01
Nov 2006 - O Departamento para o Meio Ambiente,
Alimentos e Assuntos Rurais (Defra), órgão
do governo britânico com status de ministério
e responsável por questões ambientais,
enviou esta semana ao WWF-Brasil uma carta
negando que o país europeu queira privatizar
a Amazônia. A correspondência
é uma resposta ao e-mail enviado pela
ONG brasileira ao ministro britânico
de meio ambiente, David Miliban, no dia 3
de outubro.
Na mensagem, o WWF-Brasil
solicitava esclarecimentos sobre uma notícia
veiculada pela imprensa britânica. De
acordo com alguns jornais, dentre eles o conhecido
“The Daily Telegraph”, Miliban teria proposto,
durante encontro realizado no México
no final de setembro, a criação
de um truste internacional para comercializar
terrenos na Amazônia, como forma de
preservar a região.
A resposta, assinada por
Joss Wallace, um assessor de Miliban, afirma
que “o Reino Unido apenas apoiará propostas
para combater o desflorestamento que sejam
aceitáveis para os governos dos países
aos quais as ações serão
dirigidas – neste caso, o Brasil”. O documento
faz menção às boas relações
entre o Reino Unido e o Brasil no campo ambiental
e reforça a necessidade de ações
de peso para combater o desflorestamento da
Amazônia.
Na seqüência,
a íntegra da carta, traduzida para
o português:
“Obrigado por seu e-mail
de 3 de outubro para David Miliband sobre
informações de que o governo
do Reino Unido apóia planos de privatizar
a Amazônia. Eu fui solicitado a responder.
O Reino Unido reconhece
a necessidade de enfrentar o desflorestamento,
não apenas para reduzir o impacto nas
mudanças climáticas, mas também
porque as florestas sustentam a sobrevivência
de comunidades e mantêm altos níveis
de biodiversidade e funções
essenciais para o ecossistema, incluindo fertilidade
e estabilidade de solos, recursos hídricos
e padrões climáticos regionais.
Estamos assim participando
ativamente das negociações internacionais
buscando maneiras efetivas de reduzir o desflorestamento
sob a Convenção de Mudanças
Climáticas da ONU. O Reino Unido e
o Brasil chegaram a um acordo em torno do
Diálogo de Ato Nível sobre Desenvolvimento
Sustentável que, entre outros aspectos,
oferece a oportunidade de compartilhar experiências
sobre melhores práticas e trocar visões
a respeito da aplicação de leis
sobre florestas e governança. Esperamos
poder explorar por intermédio do Diálogo
formas para trabalharmos juntos na promoção
do manejo sustentável de florestas.
Informações
divulgadas recentemente na imprensa, sugerindo
que o Reino Unido apóia a privatização
da Floresta Amazônica, são inverídicas
e equivocadas. Defendemos todo esforço
para encontrar soluções para
o problema, mas o Reino Unido apenas apoiará
propostas para combater o desflorestamento
que sejam aceitáveis para os governos
dos países aos quais as ações
serão dirigidas – neste caso, o Brasil.
Não apoiamos nenhuma proposta e continuamos
a trabalhar com o Brasil e outros países
por intermédio dos diálogos
sobre o desenvolvimento sustentável
e negociações climáticas
para desenvolver soluções aceitáveis
para as partes. Nosso secretário de
Estado para o Meio Ambiente, David Miliband,
confirmou o compromisso do governo britânico
para a continuada cooperação
com o Brasil nos campos das mudanças
climáticas e desenvolvimento sustentável
em um pronunciamento publicado pelo site do
Defra, no seguinte link: www.defra.gov.uk/corporate/ministers/statements/dm061004.htm
Espero que suas preocupações
tenham sido dirimidas.
Sinceramente,
Joss Wallace
Unidade de Contato com o Consumidor
Departamento para o Meio Ambiente, Alimentos
e Assuntos Rurais (Defra)"