24
de Outubro de 2006 - Márcia Wonghon
- Repórter da Agência Brasil
- Recife - A morte de centenas de peixes no
início da semana no Rio Capibaribe,
que corta o centro do Recife, pode ter sido
provocado por fragmentos de um material à
base de ferro, conhecido como granalha. O
produto estava sendo usado há um mês
na restauração da Ponte Velha
sobre o Capibaribe, em obra contratada pela
prefeitura do Recife. Exames de laboratório
coordenados pela bióloga Liana Barroso,
da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
mostraram que a morte dos animais ocorreu
por asfixia.
"Foram encontrados
pequenos fragmentos da substância nas
brânquias dos peixes". O resultado
parcial do laudo pericial foi divulgado pelo
presidente em exercício da Companhia
Pernambucana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(CPRH), Geraldo Miranda. Miranda disse que
determinou a paralisação imediata
da obra por medida de precaução,
até que sejam concluídas todas
as análises laboratoriais. Novos testes
da água e de solo devem ser concluídos
nos próximos oito dias.
A maior parte dos peixes
mortos era da espécie bagre, que vive
no fundo dos rios. Logo após o acidente
equipes da Empresa de Manutenção
e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) retiraram
do Capibaribe 600 quilos de peixes mortos.
O presidente da Emlurb, Amaro João,
explicou que o material, que segundo ele não
é tóxico, estava sendo usado
por uma empresa contratada, conforme as normas
de segurança e proteção
ambiental.
Amaro João disse
que o local da obra foi coberto por lonas
e tapumes, de modo a evitar que o material
caísse na água ou fosse dissipado
pelo vento. As obras da ponte, iniciadas em
11 de setembro e suspensas há uma semana,
têm custo estimado de R$ 2 milhões.