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ESTUDO REVELA QUE A REGIÃO MAIS AMEAÇADA DA AMAZÔNIA ESTÁ NOS ESTADOS DO PARÁ E MARANHÃO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2006

Meio Ambiente - 06/11/2006 - Uma parcela singular da Amazônia está desaparecendo. O Centro de Endemismo Belém, onde começa a área denominada 'arco do desmatamento', foi apontado como a região mais desmatada da Amazônia, tendo apenas 23% de sua cobertura florestal intacta. A informação é dos pesquisadores do projeto Biota Pará, uma parceria do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) e da organização ambientalista Conservação Internacional (CI-Brasil) e consta no Mapeamento das Remanescentes Florestais do Centro de Endemismo Belém. O estudo mostra que os 67% da cobertura florestal original já foram convertidos em outras paisagens.

A Amazônia apresenta oito das áreas biogeográficas (centros de endemismo) que se caracterizam pela sua singularidade. O Centro de Endemismo Belém é uma dessas regiões, localizando-se entre os estados do Pará e Maranhão. A região é também a área mais antiga de ocupação humana na Amazônia brasileira. Em 2002, apresentava uma população estimada de 5,8 milhões de habitantes. O Centro abrange 147 municípios (62 no Pará e 85 no Maranhão) e inclui 41 áreas protegidas, sendo 27 Unidades de Conservação e 14 Terras Indígenas.

"Trinta espécies exclusivas deste Centro correm perigo e fazem parte das 176 espécies ameaçadas de extinção, que constam na Lista Vermelha do Pará e a sua preservação requer uma política conservacionista específica para aquela região", explica Alexandre Aleixo, coordenador do projeto Biota Pará e pesquisador do Museu Goeldi.

O Mapeamento divulgado é o estudo científico mais detalhado já realizado sobre o Centro de Endemismo Belém e ilustra, com mapas, os 15 ecossistemas que ali ocorrem, as várias categorias de florestas da região, indicando a situação de exploração. Para obter resultados tão refinados, os especialistas contaram com imagens de satélites e muita pesquisa in loco.

"O mapa gerado neste estudo evidencia o altíssimo grau de antropização do Centro de Endemismo Belém e serve como alerta para os órgãos públicos, ongs e sociedade sobre as ameaças à biodiversidade desta região impar, além de se constituir em uma referência fundamental para o seu adequado monitoramento", considera Adriano Jerozolimski, pesquisador do Programa Amazônia da Conservação Internacional do Brasil.

Resultados

Os dados obtidos sinalizam que dos 33% dos remanescentes florestais encontrados, 23% correspondem à floresta intacta e os 10% restantes são florestas exploradas. As áreas de floresta encontram-se muito fragmentadas, e neste conjunto se sobressaem quatro blocos de florestas remanescentes, sendo 90% concentrados em Terras Indígenas. Um dos blocos inclui as últimas reservas de madeira do Centro de Endemismo Belém, encontradas nos municípios de Tailândia, Goianésia do Pará, Ulianopólis e Paragominas.

Nas regiões já desmatadas, os pesquisadores também observaram que 24% da área são utilizados para pecuária e apenas 1,4% apresentam iniciativas de reflorestamento.

No Pará, o Centro de Endemismo Belém inclui a Zona Bragantina, uma área secular de ocupação localizada acima do Rio Guama, e outra situada abaixo deste rio onde eclodem novas frentes de exploração econômica (fronteiras abertas pela expansão da pecuária e de madeireiras) após a construção das rodovias BR 010 (Belém-Brasília), BR 316 (São Luís –Belém) e PA 150 (Bel- Marabá).

A área do Centro de Endemismo Belém sofreu um rápido processo de conversão da paisagem devido à abertura de estradas e à ocupação desordenada. O baixo índice de unidades de conservação também contribuiu para o agravamento do quadro ambiental na região.

Arlete Almeida, pesquisadora do Museu Goeldi, especialista em sensoriamento remoto e coordenadora do estudo, afirma que no Centro de Endemismo Belém "a situação mais preocupante é o caso da remanescente florestal encontrada entre as rodovias BR 010 e PA 150".

"O estudo deste Centro permite um aprendizado muito importante: constatamos que a matriz a ser considerada para o estabelecimento de unidades de conservação, em um cenário desenhado pela agropecuária, é a existência de florestas entre estradas, e não entre rios", avalia Ima Vieira, ecóloga e diretora do Museu Goeldi.
Joice Santos - Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi

Seminário de Ciências da Terra e Ecologia aborda a conservação de ecossistemas da Amazônia

Sustentabilidade - 09/11/2006 - O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) e a Associação Brasileira de Química – Regional Pará realizam hoje (9), em Belém (PA), o 1º Seminário de Ciências da Terra e Ecologia, evento que visa debater aspectos relacionados à recuperação, conservação e sustentabilidade de ecossistemas amazônicos. O Seminário acontece das 9h às 17h, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, localizado no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

O seminário contará com a participação de vários pesquisadores ligados à Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Goeldi, que abordarão temas como terra preta arqueológica, diversidade microbiana dos solos, diferentes classes de solo na Floresta Nacional de Caxiuanã, biodiesel, entre outros.

O evento terá início às 9h, com palestra de abertura intitulada “Diversidade Microbiana: Um Indicativo da Qualidade do Solo”, a ser proferida pela pesquisadora Maria de Lourdes Ruivo. Em seguida, às 9h30, as pesquisadoras Cristine Bastos do Amarante e Daniela Monteiro falam sobre a diversidade microbiana em solos de terra preta arqueológica.

Às 10h30, o pesquisador Jorge Piccinin trata do aproveitamento de resíduos de serrarias na replicagem de terra preta nova e, às 11h, a pesquisadora Kátia Garcez aborda a questão da produção e uso do biodiesel como instrumento de inclusão social.

À tarde serão apresentados os resultados de quatro estudos científicos realizados por pesquisadores do Goeldi na Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada no município de Melgaço (PA). O evento se encerra às 17h, com palestra da pesquisadora Dirce Kern.

Confira a programação completa do I Seminário de Ciências da Terra e Ecologia no portal do www.museu-goeldi.br. Mais informações pelos telefones (91) 3217-6159 / 3274-0423.
Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeldi

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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