Panorama
 
 
 

ÍNDIOS: SAÚDE E DIREITOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2006

Novos equipamentos vão reforçar atendimento à saúde indígena no Amazonas

24 de Outubro de 2006 - Michel Medeiros - De A Voz do Brasil - Brasília - Profissionais de saúde do Amazonas poderão contar com 30 novos barcos para reforçar o atendimento a de cerca de 125 mil índios que vivem em 62 municípios do estado, especialmente aqueles que vivem em lugares de difícil acesso.

Os botes serão entregues hoje (23) a sete equipes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Manaus. As equipes de saúde que vão atender os índios são formadas por médicos, enfermeiros, dentistas, nutricionistas e técnicos de saúde.

Segundo o diretor-executivo da Funasa, Danilo Forte, uma das metas das equipes é combater a desnutrição infantil na região. “Estamos desenvolvendo o sistema de vigilância alimentar e nutricional aqui no Amazonas. As equipes médicas vão fazer o acompanhamento dessas crianças e vamos trabalhar para diminuir os números de mortalidade infantil na região”, afirmou.

Além do atendimento das equipes, uma força-tarefa está sendo preparada há doze meses para atender casos de hepatite viral, doença que atinge cerca de 4 mil índios da região do Vale do Javari, em Tabatinga.

Índios discutirão com Ministério da Agricultura permanência em antigo museu do Rio

22 de Outubro de 2006 - Aline Beckstein - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Os 35 índios de 17 etnias que ocupam o antigo prédio do Museu do Índio, na zona norte do Rio de Janeiro, começaram a organizar hoje (22) uma feira de artesanato com o objetivo de arrecadar dinheiro para a sua permanência no local. Eles estão no casarão abandonado desde a noite de sexta-feira (20) e reivindicam a transformação do espaço em um centro cultural administrado por indígenas.

O grupo já conseguiu iniciar negociações com representantes da comissão do Ministério da Agricultura, responsável pelo local, e agendou uma reunião para a tarde de amanhã (23). A casa onde funcionou o museu está com as portas e janelas quebradas, poças de água, lixo e poeira acumulados.

Segundo Graça Krikati, do Maranhão, os índios se reúnem no Movimento Tamoio e não contam com ajuda da Fundação Nacional do Índio. "A gente trouxe um pouco de feijão, que está sendo feito nesse fogão de duas bocas. Com o dinheiro que arrecadarmos, ainda vai dar para comprar um pouco de arroz”, disse.


José Guajajara, também do Maranhão, lembrou que o local está abandonado desde 1978, quando o museu foi transferido para o bairro de Botafogo, na zona Sul da cidade, “um espaço apertado, muito menor do que este”. Ele contou que o objetivo do movimento é criar um centro cultural que não tenha um perfil de museu e mantenha cursos constantes, como o de línguas indígenas.

“Eu conversei com pajés que chegaram a participar das atividades do antigo museu, que quando foi criado por Darcy Ribeiro tinha outro espírito. Nós ensinávamos a fazer biju (tapioca) e trançados, num esquema de interação constante – não era só festa em abril, no chamado mês do índio”, disse.

À tarde, eles promoveram uma manifestação, o toré, em que também foram convidadas a dançar algumas pessoas que passavam pelo local. Entre elas, o professor de ioga Horivaldo Gomes, que levou a filha e a mulher. “A gente só conhece a história contada pelos portugueses. Estar aqui é como se estivéssemos retornando às nossas raízes, principalmente para mim, que sou neto de um índio”, disse.

A dança do toré foi uma comemoração antecipada a uma resposta que os índios esperam ser positiva, amanhã. Afonso Apurinã, do Acre, contou que ontem (21) a dança chegou a ser interrompida por uma idosa, que ocupa um trailer abandonado do Ministério da Agricultura, no casarão: “Quando começamos a dançar, ela gritou que nós estávamos com o demônio no corpo. E veio, raivosa, com uma bíblia para cima da gente”.

Ministério da Agricultura no Rio garante apoio a índios para uso de antigo museu

23 de Outubro de 2006 - Beatriz Mota - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O índios que desde sexta-feira (20) ocupam o antigo prédio do Museu do Índio, no Maracanã, zona Norte da cidade, conquistaram o apoio do superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pedro Cabral, para a transformação do espaço, novamente, num centro cultural.

"Da parte do ministério vocês vão receber todo o apoio no que se refere àquele prédio. Estamos dispostos a participar desse projeto e a nossa parte nisso é arrumar uma forma jurídica de como transferir aquela área”, afirmou Cabral.

Durante reunião realizada hoje (23), os representantes de etnias como Guajajara, Pataxó, Xavante e Guarani manifestaram o desejo de transformar o local, desativado desde 1978, num centro de convergência educacional, de preservação e difusão da cultura indígena.

Segundo o advogado Arão da Providência, representante da etnia Guajajara, a intenção é que o imóvel não seja apenas um centro de material etnográfico: “O Museu do Índio que existe hoje no Rio apresenta o indígena com uma visão européia de museu. Nós queremos divulgar os saberes e conhecimentos indígenas de forma igualitária, queremos espaço na sociedade nacional”, afirmou.

Outros representantes indígenas também apresentaram suas idéias sobre o projeto e enfatizaram que ele deve ser feito “para o índio e sobre o índio”. Foram discutidas ainda questões emergenciais para a ocupação do prédio, como a limpeza do local e a instalação de banheiros químicos. O superintendente regional do ministério prometeu disponibilizar material e pessoal necessários para que o trabalho seja feito.

Segundo Gesa Corrêa, representante do Movimento Tamoio que apóia a manifestação, a intenção do grupo é permanecer no local até que as obras sejam iniciadas. “Não vamos sair de lá até que vejamos as coisas sendo construídas”, disse, e contou que os índios pretendem construir ocas na área em torno do prédio para servir de abrigo.

Para se manter no local, o grupo começou a organizar, ontem (22), uma feira de artesanato com o objetivo de arrecadar dinheiro. Além disso, segundo o advogado Arão da Providência, os índios vêm recebendo doações de parentes que moram na cidade e o apoio de instituições como a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), e de movimentos sociais.

Nesta noite, os índios começaram a discutir um projeto para a utilização do imóvel. Eles pretendem entregar esse projeto ao governo federal até sexta-feira (27).

Nova Casa do Índio em Manaus triplica leitos de enfermaria, mas continua superlotada

24 de Outubro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A nova enfermaria da Casa do Índio (Casai) de Manaus foi inaugurada hoje (24). Ela tem 36 leitos e vai substituir a anterior, que tinha 11 vagas e cujo espaço será usado para construção de um consultório odontológico. Apesar do aumento, a Casai Manaus continua superlotada: atualmente abriga 145 pacientes, quando deveria acomodar no máximo 80.

“Se a gente considerar que cada paciente vem com pelo menos um acompanhante, concluímos que há mais de 250 pessoas aqui”, avaliou a diretora da Casai Manaus, Maria de Jesus Castilho. A administração do local é feita pela organização não-governamental Saúde Sem Fronteiras, por meio de convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Castilho informou ainda que a Casai Manaus recebe por mês cerca de 50 pacientes novos, que ficam hospedados lá, em média, entre 30 e 60 dias. São indígenas de todo o estado, que vêm à capital em busca de tratamento de saúde de média e alta complexidade. Há no Amazonas, segundo dados da Funasa, 125 mil índios de 140 povos.

“A Casai Manaus recebe pacientes do Amazonas e de Roraima.Eles chegam aqui debilitados, então a gente precisava desses leitos novos para organizar os serviços de saúde”, afirmou a chefe de Enfermagem da Casai, Walderlene da Mota. Ela revelou que as doenças mais comuns entre os hóspedes são câncer, leucemia, traumatismos e picadas de cobra.

Francisco Claudinor Barbosa é do povo Mura, de Autazes (AM). Ele está há quatro meses em Manaus, acompanhando o tratamento de sua mãe, Francisca Barbosa, que possui um tumor no olho direito. “A cirurgia dela foi marcada só para 14 de novembro. É muito difícil agendar consulta”, reclamou. “Aqui no alojamento também há muita gente, é uma rede por cima da outra. A gente mal consegue dormir”.

O diretor-executivo da Funasa, Danilo Forte, reconheceu que a Casai de Manaus precisa ser ampliada, mas informou que não há obras previstas. “É uma vitória a gente estar aqui inaugurando esses 36 leitos, mas a luta pela expansão e pela melhoria é permanente”, declarou. “Mas é preciso lembrar também que o conceito cultural da comunidade indígena é um pouco diferente. Quando se tem um parente doente, tem certas aldeias que mobilizam famílias inteiras para viajar com ele”.

Forte esclareceu ainda que o orçamento para saúde indígena neste ano foi de R$ 243 milhões, valor bastante superior aos R$ 120 milhões de 2005. “Para o próximo ano, estamos tentando conseguir R$ 320 milhões”, revelou.

Trinta embarcações reforçam atendimento à saúde indígena no Amazonas

24 de Outubro de 2006 - Lourenço Melo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Com o reforço de 30 novas embarcações – botes de alumínio –, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está promovendo uma investigação sorológica em cerca de 4 mil índios de nove etnias no Vale do Javari, a 1.138 quilômetros de Manaus (AM), na fronteira com o Peru e a Colômbia.

O programa SOS Javari, segundo o diretor executivo da Funasa, Danilo Forte, tem o objetivo de detectar doenças e também tratar dos índios com hepatite. Em entrevista à Rádio Nacional AM, ele informou que os índios conhecem essas doenças há 30 anos, mas agora foi detectada a hepatite Delta e eles estão em tratamento em Tabatinga, onde a Funasa instalou uma casa de apoio. A outra fica em Atalaia do Norte, também no Vale do Javari.

"O programa existe desde 2003 para promover essa investigação sorológica e também ações preventivas contra malária, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, pneumonia e diabetes, entre outras", acrescentou Forte. Participam das ações do programa a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Fundação de Medicina Tropical, o Laboratório Central do estado do Amazonas e outras instituições do Alto Solimões.

Forte informou ainda que foram investidos R$ 300 mil em medicamentos, que já estão em Tabatinga para o trabalho assistencial, que será feito por 14 equipes, com cinco agentes de saúde do Ministério da Saúde, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes de saúde indígenas.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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