28-11-2006 - São
Paulo - Radio BBC 4, do Reino Unido, reconheceu
o bom trabalho feito contra o desmatamento
no Brasil em 2006 e concedeu o prêmio
especial do júri do Food and Farming
Awards
A Campanha Amazônia
do Greenpeace recebeu o prêmio especial
do júri do Food and Farming Awards
2006, oferecido pela Radio BBC 4, do Reino
Unido. Os jurados reconheceram os resultados
do trabalho de "conscientização
da indústria da alimentação
sobre as dimensões éticas e
ambientais da produção de alimentos,
em particular pela campanha ligada à
soja".
Em abril de 2006, o Greenpeace
publicou o relatório "Comendo
a Amazônia", que revela como a
demanda mundial pela soja produzida no bioma
Amazônia alimenta a destruição
da floresta, incentivando o desmatamento,
a grilagem de terras e a violência contra
as comunidades. A investigação
mostra que a maior parte da soja que ocupa
o lugar da floresta no Brasil alimenta criações
de frango, porcos e gado na Europa. Protestos
pacíficos realizados em Santarém
(PA), em parceria com movimentos sociais locais,
pressionaram o setor da soja a impor a moratória.
Segundo o júri, o
Greenpeace forneceu um modelo de como investigar
a indústria da alimentação
globalmente. "Nós ficamos tremendamente
impressionados com a campanha do Greenpeace
contra a soja (amazônica). Sua pesquisa
provou que a soja produzida no Brasil estava
destruindo a floresta para alimentar frangos,
porcos e gado utilizados por multinacionais
de alimentos e redes de varejo na Inglaterra.
Algo que eles não sabiam. Foi esta
pesquisa que fez com que a indústria
de alimentos apoiasse a moratória que
foi imposta para novos desmatamentos pelos
próximos dois anos", disse a apresentadora
Sheila Dillon, na entrega do prêmio
em Londres, no último domingo (26/11).
Até julho de 2008,
as maiores indústrias do setor se comprometeram
a não comprar grãos que tenham
sido plantados em novas áreas desmatadas
no bioma amazônico. O Greenpeace segue
monitorando focos de desmatamento e a implementação
das medidas necessárias para fazer
vingar a iniciativa.
Paul Johnson entre os 100
maiores ambientalistas de todos os tempos
O cientista Paul Johnson, do Greenpeace, aparece
em 40o. lugar na lista dos 100 mais importantes
ambientalistas de todos os tempos, criada
pela Agência de Meio Ambiente do governo
britânico e divulgada nesta terça-feira
pelo jornal inglês The Guardian. Johnson
fundou o Laboratório de Pesquisas do
Greenpeace em Londres, em 1987, e há
20 anos fornece dados científicos sobre
questões ambientais que ajudam a alimentar
o debate e promover o conhecimento ecológico
do planeta. Os dados levantados por Johnson
também são material fundamental
para guiar e apoiar as campanhas ecológicas
do Greenpeace em todo o mundo.
A lista da Agência
de Meio Ambiente do governo britânico
traz também o nome de dois ambientalistas
brasileiros, ambos assassinados por sua defesa
do meio ambiente: Chico Mendes (17o. lugar)
e Dioniosio Ribeiro Filho (42o.). Mendes foi
morto em 1988 em Xapuri, no Acre, quando lutava
pela criação de reservas extrativistas
para seringueiros na floresta amazônica.
Dionisio foi encontrado morto em 2005 com
um tiro de escopeta a queima-roupa na entrada
da Reserva Ecológica do Tinguá,
que ele ajudou a criar em Nova Iguaçu,
no Rio de Janeiro.