Conservação
Ambiental - 28/11/2006 - A sexta expedição
do Programa de Pesquisa em Biodiversidade
(PPBio/Amazônia Oriental), do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), partiu
para a Floresta Nacional de Caxiuanã,
a 400 quilômetros de Belém do
Pará, na última terça-feira
(21), com o objetivo de investigar moscas
e abelhas. O programa na área da Amazônia
Oriental é coordenado pelo Museu Paraense
Emílio Goeldi (MPEG/MCT). A expedição
retorna à Belém no dia 10 de
dezembro.
A equipe está sob
a coordenação do pesquisador
Hermes Medeiros, e inclui bolsistas e técnicos,
além de um estudante do Maranhão,
que recebe treinamento sobre os procedimentos
de inventário biológico adotados
no PPBio.
Segundo a coordenadora do protocolo, a pesquisadora
Marlúcia Martins, entre as espécies
de moscas a serem coletadas estão as
drosofilídeos, tefritídeos,
califorídeos e ropalomerídeos,
e para o protocolo de abelhas serão
coletadas espécies da família
Apidae.
Para a realização
das coletas serão utilizadas armadilhas
com diferentes tipos de iscas, de acordo com
a família do animal. Para as moscas
serão utilizadas três tipos de
iscas contendo banana, melado de cana e pulmão
bovino em decomposição. Já
para as abelhas, as armadilhas contém
uma isca aromática, que imita o odor
de flores.
"O tempo para a coleta
pode variar de duas horas até dois
dias, mas com essas diferentes iscas esperamos
capturar cerca de trezentos indivíduos
de 100 a 150 espécies diferentes",
completou a pesquisadora.
Insetos de palmeiras
A quinta expedição
do PPBio/ Amazônia Oriental teve início
no dia 7/11, com o objetivo de coletar insetos
de palmeiras. Segundo a pesquisadora Roberta
Valente, responsável pela expedição,
o trabalho em campo visa a coletar besouros
da família Curculionidae, vulgarmente
conhecidos como "gorgulhos", encontrados
nas inflorescências (conjunto de flores)
de palmeiras. Nesta coleta serão pesquisadas
palmeiras dos gêneros Attalea, Syagrus,
Astrocaryum e Oenocarpus, que segundo Roberta,
são gêneros amplamente distribuídos
na Amazônia.
Os besouros gorgulhos que
vivem em flores de palmeiras são, segundo
Roberta, em sua imensa maioria, "especialistas"
quantos a sua associação com
palmeiras. Assim, por exemplo, as espécies
de gorgulhos que vivem no açaizeiro
(Euterpe oleraceae) não são
encontradas em outras espécies de palmeiras.
Os gêneros de gorgulhos mais abundantes
são Andranthobius, Derelomus e Phytotribus.
A pesquisadora explica também como
acontece a coleta desses animais.
"O processo de coleta
dos besouros é extremamente cuidadoso.
Primeiro o técnico sobe na palmeira
para ensacar a inflorescência, a qual
é cortada da palmeira e levada ao solo,
onde recebe acetato de etila, veneno usado
para matar insetos. Logo após é
feita uma triagem para separar os insetos
das flores. O trabalho termina no laboratório
com a identificação, contagem
e catalogação de cada indivíduo
(inseto) encontrado", explica Roberta.
A pesquisadora trabalhou
de 1997 a 1999 realizando coletas semelhantes
em Caxiuanã e tem dois livros, três
capítulos e um artigo publicado sobre
o assunto. Durante os dois anos de trabalho
coletou mais de cem espécies de besouros.
(Fernanda Engelhard – Assessoria de Comunicação
PPBio/Amazônia Oriental)
Assessoria de Comunicação Social
do Museu Goeldi