16 de Novembro de
2006 - Ivan Richard - Da Agência Brasil
- Brasília - Um levantamento parcial
da Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) indica que a mortalidade infantil
dentro das aldeias indígenas brasileiras
deve voltar a cair este ano. Até outubro,
foram registradas 35,3 mortes para cada mil
nascimentos.
De acordo com o presidente
da Funasa, Paulo Lustosa, os números
ainda são parciais, mas já correspondem
a uma parte significativa do ano, pondendo
indicar uma tendência de redução
na estatística em relação
a 2005, quando a mortalidade infantil entre
crianças indígenas foi de 53,1
mortes para cada mil nascimentos.
“O Brasil possui 170 etnias
indígenas, cada uma tem hábitos
e costumes distintos. Estamos fazendo com
que a nossa medicina não queria se
impor aos índios”, disse o presidente
da Funasa durante a 1ª Mostra Nacional
de Saúde Indígena, em Brasília.
“Estamos buscando a integração
aproveitando muito da sabedoria das populações
indígenas e suas práticas."
Em 2000, quando a Funasa
tornou-se responsável pelas ações
em saúde indígena, 74,6 crianças
em cada mil nascidas morriam antes de completar
um ano de idade - recorte de tempo usado para
o cálculo da mortalidade infantil.
Já no ano seguinte, em 2001, o índice
caiu para 57, 2 mortes para cada mil crianças
nascidas vivas.
Em 2002 e 2004, a mortalidade
infantil de crianças indígenas
continuou a trajetória de queda, com
55,7 e 48,6 mortes para cada mil nascimentos,
respectivamente. De acordo com a Funasa, o
aumento registrado em 2005 foi resultado das
mortes por desnutrição infantil
em Mato Grosso do Sul.
Pelos cálculos do
Instituto Socioambiental (ISA), no ano passado,
a desnutrição infantil vitimou
50,9 crianças indígenas para
cada grupo de mil indivíduos. Em 2004,
esse índice teria ficado em 48 mortes
por desnutrição infantil para
cada grupo de mil indivíduos.
O ISA atribui boa parte
dos problemas na área de saúde
indígena à centralização
de recursos na Funasa e ao pouco diálogo
com as entidades indígenas representativas.
No início deste
ano, o Ministério Público Federal
criou um grupo de trabalho para investigar
problemas nos convênios firmados entre
o governo e as organizações
que realizam o atendimento à saúde
indígena.