Brasil
tem plano de lançamento de satélites
para monitorar desmatamento
26 de Outubro de 2006 -
Carolina Pimentel - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto
Câmara, destacou hoje (26) que o Brasil
lançará o primeiro satélite
de monitoramento terrestre produzido com tecnologia
nacional em 2009. Além disso, o Brasil
possui acordo com o governo chinês para
lançamento de satélites sino-brasileiros
em 2007, 2009 e 2012. O programa é
importante para ajudar a monitorar o desmatamento
na região amazônica.
De acordo com o diretor,
durante cerimônia para anunciar a queda
do desmatamento na Amazônia, o Brasil
monitora, atualmente, o território
por meio de vários satélites.
Um deles, o norte-americano Modis, possui
uma resolução de 250 metros
a cada dois dias. Contudo, este satélite
será desativado nos próximos
anos. O planejamento de novos lançamentos
substituirá esse trabalho.
Em 2009, ainda segundo Câmara,
o país terá a capacidade de
ter imagens do planeta com 50 metros de resolução
a cada dois dias, ou seja, de melhor qualidade.
"Teremos capacidade inigualável
de monitorar e ter controle sobre o nosso
próprio território", disse
o diretor.
O satélite sino-brasileiro
(CBERS-2) já está em órbita
desde outubro de 2003. Gilberto Câmara
falou sobre o programa espacial de monitoramento
terrestre durante a apresentação
da estimativa de desmatamento da Amazônia
de 2005 a 2006.
Professor da UnB
diz que maior desafio da Amazônia é
combater o desmatamento
25 de Outubro de 2006 -
Irene Lôbo - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O professor da
Universidade de Brasília, Cleber Alho,
concede entrevista na abertura da Primeira
Reunião de Coordenadores Nacionais
dos Países-Membros da Organização
do Tratado de Cooperação Amazônica.
Brasília - O ecologista
Cléber Alho, professor aposentado da
Universidade de Brasília (UnB), será
o responsável pela apresentação
de um estudo sobre as condições
atuais da Amazônia brasileira aos demais
países que compartilham da floresta.
Representantes do Brasil e de mais sete países
iniciaram hoje (25), em Brasília, reunião
para discutir ações de preservação
da biodiversidade amazônica.
De acordo com o professor,
o maior desafio da Amazônia brasileira
atualmente é conter o desmatamento
na região. “O maior desafio é
conter a devastação da região,
principalmente o desmatamento, e contribuir
com meios para o desenvolvimento sustentável
da região e para proteção
da biodiversidade da Amazônia, evitando
seqüelas dessa degradação,
como, por exemplo, mudanças climáticas,
e perda da biodiversidade da região”,
disse Alho.
Ele também afirmou
que é preciso em pensar em repartir
os recursos da biodiversidade com as populações
tradicionais, como os caboclos, os ribeirinhos,
as pessoas que vivem do extrativismo e as
populações indígenas,
que detêm conhecimento tradicional sobre
o uso da biodiversidade como alimento, como
medicina e como rituais culturais.
A secretária de Coordenação
da Amazônia do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), Muriel Saragoussi, lembrou
que a integração dos países
que compõem a bacia amazônica
é importante para que, juntos, eles
consigam trazer investimentos dos países
mais ricos. Muito mais do que problemas, ela
afirmou que a Amazônia é uma
região de desafios.
“Muito mais do que problemas,
nós temos desafios na Amazônia.
O desafio de usar melhor essa biodiversidade,
o desafio de protegê-la, o desafio de
ter políticas comuns para transformar
aquilo que é um potencial de riqueza
numa riqueza efetiva para os nossos países
e nossas populações”, destacou
a secretária.
Desmatamento na
Amazônia entre 2005 e 2006 deve ter
nova redução de 30%
26 de Outubro de 2006 -
Wellton Máximo - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O
desmatamento na floresta amazônica entre
agosto de 2005 e julho de 2006 deve fechar
novamente em queda. A estimativa apresentada
hoje (26) por um grupo interministerial, no
Palácio do Planalto, aponta redução
de 30% na taxa, quase o mesmo valor verificado
entre 2004 e 2005 (31%). De acordo com o Projeto
Monitoramento do Desmatamento na Amazônia
Legal (Prodes), a previsão é
de que a taxa entre 2005 e 2006 corresponda
a 13,1 mil quilômetros quadrados de
deflorestamento.
Segundo o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável
pela coleta dos dados, a área é
a segunda menor desde o início dos
levantamentos, em 1988. A estimativa usou
imagens de satélite nas regiões
que concentram 67% do desmatamento. Em relação
ao período de 2003 a 2004, quando a
taxa ficou em 21 mil quilômetros quadrados,
a queda chega a 52%.
Lançado pelo presidente
Lula em março de 2004, o Prodes desencadeou
diversas ações de monitoramento
e controle em diversos setores do governo.
Até agora, o programa resultou na apreensão
de 814 mil metros cúbicos de madeira,
além de 171 caminhões e 643
motosserras. Desde a criação
do projeto, a emissão de multas chegou
a R$ 2,8 bilhões.
Desde 2003, 11 grandes operações
da Polícia Federal e do Ibama na Amazônia
resultaram na prisão de 379 pessoas.
Desse total, 71 eram servidores do Ibama,
19 eram servidores públicos de outros
órgãos e 289 eram madeireiros
e lobistas.
Além de atuar na
repressão, o governo trabalhou na ampliação
das áreas de preservação
ambiental. Nos últimos quatro anos,
foram criados 19 milhões de hectares
em Unidades de Conservação e
homologados 93 mil quilômetros quadrados
de terras indígenas.
Segundo a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, as novas áreas
de proteção, que totalizam 20
milhões de hectares, se concentraram
em regiões de conflito e de expansão
das frentes agrícolas. "Somente
a Estação Ecológica da
Terra do Meio, no Pará, tem 3,3 milhões
de hectares e é a maior do planeta",
ressaltou Marina.