
vezes três famílias – há
um déficit de moradia”. Ramos afirmou
que a cidade de referência dos índios
Xikrin para necessidades hospitalares, por
exemplo, é Marabá, distante
450 quilômetros da terra Catete. “Dentro
de toda a terra há apenas 137 quilômetros
de estrada. São estradas feitas com
cuidado, sem devastação da mata,
quase trilhas, e precisamos fazer a manutenção
delas constantemente. Depois de todo inverno,
quando chove, as pequenas pontes ficam danificadas,
as estradas ficam obstruídas. Isso
tem um custo”.
O gerente da associação
também disse que a escola “de quatro
salas” da comunidade foi construída
com recursos repassados pela Vale. Segundo
ele, três professores e uma merendeira
da escola são pagos pelo município
de Paraupebas (PA) e a associação
fornece uma ajuda de um salário mínimo
aos funcionários. Um quarto professor,
índio, tem o salário pago integralmente
pela associação, acrescentou.
“Os bancos, as instituições
financeiras, que financiaram o empreendimento
da Vale exigiram contrapartidas da empresa
em benefício dos índios da região.
Não é caridade”, avaliou.
A Companhia Vale do Rio
Doce, uma das maiores empresas de mineração
e metais do mundo, atua em 14 estados brasileiros
e em cinco continentes. A produção
diária da empresa em Carajás
é de 250 mil toneladas de minério
de ferro.
Os Xikrin ainda aguardam
que a empresa confirme presença na
reunião marcada para o próximo
dia 26, na sede da Funai em Brasília,
para discutir o reajuste dos repasses.
Administrador da
Funai diz que Vale havia proposto revisão
de repasses para os Xikrin
20 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - “Foi
a própria Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD) quem propôs uma revisão
para os repasses aos índios Xikrin”,
disse hoje (20) o administrador-substituto
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) em Marabá (PA), Carlos Loureiro
Júnior.
Em entrevista à Agência
Brasil, ele informou que um termo de compromisso
firmado entre a empresa e os índios
no dia 5 de maio deste ano previa, em sua
primeira cláusula, que até o
dia 11 de setembro seria discutida a revisão
dos repasses financeiros que a companhia faz
mensalmente à comunidade residente
na terra Catete.
“O termo foi assinado aqui
em Marabá, na Funai. A empresa propôs
o item e assinou o documento com os índios.
Depois, procurada, recusou-se a participar
de qualquer reunião”, afirmou.
Segundo Loureiro, o convênio
para o repasse de recursos existe porque a
área de exploração da
Vale é vizinha à terra indígena.
“Você tem aqui um impacto ambiental
e social, devido à grande circulação
de pessoas, materiais, maquinaria. Os lucros
são altos. Além disso, os índios
precisam vigiar a terra, fiscalizar a integridade
do lugar”, explicou Loureiro.
Em entrevista coletiva ontem
(19), o presidente da Funai, Mércio
Pereira Gomes, disse que o convênio
entre os Xikrin e a empresa existe “há
mais de 15 anos”.
Os índios ocuparam
as instalações da CVRD na terça-feira
(17), quando queriam recebidos para discutir
o reajuste dos repasses. Ontem (19), concordaram
em sair do local porque a Justiça concedeu
um mandado de reintegração de
posse à empresa. Um acordo intermediado
pela Funai marcou para o dia 26, em Brasília,
uma reunião entre os Xikrin e representantes
da Vale.
“A ocupação
não ia acontecer. Os índios
queriam acampar nas margens do rio Itacaiunas,
mas a o caminho até o rio estava bloqueado
por tratores da Vale. Então, eles decidiram
acampar na própria empresa”, disse
Loureiro.
Procurada para se manifestar
sobre o termo de compromisso e a relação
com os índios, a Companhia Vale do
Rio Doce informou, por sua assessoria de imprensa,
que os diretores estavam ocupados com a compra
da Inco – empresa canadense que negocia níquel
no mercado mundial –, anunciada ontem.
Índios querem
discutir reajuste dos repasses da Companhia
Vale do Rio Doce
18 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - Índios
da etnia xikrin que ocupam desde ontem (17)
as instalações da Companhia
Vale do Rio Doce (CPRV) em Carajás
(PA) entregaram na noite de hoje (18) uma
lista de reivindicações à
empresa.
Eles querem ser recebidos
na sexta-feira (20) para tratar do reajuste
dos recursos repassados mensalmente pela companhia
à comunidade indígena da região.
Também pretendem discutir a construção
de 60 casas para as comunidades Caeté
e Djedjokô, além da reforma e
manutenção de estradas de acesso
às duas comunidades.
Na tarde de hoje, a Polícia
Federal entregou aos líderes da comunidade
xikrin o mandado de reintegração
de posse concedido pela Justiça Federal,
que determina a desocupação
da área. Até o momento, os índios
não deixaram o local.
“Antes de sair, eles querem
que a companhia se comprometa a participar
de uma reunião na sexta-feira”, disse
por telefone Raulien Oliveira de Queiroz,
administrador da Fundação Nacional
do Índio (Funai) que acompanha a ocupação.
Segundo a Companhia Vale
do Rio Doce, os índios recebem anualmente
R$ 9 milhões, administrados por associações
sediadas na área de atuação
da empresa. Os recursos, de acordo com o Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), são
utilizados em obras de infra-estrutura e na
promoção da subsistência
das famílias.
A Vale é uma das
maiores empresas de mineração
e metais do mundo. Ela atua em 14 estados
brasileiros e em cinco continentes. A produção
diária da empresa em Carajás
é de 250 mil toneladas de minério
de ferro.
Funai confia em
acordo entre Vale e índios, mas admite
possibilidade de ação judicial
19 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão e Yara Aquino - Repórteres
da Agência Brasil - Brasília
- O presidente da Fundação Nacional
do Índio (Funai), Mércio Pereira
Gomes, fala sobre a invasão dos Xikrim
na área da Companhia Vale do Rio Doce,
no Pará.
Brasília - O presidente
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), Mércio Pereira Gomes, afirmou
em entrevista coletiva que o órgão
confia em um acordo entre os índios
Xikrin e Companha Vale do Rio Doce. Os indígenas
pedem encontro com os empresários para
reavaliar os valores da compensação
ambiental. Contudo, Gomes admitiu que a fundação
pode recorrer à Justiça para
que a companhia cumpra o termo de compromisso
assumido em julho com os Xikrin. “Nós
ainda não entramos com nenhuma ação
judicial contra a Vale ou a favor dos índios
porque esperamos que o acordo dê certo”.
O termo da negociação
entre os indígenas e a Vale, segundo
a Funai, previa que até 11 de setembro
fosse discutido um reajuste para os repasses
financeiros realizados mensalmente pela empresa
às comunidades indígenas da
região de Carajás. De acordo
os Xikrin, nenhum representante da companhia
foi designado para debater o assunto.
Segundo a Vale, os índios
que ocupavam desde terça-feira (17)
as instalações da empresa em
Carajás (PA) deixaram o local no fim
da tarde de hoje (19). O acordo para a desocupação,
firmado entre a Funai e os Xikrin, prevê
que a Companhia Vale do Rio Doce se encontre
com os índios em Brasília no
próximo dia 26, para debater o reajuste
dos repasses. Algumas lideranças indígenas
permanecem na empresa a espera de que a direção
confirme presença na reunião.
“Nós estamos em uma
sociedade de contratos. Assim como a Vale
cumpre seus contratos com clientes e fornecedores,
espero que cumpra o contrato com os índios”,
disse o presidente da Funai.
Cacique diz que
xikrin querem negociar direto e não
aceitam “recado por telefone ou documento”
19 de Outubro de 2006 -
Juliana Andrade - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Mais de 200 índios
da etnia xikrin permanecem nas instalações
da Companhia Vale do Rio Doce em Carajás
(PA). A informação foi confirmada
por telefone pelo cacique Karangré
Xikrin. Segundo ele, os indígenas querem
negociar pessoalmente com um representante
da Vale do Rio Doce e não aceitam “recado
por telefone ou documento”.
O cacique afirmou que os
índios querem debater o reajuste de
recursos repassados mensalmente pela companhia
às comunidades da região. Por
meio de nota divulgada ontem (18), a Fundação
Nacional do Índio (Funai) informou
que intermediou um acordo para que representantes
da companhia se reúnam com lideranças
xikrin no próximo dia 26, na sede do
órgão em Marabá (PA).
De acordo com o administrador-executivo
da Regional da Funai em Marabá, Raulien
Queiroz, a expectativa era de que, com esse
acordo, os indígenas deixassem as instalações
da empresa. Queiroz informou que os índios
devem se reunir nesta manhã para decidir
os rumos da ocupação.
Mas, segundo Karangré
Xikrin, os índios estão dispostos
a permanecer nas instalações
da companhia. “A gente não quer brigar,
só queremos o reajuste. Se a Vale não
resolver, mais índios poderão
vir para cá”, disse.
Nota publicada no site da
Vale do Rio Doce informa que ontem à
tarde a Polícia Federal entregou aos
líderes da comunidade Xikrin um mandado
de reintegração de posse, concedido
pela Justiça Federal, determinando
a desocupação da área.
A Vale do Rio Doce informou
que os índios recebem anualmente R$
9 milhões, administrados por associações
sediadas na sua área de atuação.
Esses recursos, de acordo com o Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), são utilizados
em obras de infra-estrutura e na promoção
da subsistência das famílias.
Uma das maiores empresas
de mineração e metais do mundo,
a Companhia Vale do Rio Doce atua em 14 estados
brasileiros e em cinco continentes. A produção
diária em Carajás é de
250 mil toneladas de minério de ferro.
Índios xikrin
devem se reunir com representantes da Vale
no dia 26
18 de Outubro de 2006 -
Thiago Brandão - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - Os
cerca de 200 índios da etnia xikrin
que ocupam desde o dia 17 as instalações
da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em Carajás
(PA) resolveram, ontem (18) à noite,
que vão desocupar a área, diante
do compromisso assumido pela empresa de reunir-se
com lideranças xikrin, no próximo
dia 26, na sede da Fundação
Nacional do Índio (Funai) em Marabá
(PA). Em nota distribuída nessa quarta-feira,
a Funai informa que intermediou acordo entre
os índios e a empresas.
Segundo a nota, a pauta
da reunião é a questão
de repasses financeiros para a comunidade
no âmbito do termo de compromisso firmado
entre os índios e a companhia em maio
deste ano.
Os índios querem
debater o reajuste de recursos repassados
mensalmente pela companhia às comunidade
da região. Eles também reivindicam
a construção de 60 casas nas
aldeias Caeté e Djedjokô e a
reforma de estradas de acesso às duas
comunidades.
De acordo com a Funai, um
termo de compromisso firmado em maio deste
ano previa que o reajuste dos repasses seria
discutido em setembro, mas a Vale não
enviou representante à reunião
marcada na época.
A Vale informou que os índios
recebem anualmente R$ 9 milhões, administrados
por associações sediadas na
sua área de atuação.
Esses recursos, de acordo com o Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), são utilizados
em obras de infra-estrutura e na promoção
da subsistência das famílias.
Uma das maiores empresas
de mineração e metais do mundo,
a Companhia Vale do Rio Doce atua em 14 estados
brasileiros e em cinco continentes. A produção
diária em Carajás é de
250 mil toneladas de minério de ferro.