01/11/2006
- Ao contrário do que muitos imaginam,
não foram apenas os índios da
região Nordeste que perderam muito
da sua cultura, em função do
prolongado contato e da grande pressão
exercida pela sociedade envolvente. Índios
Kaingang, que vivem em terras situadas na
região Sul, também passaram
por esse processo de desagregação
cultural e buscam hoje recuperar a rica identidade
que caracteriza esse povo indígena.
As Casas de Cultura são o caminho para
a concretização desse resgate.
A Funai, por meio da Coordenação-Geral
de Artesanato (CGART), inaugurou nos dias
12 e 13 de outubro mais duas Casas de Cultura.
O objetivo é dar seqüência
às demais ações do órgão
que buscam resgatar a identidade cultural
e, ao mesmo tempo, propiciar a geração
de novas fontes de renda. As comunidades beneficiadas
desta vez foram de Toldo Pinhal, no Paraná,
e Nonoai, no Rio Grande do Sul, ambas Kaingang.
Para a comunidade de Toldo
Pinhal, a construção desse espaço
será importante para que possam recuperar
e fortalecer sua identidade cultural, perdida
ao longo dos anos em que andaram errantes,
sem terra, trabalhando como peões para
colonos da região. O cacique Lauri
Alves, durante a solenidade de inauguração,
retratou a ansiedade e o pensamento de toda
a comunidade. “Vemos com muito entusiasmo
a construção dessa Casa de Cultura.
Nossa comunidade é nova, está
bastante descaracterizada e precisa desse
suporte para a recuperação de
nossa cultura”. Atualmente, mais de 80% da
comunidade não fala mais a língua
Kaingang.
Os índios de Nonoai,
embora não tenham sofrido as mesmas
agruras, também perderam parte da cultura,
de seus conhecimentos tradicionais, e vêem
na Casa de Cultura a oportunidade de recuperar
o que hoje existe apenas na lembrança
dos mais velhos. O entusiasmo dos índios
não deixou dúvida quanto à
importância desse espaço cultural.
O ato solene de inauguração
contou com a presença maciça
de toda a comunidade indígena local,
de outras aldeias, servidores de outras administrações
regionais da Funai e até de prefeitos
e demais autoridades dos municípios
vizinhos.
Os índios estavam,
de fato, muito gratos pela perspectiva de
poderem resgatar suas tradições.
Esse reconhecimento evidenciou-se quando da
nominação das casas de cultura
inauguradas. Elas não tiveram nomes
da etnia ou de alguma liderança importante
das duas comunidades beneficiadas. Os índios,
em reconhecimento, deram a elas nomes de servidores
da Funai, que não mediram esforços
para garantir a conquista das terras tradicionais
das comunidades.
Os índios de Toldo
Pinhal deram à sua Casa de Cultura
o nome do servidor Almir Von Held, que, durante
sete anos, esteve junto àquela comunidade,
mesmo antes do reconhecimento oficial daquela
terra indígena. O procurador federal
da Funai Derli Cardoso Fiúza foi a
pessoa lembrada pelos Kaingang de Nonoai,
para também dar nome à Casa
de Cultura. O cacique José Lopes justificou
a homenagem a Derli, enaltecendo o trabalho
que ele, há mais de trinta anos, desenvolve
para que a sua comunidade possa estar ali,
vivendo em uma terra que é sua, totalmente
regularizada.
Procuradoria Jurídica
tem novo espaço no site da Funai
01/11/2006 - O trabalho
da Procuradoria Federal Especializada da Fundação
Nacional do Índio (PFE-Funai) poderá
ser acompanhado mais de perto. Um novo link
na página da Funai disponibiliza suas
atividades e permite que o leitor conheça
um pouco mais do trabalho desta coordenação.
Hoje, a Procuradoria conta com 47 Procuradores
Federais em seu quadro, distribuídos
na sede do órgão em Brasília
(DF) e nas Administrações Regionais.
Entre suas principais atribuições
estão defesa judicial dos direitos
indígenas consultoria e assessoria
à Funai nos procedimentos administrativos
de demarcação de terras e fornecimento
de subsídios para a Advocacia-Geral
da União nas causas que envolvam interesses
indígenas ou interesses da Funai.