17 de Novembro de 2006
- Thais Brianezi - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - Agentes ambientais voluntários
que atuam no rio Jauaperi, em Barcelos (AM),
estiveram na última segunda-feira na
sede da superintendência regional do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
em Manaus, denunciando tentativas de agressão
e ameaças por partes de caçadores
ilegais de tartarugas. A visita aconteceu
um dia antes do atentado contra uma equipe
a serviço do Ibama em Caracaraí
(RR), que causou a morte do colaborador José
Santos Cruz. O local da emboscada, no baixo
rio Branco, fica próximo ao rio Jauapery,
na divisa entre os dois estados.
“Dois líderes comunitários
vieram conversar comigo e relataram o risco
de que os tartarugueiros (traficantes de tartarugas)
reagissem às tentativas de fiscalização”,
revelou hoje (17) à Radiobrás
o chefe de Fiscalização do Ibama
no Amazonas, Adilson Cordeiro. “Estávamos
preparando uma ação para atender
às denúncias, mas os fatos se
precipitaram e a coisa saiu do plano estadual”,
completou.
O superintendente do Ibama
no Amazonas, Henrique Pereira, confirmou que
aguarda orientações da direção
nacional do órgão. “Já
nos colocamos à disposição
para atuar na região da fronteira com
Roraima, com apoio da Polícia Federal”,
contou. Tanto ele quanto Cordeiro ponderaram
que a divulgação de detalhes
dessa operação, como a data
de início e a quatidade de agentes,
poderia atrapalhar o sucesso dela.
A carne de tartaruga é
uma iguaria muito apreciada na Amazônia,
mas o animal (que costuma ser vendido vivo)
só pode ser comercializado se for proveniente
de cativeiro autorizado pelo Ibama. O Amazonas
tem 57 criadouros de quelônio legalizados.
Cada tartaruga deve ser identificada com um
selo individual, colocado no seu casco.
“Pedimos à população
que não compre animais de origem duvidosa.
Com isso, as pessoas ajudarão a combater
a captura da tartaruga amazônica, que
está em risco de extinção”,
apelou Cordeiro, lembrando que o comércio
ilegal de quelônios está também
ligado à violência rural. “A
população pode ajudar não
comprando e denunciando. Até porque
esses animais ilegais são caros (custam
entre R$ 300 a R$ 1000, de acordo com o tamanho
e a época), grande parte da população
não tem mesmo acesso a eles”.
Cordeiro informou ainda
que a multa por cada quelônio capturado
ilegalmente é de R$ 500. O infrator
está sujeito também a um processo
penal, que a princípio pode levar à
sua prisão, embora na prática
isso raramente aconteça. O telefone
do disque denúncia do Ibama no Amazonas
é: (92) 3613-3081.
Confirmada a morte de prestador
de serviços contratado pelo Ibama
17 de Novembro de 2006 - Thaís Brianezi
- Repórter da Agência Brasil
- Manaus - O prestador de serviços
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
José Santos Cruz, que foi vítima
de um atentado na última terça-feira,
foi encontrado morto. Seu corpo foi localizado
nas águas do baixo rio Branco, no município
de Caracaraí (RR). A informação
foi confirmada hoje (17) pelo plantonista
da Companhia de Busca e Salvamento do Corpo
de Bombeiros Militar de Roraima, que se identificou
como tentente Jerner. Cruz trabalhava na identificação
dos locais de desova de tartarugas, a serviço
do Ibama.
Desde ontem a Polícia
Federal está no local da emboscada,
que é isolado e de difícil comunicação.
Para ir da capital de Boa Vista o hotel de
selva Ecotur, que está servindo de
base para a operação, são
cerca de 45 minutos de vôo. De lá
até a região do conflito, gasta-se
mais quatro horas de viagem em voadeira (canoa
motorizada).
“Não posso informar
quantos policiais são, nem qual o delegado
responsável pela investigação.
Por enquanto, não há pistas
dos assassinos. O que se sabe é que
o ataque provavelmente aconteceu em represália
à fiscalização da caça
ilegal de quelônios”, declarou o responsável
pela comunicação da Superintendência
da Polícia Federal, José Giovanni
Maia Negreiros.
José Santos Cruz
fazia parte da equipe de sete pessoas que
estava em Caracaraí para marcar as
covas de tartarugas do tabuleiro (<i>
local de reprodução dos quelônios
</i>) de Santa Fé. Na terça-feira,
por volta das 17h00 (horário local),
cinco integrantes do grupo foram baleados
por quatro homens, que seriam tartarugueiros
(<i> traficantes de tartarugas </i>).
O atentado ocorreu quando eles estavam dentro
da canoa, em direção à
praia.
Das cinco vítimas,
quatro pularam na água e conseguiram
sobreviver apenas com ferimentos leves. Uma
delas, o analista ambiental Raimundo Cruz,
ficou oficialmente desaparecida até
ontem, quando o Ibama confirmou sua localização.
José Santos Cruz morava em Caracaraí
e havia sido contratado temporariamente pelo
Ibama. Ele recebeu um tiro à queima
roupa e caiu na canoa, que foi roubada peos
agressores.
Segundo o ministro dos Transportes,
o presidente pediu a realização
de estudos para identificar os gargalos que
existem nos projetos de obras rodoviárias
em andamento, como nas BRs-101, 163, 319 e
342.
A reunião discutiu
ainda estudos sobre a situação
atual de 120 obras – cem delas da área
de energia e 20 da área de transporte
–, planejadas para realização
até 2010.
Encontrado o corpo de colaborador
do Ibama que participava de projeto de proteção
às tartarugas
16 de Novembro de 2006 -
Raquel Mariano - da Agência Brasil -
Brasília - Foi encontrado hoje (16)
o corpo do colaborador do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), José Santos Cruz, vítima,
com mais seis funcionários do instituto,
de uma emboscada armada por traficantes de
tartarugas, na terça-feira (14), na
região do Baixo Rio Branco (RR). José
Cruz foi atingido por um tiro no peito e levado
pelos traficantes. Os outros seis servidores,
também baleados, conseguiram escapar.
Eles suspeitam que José Cruz tenha
morrido na hora.
A equipe participava do
Projeto Quelônios da Amazônia,
que cuida das áreas de reprodução
das tartarugas. A captura da tartaruga amazônica
é proibida, porque o animal está
em risco de extinção.
A superintendente do Ibama
em Roraima, Nilza Baraúna, disse que
o comércio ilegal aumenta no fim de
ano porque a carne de tartaruga integra o
cardápio regional das festas de Natal
e Ano Novo. Por isso, nesse período,
o Ibama costuma fazer operações
ostensivas de fiscalização.
A equipe que sofreu o atentado
estava trabalhando apenas na identificação
dos locais de desova dos quelônios,
para posterior alocação dos
filhotes em berçários, até
que eles atingissem tamanho para se protegerem
sozinhos dos predadores naturais.
Segundo a Superintendência
do Ibama em Roraima, as Polícias Federal
e Civil, o Corpo de Bombeiros e a equipe de
resgate do Ibama continuam as buscas na região
à procura dos autores do atentado.
Local de ameaças
de tartarugueiros, Rio Jauapery poderia se
transformar em reserva extrativista
17 de Novembro de 2006 -
Thais Brianezi - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Desde 2002 o Conselho
Nacional de Populações Tradicionais
(CNPT) do Ibama estuda a criação
de uma reserva extrativista no Rio Jauapery,
que englobaria também a margem esquerda
do baixo Rio Branco, no Amazonas. O coordenador
do CNPT no Amazonas, Leonardo Pacheco, revelou
que esse processo está sendo coordenado
em parceria com o CNPT de Roraima e que os
trabalhos avançaram bastante no último
ano.
A discussão poderia
ser uma das alternativas para ajuda no combate
às ameças dos tartarugueiros
que caçam ilegalmente o animal na região.
Nesta semana, uma equipe a serviço
do Ibama em Caracaraí, em Roraima,
que causou a morte do colaborador José
Santos Cruz. O local da emboscada, no baixo
rio Branco, fica próximo ao Rio Jauapery,
na divisa entre os dois estados. O Rio Jauapery
também teve ameaças a agentes
ambientais voluntários que buscam proteger
as tartarugas.
Os agentes ambientais voluntários
são lideranças comunitárias
treinadas pelo Ibama. Eles realizam atividades
de educação ambiental e monitoramento
de crimes contra o meio ambiente. Podem, inclusive,
lavrar autos de constatação,
que servem como pontos de partida para atuação
dos fiscais do Ibama. Na região do
Rio Jauaperi atuam 11 desses agentes – ao
todo, o Amazonas já formou 1.269 deles,
consagrando-se como estado líder no
Programa Nacional de Agentes Ambientais Voluntários,
criado em maio do ano passado.
A carne de tartaruga é
uma iguaria muito apreciada na Amazônia,
mas o animal (que costuma ser vendido vivo)
só pode ser comercializado se for proveniente
de cativeiro autorizado pelo Ibama. O Amazonas
tem 57 criadouros de quelônio legalizados.
Cada tartaruga deve ser identificada com um
selo individual, colocado no seu casco.
“Pedimos à população
que não compre animais de origem duvidosa.
Com isso, as pessoas ajudarão a combater
a captura da tartaruga amazônica, que
está em risco de extinção”,
apelou Cordeiro, lembrando que o comércio
ilegal de quelônios está também
ligado à violência rural. “A
população pode ajudar não
comprando e denunciando. Até porque
esses animais ilegais são caros [custam
entre R$ 300 a R$ 1.000, de acordo com o tamanho
e a época], grande parte da população
não tem mesmo acesso a eles”.
Cordeiro informou ainda
que a multa por cada quelônio capturado
ilegalmente é de R$ 500. O infrator
está sujeito também a um processo
penal, que a princípio pode levar à
sua prisão, embora na prática
isso raramente aconteça. O telefone
do disque denúncia do Ibama no Amazonas
é: (92) 3613-3081.