Brasília
(24/10/06) - Estudantes, biólogos,
geólogos, advogados, professores e
servidores municipais do litoral norte de
São Paulo participam esta semana, em
Caraguatatuba, do curso de formação
de Agentes Ambientais Voluntários (AAVs)
organizado pelo Escritório Regional
do Ibama da cidade com o apoio da ONG Caraguatá.
Ele são membros de ONGs ambientalistas
dos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba,
São Sebastião e Ilha Bela.
Os futuros AAVs já
participam de ações de preservação
do meio ambiente e alguns têm uma larga
história no movimento ambientalista
de luta pela preservação da
Mata Atlântica, como o caso do professor
Pedro Raimundo, da ONG Caraguatá, integrante
da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA).
Além das aulas ministradas
pelos técnicos do Ibama, estão
previstas na programação palestras
do Instituto de Pesca e Instituto Florestal
de São Paulo, Secretaria do Patrimônio
da União, projeto TAMAR e ONG Mar Vivo.
Ao final do curso os novos AAVs irão
elaborar um plano de trabalho conjunto com
o Ibama. Segundo o chefe do Escritório
do Ibama em Caraguatatuba, Leonardo Teixeira,
“esta é uma das etapas mais importantes
do curso, pois transformará em ações
concretas o que discutimos nestes quatro dias”.
A superintendente do Ibama de São Paulo,
Analice Pereira, considera a descentralização
da coordenação do programa para
as superintendências do Ibama nos estados
uma decisão importante que irá
resultar em mais eficiência e qualidade
para o trabalho com os voluntários.
"Estamos apoiando integralmente
as ações do programa de Agentes
Ambientais Voluntários que faz parte
das ações estratégicas
do Plano de Monitoramento e Controle da Mata
Atlântica, lançado na COP 8 pela
Ministra Marina Silva. Acredito que esta iniciativa
vai gerar esforços conjuntos para a
proteção dos recursos naturais
no litoral norte de São Paulo”, conclui
Analice.
Juliana Simões, da
coordenação nacional do Programa
Agentes Ambientais Voluntários, recorda
o compromisso assumido em julho de 2003, no
workshop realizado em Tamandaré/PE,
quando o Ibama reuniu os integrantes da Rede
Mata Atlântica para discutir a participação
da sociedade civil organizada nas ações
de proteção da Mata atlântica.
O resultado foi a elaboração
da Carta de Tamandaré, um documento
que estabelece 13 passos para serem seguidos
para a proteção da Mata Atlântica.
“Vejo este Curso de Caraguatatuba
como uma oportunidade para confirmar o compromisso
assumido em 2003 e fortalecer as relações
de confiança entre as ONGs ambientalistas
e o Ibama. Acredito que somente com a soma
destes esforços é que vamos
conseguir proteger o que resta do Bioma Mata
Atlântica, apenas 7,6% da sua extensão
original”, diz Juliana Simões”.