Pesquisador
critica audiências antes de estudos
sobre hidrelétricas no Rio Madeira
29 de Novembro de 2006 -
Kelly Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Estão marcadas
para hoje (29) e amanhã (30) audiências
públicas nos municípios de Abunã
e Mutum-Paraná (RO) para discutir a
construção de duas usinas hidrelétricas
no Rio Madeira. O projeto é questionado
por pesquisadores da região. Entre
eles, o professor da Universidade Federal
de Rondônia, especializado em planejamento
energético, Artur Moret.
Segundo Moret, as audiências
ocorrem de forma precipitada, sem que tenham
sido realizados estudos completos sobre o
impacto das hidrelétricas no meio ambiente.
O pesquisador diz que falta avaliar o impacto
do empreendimento em toda a extensão
da bacia do Rio Madeira, que é de 1,4
milhão de quilômetros.
Somente 260 quilômetros,
nas proximidades de Porto Velho, teriam sido
avaliados. Estudos feitos pelo próprios
empreendedores do complexo hidrelétrico
(Furnas e Odebrecht) foram enviados ao Instituto
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
“A obra é importante
na perspectiva da energia. Mas não
tem como a sociedade tomar uma decisão
a respeito dessa obra se você não
tem todas as informações e parâmetros
para analisar”, afirma o professor da Universidade
Federal de Rondônia.
De acordo com Moret, além
de poder gerar problemas no abastecimento
de água na capital de Rondônia,
Porto Velho, há uma preocupação
de que o empreendimento cause inundação
em parte do território boliviano.
Entretanto, segundo o Ministério
das Relações Exteriores, não
há motivo de preocupação
porque todas as informações
sobre a obra serão repassadas à
Bolívia.
Entre os dias 10 e 11 de
novembro, foram realizadas audiências
públicas sobre as obras nas cidades
de Porto Velho e de Jaci Paraná. A
previsão é que as usinas hidrelétricas
tenham capacidade de gerar 6,4 mil megawatts
de energia.
Populações
de Rondônia têm mais 15 dias para
debater impacto de hidrelétricas no
Rio Madeira
29 de Novembro de 2006 -
Agência Brasil - Brasília - As
populações de Abunã e
Mutum-Paraná, em Rondônia, têm
mais 15 dias para apresentar sugestões
que ajudem o Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) a avaliar os impactos da construção
de hidrelétricas no Rio Madeira no
trecho entre Porto Velho e Abunã.
Para o debate, estão
marcadas audiências públicas
nas duas cidades, hoje (29) e amanhã
(30). Só depois disso é que
o Ibama decidirá se acata ou não
as reivindicações das populações
atingidas pelas barragens.
A construção
das usinas de Santo Antônio e Jirau
envolve questões polêmicas, já
que não há estudos que revelem
o real impacto sobre a bacia do Madeira, que
se estende pelos territórios brasileiro,
boliviano e peruano. A Bolívia, por
exemplo, contesta a construção,
pois teme a inundação de grandes
áreas de seu território.
Outra questão é
levantada pelo professor da Universidade de
Rondônia e doutor em planejamento, Arthur
Moret. Ele quer saber quem vai consumir os
quase 6,5 mil megawatts de energia produzidas
pelas usinas e quem vai pagar os custos da
obra.