Meio
Ambiente - 27/10/2006 - Os dados apresentados
nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam a segunda
queda consecutiva do desmatamento da Amazônia
Legal, desde 1988. A estimativa que foi apresentada
para o período 2005 – 2006 é
30% menor do que o registrado no ano passado
e pode chegar a 13.100 km2. Os cálculos
foram baseados em 34 imagens, que correspondem
a 67% da área desmatada e têm
uma margem de erro de 10% para mais ou para
menos. As informações são
do Projeto de Monitoramento da Amazônia
(Prodes), desenvolvido pelo Inpe.
O Prodes faz parte do Plano
de Prevenção e Controle do Desmatamento
da Amazônia e reúne 13 ministérios
coordenados pela Casa Civil.
A confirmação
desses números só será
divulgada no início do próximo
ano, quando as informações serão
detalhadas por região. No entanto,
o diretor do Inpe, Gilberto Câmara,
adiantou que o Mato Grosso, Rondônia
e o leste do Pará tiveram uma considerável
queda.
O Inpe, ógão
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), desde 1988 efetua o levantamento
anual do desmatamento da Amazônia, utilizando
como data de referência para as análises
o dia 1º de agosto de cada ano. As imagens
foram captadas pelos satélites internacionais
Landsat / 5 e Modis, com capacidade de 30
metros de resolução a cada 16
dias, e 250 metros de resolução
a cada dois dias, consecutivamente.
"Esses satélites
estão próximos de atingir suas
vidas úteis de operação,
mas o MCT vem empenhando esforços em
manter um Programa Espacial de alta qualidade,
e a expectativa é de que o Brasil já
tenha seu próprio satélite de
monitoramento, com capacidade de 50 metros
de resolução a cada dois dias,
já em 2009", afirma Câmara.
A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, atribui esse resultado positivo
à atuação conjunta do
monitoramento e fiscalização
e ao esforço integrado do Governo em
dividir a responsabilidade de combater o desmatamento
com outros ministérios. Para o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o grande
desafio agora é continuar evitando
o desmatamento, mas, também, promover
o desenvolvimento sustentável.
"Não podemos
esquecer que existem cerca de 25 milhões
de pessoas na região amazônica
que querem e precisam dos mesmos benefícios
e confortos que a vida moderna permite. Nosso
trabalho é preservar e ajudar para
que a região se desenvolva sem agredir
a natureza e a população",
avalia o presidente.
As imagens, que até
2003 eram restritas apenas às pesquisas,
são disponibilizadas na internet permitindo
tomadas de decisões de políticas
públicas pelos estados e, ainda, um
efetivo acompanhamento da sociedade de forma
geral.
Fiscalização
O trabalho conjunto do Prodes, do Projeto
de Detecção de Áreas
Desflorestadas em Tempo Real (Deter) e do
Ibama permitu a intensifacação
da fiscalização. As informações
do Prodes permitem ao Ibama planejar as ações
ao longo do ano, e as do Deter, redirecionar
esse planejamento no dia-a-dia.
Esse resultado pode ser
conferido nas medidas adotadas pelo MMA/Ibama
desde 2003, como a apreensão de cerca
de 814 mil metros cúbicos de madeira
em tora, de 47 tratores, 171 caminhões
e 643 motosserras usados nos desmatamentos
ilegais e na emissão de aproximadamente
R$ 2,8 bilhões em multas. Outro resultado
de impacto foi a prisão de 379 pessoas,
sendo 71 servidores do próprio Ibama,
19 servidores públicos e, ainda, 289
madeireiros e lobistas. Além de grandes
operaçõae em conjunto com a
Polícia Federal.
Também participaram
da solenidade de divulgação,
no Palácio do Planalto, a ministra
da Casa Civil, Dilma Rosseuf, o ministro da
Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende,
bem como ministros e representantes de Pastas
que compõem o Plano de Ação.
Rachel Mortari - Assessoria de Imprensa do
MCT