PPBio
- 17/10/2006 - Duas equipes de pesquisadores
vinculados ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade
(PPBio), criado pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia e coordenado na
Amazônia Oriental pelo Museu Paraense
Emílio Goeldi (MPEG/MCT), estão
na Floresta Nacional de Caxiuanã coletando
material para protocolos de mamíferos
e peixes.
Mamíferos
A excursão do Protocolo de Mamíferos,
sob a responsabilidade da pesquisadora Simone
Martins, inicia um trabalho de monitoramento
de mamíferos de médio e grande
porte da área, como veados, pacas,
felinos, entre outros. Para isto, os pesquisadores
estão montando armadilhas fotográficas,
por meio da instalação de cerca
de 10 câmeras que serão espalhadas
por toda a parcela onde será realizado
o monitoramento.
A previsão para a
instalação do equipamento é
de quatro dias. Após isso será
feita apenas a manutenção das
câmeras, com a troca de filme e pilhas,
mensalmente, durante o período de três
meses.
Segundo a pesquisadora,
não há como prever quantas fotografias
servirão para a pesquisa, já
que as armadilhas funcionarão de forma
automática, sem o controle de alguém.
"O sistema das câmeras é
sensível e será acionado pelo
movimento dos animais. Se, por exemplo, chover
muito, a própria água da chuva
pode acionar o mecanismo. Desta forma, não
há como prever o número de fotografias
que serão aproveitadas", explica
Simone.
A expectativa da pesquisadora
é de que um grande número de
animais seja registrado, especialmente, animais
de difícil observação
como os bichos noturnos e animais como os
felinos, o tatu canastra e o tamanduá-bandeira,
esses últimos, ameaçados de
extinção.
Peixes
A equipe do Protocolo de Peixes, cujo responsável
é o pesquisador Luciano Montag, está
procedendo ao reconhecimento da área
de estudo e o estabelecimento das parcelas
para as coletas de exemplares da fauna e flora
aquáticas - a área escolhida
também será utilizada futuramente
pela equipe de botânica.
Além de reconhecer
e demarcar a área dos levantamentos,
a equipe do protocolo de peixes, formada por
Montag e mais dois estudantes de graduação,
estão iniciando a coleta de material
nos igarapés da região a ser
monitorada.
O objetivo é percorrer uma área
de 50 metros dentro dos igarapés, peneirando
folhas e sedimentos em busca de pequenos peixes.
Além da coleta de material, será
feita também a medição
de profundidade e largura dos igarapés
e de dossel (formação de clareiras
na floresta).
"Já existem
60 espécies de peixes catalogados para
os igarapés de Caxiuanã, mas
esse número ainda é baixo. Após
a coleta espero que consigamos chegar a pelo
menos 100 espécies", torce Montag.
Excursões
As atividades de coleta de material biológico
em Caxiuanã do Programa PPBio /Amazônia
Oriental iniciaram no mês de setembro,
sob a responsabilidade da pesquisadora Ana
Nunes, do Museu Goeldi, que entre os dias
12 e 29 de setembro último, coordenou
o levantamento de percevejos e gafanhotos.
As coletas deverão
encerrar em fevereiro de 2007 e até
o final do ano estão previstas as seguintes
excursões: protocolos de besouros,
vespas e de estrutura da vegetação
(outubro); protocolos de artrópodes
terrestres, insetos de palmeiras, invertebrados
aquáticos, moscas e abelhas e herpetofauna
(novembro) e protocolo de fungos (dezembro).
Os protocolos de mosquitos, aves, pteridófitas,
briófitas, árvores e arbustos
estão previstos para o período
de janeiro a fevereiro de 2007.
A divulgação
dos resultados destas primeiras expedições
do PPBio/ Amazônia Oriental será
feito em um workshop, agendado para maio de
2007.
(Fernanda Engelhard – Assessoria de Comunicação
PPBio/MPEG)
Assessoria de Comunicação Social
do Museu Goeldi