Cuiabá (23/11/2006)
– O Ibama-MT e a Polícia Federal deflagraram
hoje a Operação Kayabi II, com
a prisão de 33 empresários e
funcionários públicos envolvidos
na extração ilegal de madeira
na Terra Indígena Kayabi, situada entre
Mato Grosso e Pará. Entre os presos,
está o ex-superintendente do Ibama
no Mato Grosso Jacob Ronald Kuffner.
Os danos ambientais ocorridos
na Terra Indígena, localizada entre
o município paraense de Jacareacanga
e os municípios matogrossenses de Alta
Floresta, Paranaíta e Apiacás,
foram levantados pela equipe do Ibama, Funai
e Polícia Federal a partir de denúncias
recebidas por estes órgãos e
pelo Ministério Público Federal.
A análise de imagens
de satélite permitiu estabelecer a
cronologia da alteração de áreas
no interior da T.I., demonstrando uma evolução
de 21.563 hectares desmatados e transformados
em pastagens, principalmente a partir da criação
da terra indígena. Estima-se que cerca
de 1,5 milhão metros cúbicos
de madeira tenha sido subtraído ilegalmente,
suficiente para encher 37.500 carretas. Esse
volume de madeira entrou nas empresas madeireiras
da região de Apiacás, Alta Floresta
e Paranaíta/MT e teriam proporcionado
a movimentação de mais de R$
150 milhões.
Segundo a fiscalização,
este volume provavelmente deve ter abastecido
um número muito maior de empresas,
o que deve ser levantado no decorrer das investigações.
A operação
de hoje é um desdobramento da Kayabi
I, realizada em março último.
Na primeira etapa, o Ibama aplicou multas
no valor de R$ 34 milhões, apreendeu
maquinário e embargou atividades por
falta das devidas licenças e autorizações
do órgãos ambientais competentes.
Na Operação
Kayabi II, estão sendo cumpridos 105
mandados de prisão e de busca e apreensão
relacionados a invasão de terras públicas,
ameaças a indígenas e extração
e comercialização de madeira
ilegal. Pelo menos nove madeireiras foram
identificadas como receptadoras das madeiras,
embora provavelmente o número seja
maior e possam estar sendo identificadas com
o decorrer da ação.
A Polícia Federal
cumpre mandados de prisão em Mato Grosso,
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Goiás, Mato Grosso do Sul e Sergipe,
enquanto equipes do Ibama realizam levantamento
nos pátios das madeireiras.
O centro da operação
é o Escritório Regional de Alta
Floresta, onde a Polícia Federal montou
sua estrutura de trabalho e para onde estão
sendo conduzidas as pessoas presas. Coordena
a equipe do Ibama o analista ambiental Leslie
Nelson Jardim Tavares, Chefe da Fiscalização
da Superintendência do Ibama no Mato
Grosso. A operação Kayabi II
integra as ações do Plano de
Prevenção e Controle do Desmatamento
Ilegal na Amazônia.