Panorama
 
 
 

VALE DO RIO DOCE X COMUNIDADES INDÍGENAS XIKRIN

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Vale do Rio Doce suspendeu repasses a índios xikrin em outubro

5 de Dezembro de 2006 - Agência Brasil - Brasília - A Companhia Vale do Rio Doce cancelou em 31 de outubro o repasse financeiro mensal que fazia para as comunidades indígenas xikrin, que vivem em aldeiras próximas à Serra dos Carajás, sul do Pará. O repasse era feito pela empresa como uma compensação pela utilização de área originalmente indígena. A verba de R$ 430 mil era distribuída para mais de mil indígenas, segundo o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).

O anúncio de cancelamento do repasse foi feito pela empresa durante reunião realizada com representantes da Vale do Rio Doce, dez lideranças indígenas xikrin e o presidente da Funai. Em nota, a empresa justificou a ação devido à ocupação que os índios fizeram em um pátio da Vale em Marabá (PA), no dia 18 de outubro. Os Xikrin acusaram a Vale de descumprir parte de um termo de compromisso firmado em maio, que previa o aumento de repasses financeiros às comunidades indígenas, este ano.

Vale do Rio Doce questiona liminar que a obriga retomar repasses para índios xikrin

5 de Dezembro de 2006 - Juliane Sacerdote - Da Agência Brasil - Brasília - A Companhia Vale do Rio Doce entrou na Justiça com recurso contra a liminar favorável aos índios xikrin, concedida pela Justiça Federal do Pará. O impasse na transferência de recursos para os indígenas começou porque a empresa se recusou em renegociar os valores. Segundo o advogado da companhia, Pedro Bentes, a Vale vai recorrer, “pois a liminar parte de uma premissa equivocada”. O recurso foi apresentado no Tribunal Regional Federal, de Brasília.

O juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad, da Subseção de Marabá (PA), argumenta que a Vale do Rio Doce não se exime da obrigação jurídica de fornecer amparo às comunidades indígenas, diante do fato de que ainda utiliza o direito de uso sobre a área pertencente à União, concedida em março de 1997. “Não existe nenhum ato legal de qualquer natureza judicial e administrativa que obrigue a Vale do Rio Doce a efetivamente realizar esse repasse para os índios, que serviria de amparo à população indígena”, questiona o advogado, em entrevista à Agência Brasil.

Bentes explicou que a Vale “sempre fez os repasses de forma voluntária”, inclusive o acordo com a Fundação Nacional Índio (Funai) foi assinado de maneira voluntária. “Nesse documento estava previsto que os índios não poderiam tomar atitudes violentas, nem invadir áreas de mineração. Eles fizeram então a Vale cancelou os convênios”, diz.

Essa desobrigação, de repassar aos índios uma compensação ambiental pelo uso de suas terras, é justificada pelo advogado da empresa: “a Vale não minera em área indígena. Não existe nenhuma mina localizada em áreas indígenas. A área de mineração mais próxima fica a mais de 100 quilômetros de terras indígenas. A atividade mineradora da Vale não toca nem direta nem indiretamente com nenhuma terra indígena”. De acordo com Bentes, a companhia “não pretende e nem vai realizar nenhum pagamento aos índios”.

Justiça obriga Vale do Rio Doce a repassar recursos para os índios xikrin

5 de Dezembro de 2006 - Aloisio Milani - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Justiça Federal do Pará concedeu liminar que obriga a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) a retomar o repasse de recursos para os índios xikrin como forma de compensação por uso de uma área originalmente indígena na Serra de Carajás, no Pará. A região é usada atualmente para a exploração de minério de ferro. O impasse começou quando a empresa se recusou em renegociar os valores e, durante um protesto em outubro, os índios invadiram a área e impediram a produção. A empresa, na época, suspendeu os repasses alegando descumprimento de acordo pelos Xikrin.

Segundo o juiz federal Carlos Henrique Borlido Haddad, da Subseção de Marabá (PA), a Vale do Rio Doce deve restabelecer as transferências à comunidade xikrin, no valor mensal de R$ 569.915,89, sendo R$ 243.578,29 destinados aos Xikrin do Cateté e R$ 353.337,60 aos Xikrin do Djudjekô. A verba deve ser depositada mensalmente na conta bancária das associações até o dia 10, a começar por dezembro. O juiz também previu multa diária de R$ 50 mil caso a empresa não cumpra o cronograma. Veja ao lado a íntegra da decisão judicial.

A decisão foi tomada após análise da ação cautelar pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo a decisão, a Vale do Rio Doce, que decidiu cancelar os repasses por conta do protesto dos Xikrin, não exime a empresa da obrigação jurídica de fornecer amparo às comunidades indígenas, diante do fato de que ainda utiliza o direito de uso sobre a área pertencente à União, concedida em março de 1997.

A Vale arumenta na defesa que o repasse de recursos às comunidades indígenas é "mera obrigação moral" e que a suspensão da se deve ao protesto nas instalações da empresa. "A despeito de a obrigação não ser imposta por lei, como argüiu a empresa para eximir-se de seu adimplemento, foi imposta como contrapartida às restrições que sofre a União, titular do domínio, durante o tempo de vigência do direito real de uso. A obrigação é contratual e o descumprimento importa na própria nulidade da concessão", responde o juiz Carlos Henrique Haddad na decisão.

Índios xikrin elogiam decisão da Justiça que obriga Vale a retomar repasses financeiros

5 de Dezembro de 2006 - Juliana Sacerdote - Da Agência Brasil - Brasília - O gerente da associação indígena Bep Noi, Paulo César Brasil, que representa os índios xikrin do Cateté, afirma que as comunidades estão satisfeitas com a liminar da Justiça Federal do Pará que obrigou a Companhia Vale do Rio Doce a retomar os repasses financeiros como forma de compensação pela exploração de minério de ferro em uma área orignalmente indígena. Hoje (5), a empresa afirmou que pretende entrar com recurso contra a decisão.

“Mesmo que eles [a Vale] entrem com recurso, vão ter que pagar as parcelas relativas aos meses de outubro, dezembro e janeiro. Já esperávamos por isso, mas já estamos preparando um documento que vai organizar como os recursos vão ser gerenciados, e vamos nos reunir com as comunidades dos xikrin do Cateté e do Djudjekô, no dia 15 de dezembro ”, avalia.

O líder explica que a associação vai receber o dinheiro até janeiro e vai administrá-lo junto com a Fundação Nacional do Índio (Funai). A partir de fevereiro, o gerente da Bep Noi prevê que o Ministério Público Federal passe a receber o dinheiro e repasse para a Funai administrá-lo junto com os índios. Essa é uma mudança prevista na forma das transferências que eram feitas diretamente às associações, em negociação direta entre a Vale e os índios.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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