Panorama
 
 
 

IBAMA: HIDRELÉTRICAS DO RIO MADEIRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2006

Comunidade de Abunã é prejudicada por liminar e não discute usinas do Madeira

Porto Velho (08/11/06) - A cópia da liminar expedida pelo juiz federal da 3.ª Vara Federal Élcio Arruda suspendendo a audiência pública em Abunã-RO, onde se discutiria o Relatório de Impacto Ambiental do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, foi entregue ao diretor substituto de Licenciamento Ambiental do Ibama, Valter Muchagata, assim que ele e a equipe técnica da diretoria chegaram à Escola Municipalizada de Ensino Fundamental Marechal Rondon.

Aproximadamente 300 pessoas presentes no local reagiram negativamente à chegada da liminar, uma vez que haviam se deslocado de suas casas interessadas em discutir o projeto, fazer questionamentos e colocar as suas preocupações. "Lamentamos informar que a audiência ficou prejudicada por causa da liminar. Mas já estamos buscando cassá-la, para que possamos realizar as demais audiências. De qualquer forma, estudaremos uma forma de reparar esse prejuízo à comunidade de Abunã, que não pôde hoje se manifestar sobre o projeto", esclareceu Muchagata ao público.

A liminar, concedida pela Justiça, foi baseada em ação cautelar proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Rondônia (MPE-RO), que alegam que o prazo mínimo entre a disponibilização dos estudos e a realização das audiências públicas teria de ser de 60 dias. Este prazo não consta de nenhuma legislação ambiental. A Resolução Conama 09/87 fixa 45 dias para a solicitação de audiências públicas, a partir de publicação de edital informando de que o estudo de impacto ambiental está disponível para consultas.

E o Ibama cumpriu rigorosamente esse prazo. O edital sobre o EIA do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira foi publicado em 25 de setembro. Hoje se completam, exatamente, os 45 dias, sendo que nada impede a realização de audiências públicas dentro desse período. "Qual o dano ambiental que pode ser causado com a realização de audiências públicas?", questionou Muchagata.

Sob aplausos da comunidade local que o diretor concluiu: "Acataremos a decisão, mas nossa Procuradoria Geral Especializada junto ao Ibama já está tomando medidas para resguardar o direito da população de Mutum Paraná, Jaci Paraná e Porto Velho de manifestar suas preocupações nas próximas audiências".

O superintendente do Ibama em Rodônia, Osvaldo Pittaluga, agradeceu a presença de todos que vieram participar das discussões. "Somente em Rondônia 32 reuniões foram realizadas por Furnas e Odebrecht com os mais diversos atores para apresentar e discutir o empreendimento. Chega hoje e a comunidade sai prejudicada. Antes se faziam as obras sem consultar a população. Hoje existe uma legislação que prevê essa garantia. Não deixaremos de ouvir a comunidade de Abunã", reforçou Pittaluga.

Além de quase 300 pessoas de Abunã e região, das equipes do Ibama e de Furnas Centrais Elétricas, estavam presentes na audiência o prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho, o secretário geral da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República Weber de Avelar Silva, o promotor de Justiça do MPE-RO Marcos Tessila, o sub-procurador Geral de Justiça do MPE-RO Ivo Benitez, Alan Vaz Lopes, da Agência Nacional de Águas (ANA), além de representantes do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da Força Sindical, entre outros.

O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, elogiou a atuação do Ibama na condução do licenciamento do Madeira. "O Ibama tem feito um trabalho transparente na condução desse licenciamento, procurando a gente de maneira correta e ouvindo a população local. Queremos que a região cresça, não como no passado, em que toda a sua riqueza, fruto das atividades em garimpos, foi parar nas regiões Sul e Sudeste, mas junto com o empreendimento", disse Sobrinho.

Reunião prévia - Contraditório foi o fato de, no dia anterior, à tarde, o MPE-RO ter solicitado uma breve reunião com a equipe do Ibama, que tinha acabado de chegar a Porto Velho, para apresentar uma análise do EIA/Rima das Usinas Hidrelétricas do Madeira - Santo Antônio e Jirau. Tal análise foi feita pela Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape), fruto de um Termo de Compromisso Ambiental entre o MPE-RO e a Construtora Norberto Odebrecht S.A, representando o consórcio.

Na ocasião o promotor de Justiça do MPE-RO Marcos Tessila e o sub-procurador Geral de Justiça do MPE-RO Ivo Benitez manifestaram a intenção do MPE-RO de contribuir com o processo de licenciamento ambiental, conduzido pelo Ibama, não transparecendo qualquer posicionamento contrário ao rito e à realização das audiências.
Sandra Tavares

Audiências públicas do Complexo Hidrelétrico do Madeira começam nesta quarta

Brasília (06/11/06) – As audiências públicas referentes ao empreendimento do Complexo Hidrelétrico do Madeira começam nesta quarta-feira (8) e vão até sábado (11). Ao todo serão realizadas quatro audiências, nos distritos de Abunã, Mutum Paraná, Jaci Paraná e na capital Porto Velho.

As audiências são momento importante no processo de licenciamento, pois é quando a população se posiciona sobre o empreendimento e coloca as suas preocupações. “As considerações da população são ouvidas e servirão de subsídios para a elaboração do parecer técnico do Ibama”, afirma Luiz Felippe Kunz Júnior, diretor de Licenciamento Ambiental do Ibama.

Tão logo as audiências sejam concluídas, o Ibama analisará os comentários e sugestões feitos pelas comunidades locais e dará parecer final sobre a viabilidade ambiental do empreendimento.
Sandra Tavares

Ibama espera derrubar liminar contra audiências sobre Hidrelétricas do Rio Madeira
Brasília (08/11/06) - Trezentas pessoas foram impedidas nesta manhã de discutir o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, em audiência pública no distrito de Abunã – a 230 Km de Porto Velho (RO) - por causa de ação movida pelo Ministério Público Federal. A liminar obtida pelo MP suspende também as outras três audiências marcadas até este sábado nos distritos Mutum Paraná e Jaci Paraná e em Porto Velho.

O Ibama tenta reverter a liminar concedida ao MP e manter o cronograma de amanhã até sábado. Já explicou ao juiz que editais, pareceres e o Relatório de Impacto Ambiental - documento básico de consulta com linguagem mais acessível - estavam no sítio www.ibama.gov.br para qualquer interessado ler, desde o dia 25 de setembro.

Desde esta data, o Estudo de Impacto Ambiental, mais técnico, também estava disponível em vários locais divulgados por edital publicado em Diário Oficial, entre eles a prefeitura municipal de Porto Velho, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia e a Superintendência do Ibama no estado.

O diretor de Licenciamento do Ibama, Luiz Felippe Kunz Junior, estranhou a ação do MPF movida em nome de Campanha Viva o Rio Madeira, que reúne mais de dez ONGs e movimentos sociais, sob o argumento de falta de acesso aos estudos ambientais. Ele observa que essas entidades são acostumadas a se comunicar via internet e poderiam ter acessado as informações desejadas no sítio do Ibama.

“Demos acesso às informações e transparência ao processo. A verdade é que as entidades contrárias ao Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira querem impedir o licenciamento”, diz o diretor. Estratégia semelhante foi adotada por críticos de outro empreendimento polêmico, o de Integração das Bacias do Rio São Francisco. Para garantir aquelas audiências públicas, o Ibama recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Na ocasião, o ministro do STF Nelson Jobim deu ganho ao Ibama e questionou qual era o dano ambiental que ocorreria com a simples discussão do projeto.

As audiências públicas servem para a sociedade conhecer o projeto e manifestar-se sobre ele. Essas reuniões podem revelar aspectos ignorados nos estudos e prejuízos à população tradicional. As audiências, portanto, são oportunidade para que tais questões integrem os pareceres técnicos do Ibama.
Sandra Sato

Região do Rio Madeira (RO) ganha novos agentes ambientais voluntários

Brasília (08/11/06) - Estabelecer parcerias para ações de proteção e uso sustentável dos recursos naturais disponíveis na região do Baixo rio madeira. Motivados por esse objetivo, 22 ribeirinhos, entre pescadores e pequenos agricultores, participaram da primeira etapa do curso de Capacitação para Agentes Ambientais Voluntários. A capacitação ocorreu de 25 a 27 de outubro, no Distrito de São Carlos, município de Porto Velho, estado de Rondônia.

As aulas, que incluíram noções de legislação ambiental, manejo sustentável e educação ambiental, entre outros temas, foram coordenadas pela equipe do Núcleo de Educação Ambiental (NEA) da Superintendência de Rondônia. Segundo a coordenadora do Programa Agentes Ambientais Voluntários em Rondônia, Francisca Mariana, o curso foi ministrado de forma participativa e crítica. “Os comunitários interagiram de forma bastante intensa salientando necessidades que foram exploradas de modo a incitar a busca de soluções”.

Marize Dias Oliveira, da equipe do NEA, conta que era notável a presença de mulheres entre os participantes da capacitação. Discussões e debates serviram para destacar a importância do conhecimento sobre proteção e uso sustentável dos recursos naturais, oportunidades utilizadas habilmente pelos professores do curso. Teoria e prática foram integradas por meio de trabalhos em grupo e simulações. “O enfoque foi a formação de educadores e não de repressores”, diz Marize.

A proposta de capacitação dos futuros agentes ambientais voluntários foi apresentada no início do mês de outubro, quando técnicos do Ibama e do Centro de Pesquisa Cuniã visitaram as comunidades de São Carlos, Brasileiras, Primor, Curicaca, Santa Catarina, Nazaré, Terra Caída, Conceição do Galera, Iatacua e Bom Jardim. Essas comunidades estão localizadas no entorno da Estação Ecológica Cuniã, Floresta Nacional de Jacundá e Reserva Extrativista do Lago Cuniã, em Rondônia.

A receptividade por parte dos presidentes das comunidades foi positiva. “Eles compreenderam a necessidade de participar do processo de gestão e preservação ambiental, pois sabem que os recursos naturais são fundamentais para sua subsistência”, diz Francisca Mariana.
Kézia Macedo

Ibama derruba liminar contra audiências sobre Hidrelétricas do Rio Madeira

Brasília (09/11/06) – O Ibama conseguiu derrubar liminar que impedia a realização de audiências públicas do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira. A desembargadora do Tribunal Regional Federal 1.ª Região Maria Isabel Galotti, ao apreciar o agravo de instrumento interposto pela Procuradoria Geral Especializada junto ao Ibama, concedeu liminar suspendendo decisão do juiz federal de Rondônia Élcio Arruda.

Com o novo desdobramento no TRF, o Ibama mantém as próximas audiências públicas marcadas para amanhã em Jaciparaná e no sábado em Porto Velho. As audiências dos distritos de Abunã e de Mutumparaná, que não puderam ocorrer hoje e ontem por causa da decisão do juiz Élcio, serão remarcadas brevemente.

No agravo de instrumento ao TRF 1.ª Região, a Procuradoria do Ibama argumentou que audiências previstas pelo processo de licenciamento servem para garantir transparência e participação da população, além de coleta de susbsídios que enriquecem a análise técnica. Essa etapa não vincula atos da administração, ou seja, não implica concessão automática de licenças ambientais. A Procuradoria sustentou não haver, portanto, qualquer inconveniência na realização das audiências.
Sandra Sato

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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