(18/10/2006)
- Uma semana de aprendizado e capacitação.
Assim pode ser definida a visita que lideranças
de diversas aldeias da tribo Krahô,
do Tocantins, estão fazendo de segunda-feira(16)
até sexta-feira(19), ao Distrito Federal
. Os índios estão participando
de reuniões técnicas nas Unidades
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa ,vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimentol.
Na segunda-feira, os índios
estiveram na Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, Unidade que coordena o projeto
de resgate e a conservação de
variedades de espécies vegetais utilizadas
por nações indígenas
brasileiras. Na terça-feira (17) os
Krahô visitaram a Embrapa Hortaliças,
onde receberam informações técnicas
sobre plantio, colheita e conservação
de batata-doce.
O grupo também teve
a oportunidade de levar raízes e sementes
de diversos materiais dessas hortaliças,
que são preservados pela Unidade. De
acordo com o pesquisador João Bosco
Carvalho, a batata-doce de polpa alaranjada,
rica em carotenóides, despertou o interesse
dos índios. Em 2006, a Embrapa Hortaliças
liberou três novos materiais com essa
característica. Os carotenóides,
presentes em frutas e hortaliças, são
compostos convertidos em vitamina A pelo organismo.
Os índios também
conheceram o processo de produção
da farinha de batata-doce, que pode ser utilizada
na confecção de pães,
bolos e como ingrediente para enriquecer a
dieta. João Bosco Carvalho informou
sobre as exigências da produção
da farinha para fins comerciais e fez um paralelo
entre a produção artesanal de
farinha de mandioca e de batata-doce.
Na quarta-feira(18) é
a vez do grupo conhecer a Embrapa Transferência
de Tecnologia , responsável pela geração
de sementes básicas e pela transferência
de tecnologias e produtos para os produtores.
Na quinta-feira(19) os Krahô terão
a oportunidade de conhecer a Embrapa Cerrados
e os trabalhos desenvolvidos com o aproveitamento
alimentar das plantas nativas da região.
Marcos Esteves / Rosângela Evangelista
Recursos naturais
da Amazônia em discussão
(16/10/2006) - Instituições
que fazem parte do consórcio Iniciativa
Amazônica (IA) se reúnem de segunda-feira
(16) até quinta-feira(19), em Belém(PA),
para integrar pesquisas e dados sobre a integridade
dos recursos naturais da região. De
acordo com o pesquisador Roberto Porro, secretário
executivo do consórcio, a intenção
é buscar estratégias de integração
de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, por
instituições parceiras locais
e pelos Centros Internacionais do Sistema
CGIAR (Consultative Group on International
Agricultural Research) - um sistema ancorado
no Banco Mundial que integra 16 centros de
pesquisa internacionais - no tema de diagnóstico
e monitoramento da integridade dos recursos
naturais.
Dados do Ministério
do Meio Ambiente mostram que a Amazônia
Legal tem uma extensão de aproximadamente
5 milhões de km2, constituindo 59%
do território brasileiro. A área
desmatada acumulada atinge cerca de 680.000
km2, aproximadamente 17% da floresta amazônica
brasileira.
Durante a reunião
especialistas do Centro Mundial Agroflorestal
(ICRAF), Centro Internacional de Agricultura
Tropical (CIAT), da Universidade da Georgia,
da Embrapa, da Universidade Federal Rural
da Amazônia (Ufra), entre outras instituições,
vão discutir a elaboração
de projetos de pesquisa colaborativos, focalizando
a utilização de técnicas
de sensoriamento remoto e geo-processamento
para a avaliação das condições
do solo da região; além de um
programa para a inserção de
pequenos produtores em mercados de carbono,
através da instalação
de sistemas agroflorestais.
Esses sistemas permitem
que as atividades agrícolas e pecuárias
sejam implantadas em harmonia com a floresta
e/ou contribuam para o reflorestamento de
áreas já alteradas.
Ana Laura Lima / Izabel Brandão