24/11/2006 - A Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária - Embrapa
e a Associação Comunitária
da Vila de São Jorge – Asjor promovem
no período de 04 a 06 de dezembro,
com o patrocínio da Petrobrás,
o Encontro Etnociência e Pesquisa Agropecuária
– Diálogo de Saberes, no auditório
do Edifício Sede da Embrapa, em Brasília,
DF.
O evento reunirá
pesquisadores de diferentes áreas de
atuação e representantes dos
setores públicos e privados que atuam
na preservação e conservação
de espécies tradicionais e no manejo
da agrobiodiverdidade, com o objetivo de discutir
ações voltadas para o desenvolvimento
sustentável das comunidades tradicionais.
Durante os três dias
de atividades serão realizadas palestras,
debates, oficinas de convivência e troca
de saberes, mostra de filmes relacionados
ao tema, feira de exposição
e comercialização de produtos,
além da apresentação
de manifestações culturais artísticas
tradicionais.
A Embrapa e o povo Krahô
A parceria entre a Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia,
Unidade da Embrapa,vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
localizada em Brasília, e o povo indígena
Krahô (TO), iniciou-se em 1995, quando
representantes da etnia procuraram a Empresa
para tentar reaver as suas sementes primitivas,
especialmente de milho, que haviam desaparecido
em decorrência do cultivo comercial
intensivo.
Nas últimas décadas,
os índios da etnia Krahô, composta
por cerca de 3.000 pessoas que vivem em 18
aldeias no nordeste do Tocantins entre os
municípios de Goiatins e Itacajá
na maior área preservada do cerrado
do Brasil, trocaram seu modelo tradicional
de produção agrícola
baseado no uso de espécies consorciadas
em lavouras familiares e passaram para o cultivo
intensivo. Isso alterou a sua organização
social provocando a perda de sementes tradicionais,
principalmente de milho, cujo cultivo estava
fortemente relacionado às práticas
culturais milenares (festas e ritos), levando-os
à insegurança alimentar.
As atividades da Embrapa
desenvolvidas em áreas indígenas
visam promover a conservação
e o resgate de espécies e variedades
tradicionalmente cultivadas pelos índios
Krahôs. Essa aproximação
devolveu a esse povo indígena algo
incomensurável: o resgate de suas tradições
de plantio, colheita e armazenagem, além
de costumes tradicionais, rituais alimentares
e festividades praticadas por seus ancestrais,
que sobreviviam apenas na memória dos
mais velhos.
Essa iniciativa foi o ponto
de partida para uma série de trabalhos
etnobiológicos. Atualmente, 41 unidades
descentralizadas da Embrapa desenvolvem projetos
junto a comunidades tradicionais, incluindo
indígenas, comunidades de fundo de
pasto, quebradeiras de coco, quilombolas,
ribeirinhos, seringueiros e sertanejos. Essa
nova realidade estabelece a necessidade do
desenvolvimento e aplicação
de metodologias científicas adaptadas
às diferentes situações
vivenciadas por essas comunidades.
Apresentações culturais indígenas
e viola caipira animam abertura do evento
A sessão de abertura
do Encontro, que será realizada no
dia 04 de dezembro, às 20 horas, no
auditório do Edifício Sede da
Embrapa, vai contar com apresentações
artísticas culturais feitas pelos índios
Krahôs e com um show do compositor e
violeiro Roberto Corrêa, professor e
pesquisador da Escola de Música de
Brasília, com 14 discos lançados
e mais de 20 anos de carreira.
Entre as manifestações
culturais que serão apresentadas pelos
índios, um dos destaques será
a brincadeira de pátio, que inclui
dança e cantigas tradicionais da tribo,
denominada Katoré. Eles vão
expor também artesanato indígena
e realizar uma vivência com grafismos
em pintura corporal.
O “Encontro Etnociência
e Pesquisa Agropecuária – Diálogo
de Saberes” acontece de 04 a 06 de dezembro
no auditório do Edifício Sede
da Embrapa (Parque Estação Biológica
– PqEB, final Av. W3 Norte), das 8h30 às
16h00.
Serão abertas 30
vagas para os painéis. As inscrições
devem ser feitas com Bethânia pelo telefone
(61) 3448 4661. Confira a programação
no site: www.asjor.com.br/embrapa. Mais informações:
(61) 3034 4994.
Fernanda Diniz