Panorama
 
 
 

BIODIVERSIDADE E PROTEÇÃO DAS MATAS BRASILEIRAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Novo decreto determina mudanças na reposição de florestas

4 de Dezembro de 2006 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Um redesenho nas normas para a elaboração de planos de manejo florestal sustentáveis em áreas públicas e privadas de todo o território nacional é o que prevê o decreto publicado no Diário Oficial da União no último dia 1º.

As mudanças foram necessárias porque o decreto que regulamentou pela primeira vez o manejo florestal no Brasi tem cerca de 10 anos, ou seja, era preciso atualizar os procedimentos.

“Foram 10 anos em que muito se aprendeu sobre a gestão de florestas, principalmente sobre como manejar florestas tropicais, que é nosso maior desafio”, diz o diretor do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo.

Uma das mudanças diz respeito à reposição florestal. Agora, ela passará ser feita por quem desmata. Antes, o reflorestamento ficava a cargo apenas de quem consumia a madeira. “Agora quem desmata tem a obrigação de repor a floresta. Isso vai fazer com que nosso processo de reposição florestal multiplique mais que 10 vezes em relação ao que era feito atualmente”.

Nos próximos dias, o Ministério do Meio Ambiente deve publicar uma instrução normativa tratando especificamente dos critérios de aplicação da reposição florestal e dos procedimentos para a aprovação e monitoramento dos planos de manejo.

A transparência é outro item trazido pelo decreto. Os órgão ambientais ficam obrigados a publicar na internet informações sobre operações de licença ambiental e o plano de aprovação de manejo florestal, por exemplo.

As medidas, segundo Azevedo, “vão tornar mais dinâmico o processo de aprovação e apoio ao manejo sustentável das florestas". Na avaliação dele, isso evitará o desmatamento e a utilização predatória, além de aumentar o estímulo para as pessoas fazerem o plantio de novas florestas a partir do mecanismo de reposição florestal. "Também permitirá que a sociedade possa controlar melhor o que está sendo feito com as florestas”.

O Plano de Manejo Florestal Sustentável faz um diagnóstico completo das características de determinada unidade de vegetação nativa com peculiaridades geográficas, espécies de animais e plantas. Deescreve, ainda, grupos humanos que ocupam o local.

O plano separa as áreas da floresta que devem ser preservadas das que podem ser exploradas, estabelecendo critérios para a extração dos produtos e sub-produtos florestais.

Ibama conclui expedição no Amapá para mapear diversidade biológica

1 de Dezembro de 2006 - Rosângela Ramos - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Com o objetivo de coletar dados da diversidade biológica existente em uma das regiões de mais difícil acesso do Amapá, o Ibama realizou, de 7 a 30 de novembro, a segunda expedição à área norte da Reserva Biológica do Lago Piratuba. De acordo com a analista ambiental do Ibama do Amapá, Miriam Lucateli, as informações obtidas irão subsidiar o Plano de Manejo da Unidade de Conservação, em fase de elaboração, que vai determinar as atividades permitidas no interior e entorno da área protegida, orientando sobre o uso e manejo dos recursos naturais.

Lucateli explica que essa expedição teve como objetivo conhecer a área da reserva, fazer levantamento de dados, coletas e pesquisas para conhecer melhor a área e subsidiar a elaboração do plano de manejo da reserva do Lago Piratuba. Segundo a analista, entre as espécies pesquisadas, estão mamíferos, insetos, aves e morcegos, incluindo levantamentos de espécies de samambaias e avencas.

Como a unidade abriga diversos lagos em seu interior, estão sendo desenvolvidos estudos sobre a qualidade da água e as espécies que se desenvolvem em ambientes aquáticos ou vivem parte de seu ciclo biológico em substratos, como caranguejos, camarões e lavras de insetos, bem como pesquisas sobre algas, lavras de peixes e peixes.

Na área de répteis, foi incluída a realização de um censo sobre os jacarés. Também serão analisados aspectos da geologia e da geomorfologia da região. Esses resultados vão constar no plano de manejo da reserva, que será utilizado para desenvolver estratégia de melhor proteger e manejar os recursos existentes. Os resultado dos estudos e levantamentos dessa expedição serão divulgados no decorrer de 2007 e o plano até o final do próximo ano.

Pará tem uma das maiores áreas de conservação ambiental do mundo

4 de Dezembro de 2006 - Grazielle Machado - Da Agência Brasil - Brasília - Sete unidades de conservação da Floresta Amazônica foram criadas hoje (4) no Pará. São cerca de 15 milhões hectares, que juntos formam uma das maiores áreas de proteção ambiental do planeta.

As unidades foram criadas pela Lei das Diretrizes do Macrozoneamento Ecológico-Econômico, que visa diminuir o desmatamento ilegal e os conflitos fundiários na região.

As áreas de proteção são equivalentes à soma dos territórios dos estados de Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro. São locais com ampla diversidade biológica e com uma grande quantidade de nascentes.

Para reduzir os conflitos de terra e o desmatamento ilegal na Amazônia, o governo criou contratos de concessão que vão gerar verbas para os municípios. E os madeireiros vão ter que pagar pela área explorada.

“Em áreas de desenvolvimento sustentável, os madeireiros vão ter acesso por meio de concessão florestal, que vão ser passadas através do Instituto de Desenvolvimento Florestal", disse o secretário do Meio Ambiente do Pará, Raul Porto. "Esse instituto vai definir o tamanho de área para poder dar acesso ao grande, ao pequeno, ao médio e à população local. De modo que vai ser com bastante transparência”.

Segundo ele, o governo pretende firmar parcerias para que as áreas protegidas possam ser monitoradas 24 horas.

De acordo com o pesquisador e coordenador da Organização Não-Governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, as novas áreas têm grande importância ambiental e biológica.

Outras duas áreas de proteção estavam previstas no programa, mas foram embargadas por uma liminar na justiça. São a Floresta Estadual da Amazônia e a de Santa Maria de Uruará.

A população local não aprovou o modelo proposto pelas áreas de conservação. Os moradores querem o direito de posse da terra onde vivem. Essas áreas sofrem com a intensa exploração predatória de madeira e o desmatamento.

Pesquisadores defendem nova estratégia de gestão ambiental para a Amazônia

7 de Dezembro de 2006 - Thais Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Manaus - O Programa Integrado de Recursos Aquáticos da Várzea (Pyra), da Universidade Federal do Amazonas, está comemorando hoje (7) dez anos de atividades com uma nova estratégia de conservação para a Amazônia: sistemas abertos sustentáveis (SAS). “Nossa proposta se contrapões à criação de unidades de conservação porque as áreas protegidas são definições do território impostas de cima para baixo, delimitadas principalmente pela pesquisa biológica, pelos recursos naturais, não pelos grupos sociais e pelas redes de interação das comunidades”, explicou a coordenadora do Pyra, bióloga Nídia Noemi Fabré.

O conceito de sistemas abertos sustentáveis foi construído a partir das pesquisas e projetos de desenvolvimento local realizados em 25 comunidades ribeirinhas de Manacapuru (AM), nas quais vivem cerca de 2,8 mil pessoas. A idéia básica da proposta é valorizar o conhecimento tradicional dos moradores da floresta e apoiar o uso múltiplo equilibrado dos recursos naturais, gerando melhorias na qualidade de vida.

“A sustentabilidade aqui é pensada a partir da criação de alternativas e compensações aos moradores do interior. A obrigação de cuidar da natureza é de todos, não só deles. A gestão ambiental na Amazônia tem que ter foco no ser humano, tem que passar pela melhoria na educação, o respeito aos jovens, às mulheres”, disse a pesquisadora.

Fabré disse que a política de criação de unidades de conservação na Amazônia evoluiu nos últimos 30 anos a partir da luta dos movimentos sociais da região, especialmente dos seringueiros. “Antes as áreas protegidas eram pensadas como locais que excluem as pessoas. A partir da década de 80, temos a criação das reservas extrativistas, e em 2000 o Snuc (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) dividiu as unidades de conservação em duas categorias: proteção integral e uso sustentável (as últimas admitem moradores)”, explicou.

“Hoje muitos movimentos sociais brigam pela delimitação de unidades de conservação porque elas têm uma série de políticas públicas associadas a ela, como a facilidade de acesso ao crédito. Mas é preciso criar esses instrumentos também para os sistemas abertos sustentáveis. Não precisamos transformar a Amazônia em uma grande unidade de conservação para que o Estado dialogue com seus moradores”, afirmou.

Projeto de reflorestamento prevê plantio de 8 milhões de mudas na Baixada Fluminense

11 de Dezembro de 2006 - Thaís Leitão - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Uma área de 8 milhões de metros quadrados – correspondentes a cerca de 800 campos de futebol – na Serra de Madureira, no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, começa a ser reflorestada com vegetação nativa de mata atlântica. O objetivo é evitar deslizamentos de terra que colocam em risco a vida de cerca de 100 mil pessoas que vivem nas encostas da região, que sofre com o desmatamento.

As primeiras mudas do projeto lançado pela prefeitura do município foram plantadas hoje (11). Nos próximos quatro anos, está previsto o plantio de 2 milhões de árvores – ipê, jatobá e cedro, entre outras.

“Tomara que agora dê certo”, disse a moradora Delza Furtado. Ela contou que em novembro as chuvas que atingiram a região causaram prejuízos a diversas famílias. “Há pouco tempo desabou muita casa aqui. Graças a Deus a minha não caiu, mas pingou muito lá. E é horrível, porque eu sou aposentada e tenho quatro filhos.”

Para o prefeito Lindberg Farias, o reflorestamento dessa área de mata atlântica é fundamental para toda a Baixada Fluminense. “Essa área sempre vai sofrer com o perigo dos desabamentos em épocas de chuvas. Só tem um jeito de prevenir que eles aconteçam: é plantando árvore. E essa região tem tudo para ser um grande pulmão da baixada”, afirmou.

De acordo com o coordenador do projeto, Celso Junius, a iniciativa vai ainda gerar empregos e capacitação juntos à população jovem da região. Para participar do programa de reflorestamento foram selecionados 144 jovens que participaram de aulas técnicas sobre reflorestamento, produção de mudas e combate a incêndio. Eles vão receber benefícios como uma bolsa de estudos no valor de R$ 150 por mês por um período de até nove meses.

“Além de contribuir com o meio-ambiente eu ainda vou ter a possibilidade de trabalhar nessa área, que é bastante interessante”, avaliou a universitária Bianca Nunes, uma das selecionadas.

O programa conta também com um viveiro com capacidade para 400 mil mudas de espécies nativas por ano. Todas elas são compradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Revisão de mapa de áreas para conservação deve ser finalizada neste ano, diz ministério

6 de Dezembro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Deve estar pronta até o fim do mês a atualização do Mapa Nacional de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios. A informação foi dada pelo representante da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Ronaldo Waighan.

O 3º Seminário Regional que está acontecendo hoje (7) e amanhã em Manaus, reunindo lideranças indígenas e representantes do ministério, encerra os debates públicos sobre a revisão do mapa. Segundo Ronaldo Waighan, na reunião extraordinária, prevista para os dias 19 e 20, o Conselho Nacional de Biodiversidade (Conabio) deve aprovar agora o mapa atualizado. “O conselho deve recomendar a publicação em forma de portaria", detalhou. "Esse processo começou há um ano, com a aprovação da metodologia pelo Conabio.”
Waighan explicou que a priorização das áreas se traduz em maior volume e rapidez de investimentos nelas, em projetos de proteção e uso equilibrado dos recursos naturais. "Quando tudo é prioritário, nada é prioritário. Se a sociedade não ajuda a dizer o que é mais urgente, o governo fica com amplos poderes de decisão, e, logo, é mais difícil controlar suas ações", opinou.

O mapa atualmente em vigor é fruto de um trabalho realizado entre 1998 e 2000, dividindo trechos dos biomas brasileiros (Amazônia, caatinga, cerrado, pantanal, mata atlântica, campos sulinos, zona costeira e marinha) em zonas de "prioridade extremamente alta", "muito alta", "alta" e em partes "insuficientemente conhecidas". Esse estudo foi homologado em maio de 2004, na forma de um decreto presidencial. No mesmo mês o MMA publicou uma portaria que estabelecia a revisão periódica do mapa, a cada dez anos.

"Graças aos avanços dos estudos e a outros fatores, estamos fazendo essa revisão antes. Em setembro, realizamos uma oficina em Cuiabá [Mato Grosso], da qual saiu a proposta de mapeamento das áreas mais relevantes para conservação. É esse esboço que está sendo discutido nos seminários regionais", explicou Waighan.

O primeiro seminário regional aconteceu em outubro, em Brasília, debatendo as terras de Roraima, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Em novembro, o segundo seminário em Belém, discutiu também as áreas dentro do Pará, Acre, Amapá, Amazonas e Roraima. "A assembléia desse segundo deliberou que não faria recomendações para terras indígenas e aprovou a sugestão de fazer um seminário específico sobre o tema. Esse terceiro seminário não estava previsto, foi uma conquista do movimento indígena", comentou o representante do ministério.

"Censo das florestas" vai permitir mapear a biodiversidade brasileira

4 de Dezembro de 2006 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/ABr - Brasília - Os ministros da Agricultura, Luiz Carlos Guedes, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participam do seminário Inventário Florestal Nacional do Brasil.
Brasília - Fazer um “censo das florestas" brasileiras é o que pretende o Inventário Florestal Nacional do Ministério do Meio Ambiente. Assim como no caso do censo populacional, que tem a finalidade de saber quantos somos e assim subsidiar o planejamento de políticas como de educação e saúde, a pesquisa vai permitir um levantamento da cobertura florestal brasileira nativa e plantada de forma a identificar o uso atual e os potenciais futuros.

O Inventário Florestal Nacional será fundamental para a preservação das florestas que, afinal, cobrem quase 50% do nosso território. Na prática, as informações do Inventário serão usadas para, por exemplo, recuperar uma área degradada. Para isso é preciso saber o quanto se tem de áreas de preservação permante (APPs) e um dos dados que o Inventário irá trazer é a porcentagem de APPs no país.

O mapeamento irá ainda orientar a expansão de áreas de florestas plantadas, com o objetivo de ter produção sustentada, e ainda abrir a possibilidade para que as comunidades coloquem as demandas locais em relação às florestas. “É uma nova fase trabalhar com o planejamento a partir de informações reais. Essa idéia de estar planejando quase no escuro é muito ineficiente. Incrível como o Brasil usa suas florestas há mais de 300 anos e não tinha uma lei de Gestão de Florestas Públicas, não fazia esse Inventário Florestal. Temos países que fazem o inventário desde 1920”, observa a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A pesquisa deve ser iniciado no próximo ano, de acordo com o secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. A exemplo do censo populacional será atualizado permanentemente. “Iniciando no ano que vem a previsão é de que nos próximos três, quatro anos, tenhamos o levantamento nacional total e, a partir daí, processos permanentes de atualização”. De acordo com ele, o Inventário é realizado mais de 20 anos depois do último mapeamento semelhante que é da década de 80. A atualização deve ocorrer a cada cinco anos.

Após a aprovação da lei de Gestão de Florestas Públicas a realização do Inventário marca um novo cenário sobre o tema florestas no país, como afirma o diretor do Serviço Florestal Brasileiro do MMA, Tasso Azevedo. “O Inventário é possível no novo contexto de organização institucional do Brasil, onde o tema florestal passou a ser um tema da agenda de desenvolvimento do país e está refletido no Plano Plurianual com metas bem específicas”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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