24/10/2006 - Durante reunião
da Associação Yarikayu, os índios
Yudja, que habitam o Parque Indígena
do Xingu, decidiram comercializar sementes
para as iniciativas de reflorestamento das
matas ciliares das nascentes do rio Xingu,
no Mato Grosso. Essas ações
vêm sendo desenvolvidas pela Campanha
‘Y Ikatu Xingu.
A assembléia da Associação
Yarikayu aconteceu na aldeia Tuba Tuba entre
os dias 14 e 17 de outubro e contou com a
participação das três
aldeias Yudja do Parque do Xingu: Paksãba,
Pequizal e Boa Vista.
Uma semana antes a Associação
Yarikayu e a equipe do Programa Xingu do ISA
haviam realizado uma oficina para fazer o
reconhecimento das árvores com potencial
para a comercialização de sementes.
Cento e vinte espécies foram identificadas
de acordo com o sistema classificatório
dos Yudja. A lista de árvores será
encaminhada à coordenação
da campanha para que seja difundida e possa
se somar às iniciativas em curso.
A venda das sementes para
reflorestamento foi aprovada por unanimidade,
diferentemente da proposta de vender sementes
para projetos de uso comercial de madeira
(para plantio e posterior corte), que provocou
intenso debate entre os sócios. Ao
final, os Yudja decidiram fazer uma experiência
com as sementes para uso comercial, embora
as destinadas ao reflorestamento das matas
ciliares tenham prioridade.
O apoio da comunidade Yudja
à Campanha ‘Y Ikatu Xingu não
pára por ai. Durante a reunião,
os sócios deliberaram sobre as estratégias
de fiscalização do entorno do
Parque do Xingu, na região dos rios
Preto, Mosquito e Jarinã, onde os Yudja
já desenvolvem ações
de monitoramento. O principal problema enfrentado
atualmente é o lixo deixado por pescadores.
Em recente viagem à
Suíça, a convite do Museu de
Basel, os Yudja articularam a possibilidade
de conseguir apoio às suas ações
de fiscalização, somando-se
aos esforços já feitos pela
Associação Terra Indígena
Xingu (Atix) e pela Fundação
Nacional do Índio (Funai).
A reunião também
foi importante para que os Yudja pudessem
debater e encaminhar propostas nas áreas
de saúde, educação, manejo
e revitalização cultural.