Eventos discutem em Brasília
o futuro da agroenergia e dos biocombustíveis
(24/11/2006) - Com o objetivo
de discutir os cenários, as tendências
e as perspectivas da agroenergia e dos biocombustíveis,
os setores mais promissores do agronegócio
nacional e mundial, será realizada
em Brasília, de 27 a 29 de novembro,
a Feira Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis
- Enerbio/2006.
Paralelamente à feira
serão promovidos quatro grandes eventos:
a Conferência Internacional dos Biocombustíveis
- Grades Etanol e Biodiesel, o Seminário
Internacional de Energias Renováveis,
o Simpósio Brasileiro de Agroenergia
e o Seminário de Agroenergia e Biocombustíveis
para Gestores Públicos.
Segundo a comissão
organizadora, pela primeira vez, representantes
de governos de vários países,
empresários, pesquisadores, cientistas
e lideranças se reúnem para
discutir os rumos que os biocombustíveis
devem seguir. A Enerbio/2006 também
será vitrine da indústria de
máquinas, equipamentos, insumos, serviços
e tecnologia para a produção
agrícola e industrial dos biocombustíveis.
O pesquisador Eduardo Delgado
Assad, chefe-geral da Embrapa Informática
Agropecuária, vai ministrar a palestra
“Zoneamento Climático e Agrícola”.
O zoneamento agrícola indica qual o
período mais apropriado para plantio,
por cultura, de acordo com as condições
de solo do município, com o objetivo
de evitar perdas na produção
agrícola. Desde 1995, por determinação
do Conselho Monetário Nacional - CMN,
somente têm acesso ao crédito
rural os produtores dos estados e das culturas
contemplados no zoneamento de riscos climáticos.
Assad afirma que o Brasil
está fazendo grande esforço
para mudar sua matriz energética, trabalhando
com mecanismos de desenvolvimento limpo. “A
produção agrícola é
transformada em biodiesel com nível
baixíssimo de emissão de carbono
na atmosfera, o que reduz o efeito estufa
e mudanças climáticas globais,
além de reduzir nossa dependência
em relação à energia
fóssil”, explica.
Mais informações sobre a programação
da Enerbio/2006 estão disponíveis
em: www.enerbio.com.br.
Nadir Rodrigues Pereira (MTb/SSP 26.948)
Termo de condutas melhora
relação da suinocultura com
o meio ambiente
(24/11/2006) - O termo de
ajustamento de condutas da suinocultura (TAC),
que começou a ser implantado na prática
há um ano, já provocou mudanças
positivas no meio ambiente de 19 municípios
do Meio-oeste de Santa Catarina.
A conclusão foi apresentada
quinta-feira( 23) durante um seminário
de avaliação do TAC, realizado
na Embrapa Suínos e Aves, unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa,
vinculada ao Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento. “São
dados preliminares ainda, mas não temos
dúvida que o termo alterou a relação
da suinocultura com o meio ambiente na região”,
garantiu o pesquisador Cláudio Miranda
.
Uma pesquisa realizada entre
os produtores de suínos de Ipumirim,
um dos municípios abrangidos pelo TAC,
apresentada no seminário, mostrou que
90% dos entrevistados disseram que após
o termo melhorou a qualidade da água
e diminuiu a quantidade de borrachudos e moscas.
“De uma forma geral, a percepção
de todos é de que o TAC está
conseguindo melhorar o meio ambiente da região.
Mas é claro que ainda existe um longo
caminho a ser percorrido”, afirmou Júlio
César Palhares, também pesquisador
da Embrapa Suínos e Aves.
Melhoria ambiental
O termo foi implantado inicialmente
nas cidades próximas a Concórdia,
um dos municípios que mais produzem
suínos no Brasil. A discussão
em torno TAC iniciou em 2001, a partir de
uma ação do Ministério
Público catarinense. Produtores, agroindústrias,
prefeituras e governo do Estado levaram quatro
anos para definir como todas as propriedades
que produzem suínos nos 19 municípios
envolvidos fariam para se adequar à
legislação ambiental. Um dos
pontos mais difíceis do TAC foi dividir
o custo das adaptações exigidas
pelas propriedades para acabar com a poluição
provocada pelos dejetos suínos.
Dos 3,8 mil produtores de
suínos existentes nos 19 municípios
abrangidos pelo TAC, 2,1 mil sofreram algum
tipo de intervenção para diminuir
o impacto ambiental provocado pela suinocultura.
O investimento médio para adequar cada
propriedade chegou a R$ 4 mil. Nos próximos
dois anos, os suinocultores terão prazo
para concluir o plano de adequação.
Uma das ações mais importantes
será a reposição da mata
ciliar dos rios e córregos que passam
pelas propriedades. A mata ciliar obrigatória
terá 30 metros de extensão em
cada margem.
Instrumento decisivo
O presidente da Associação
Catarinense dos Criadores de Suínos
(ACCS), Wolmir de Souza, tem certeza que o
TAC é um instrumento decisivo para
o futuro da atividade. “O termo é um
começo, uma porta que se abriu para
que os produtores, dentro de condições
aceitáveis, possam cumprir a legislação
ambiental”, explicou Wolmir. O presidente
da ACCS acredita que os resultados alcançados
em Concórdia comprovam que foi acertada
a expansão do TAC para outras regiões
de Santa Catarina que produzem suínos.
A Embrapa Suínos
e Aves vai coordenar a partir de 2007 um projeto
que pretende avaliar com maior profundidade
os resultados do TAC. “Um dos métodos
de avaliação será acompanhar
a qualidade da água dos rios. Acreditamos
que a reposição da mata ciliar
vai tornar, aos poucos, a água bem
melhor”, previu Cláudio Miranda. Hoje,
a maior parte das fontes superficiais de água
na região de Concórdia não
são indicadas nem para o consumo de
animais, sem tratamento.
*CARTILHA*
O seminário de avaliação
do TAC serviu também para a apresentação
de uma cartilha dirigida aos produtores. A
publicação contém as
principais dúvidas colhidas durante
os as dezenas de reuniões realizadas
com os suinocultores da região antes
da implantação do termo. A cartilha
é dividida em temas, como “Licenciamento
ambiental”, “Área de preservação
permanente e mata ciliar” e “Armazenamento
e tratamento de dejetos”. Cada um dos tópicos
é explicado por meio de perguntas,
respondidas com o uso de uma linguagem simples.
A explicações também
são acompanhadas por desenhos, que
mostram, por exemplo, qual a distância
que uma instalação utilizada
para produzir suínos deve ter uma fonte
de água. Maiores informações
sobre a cartilha podem ser obtidas na ACCS,
pelo telefone 0xx49-2442-0414.
Jean Carlos Porto Vilas Boas Souza