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AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL: PRODUTOS FLORESTAIS, TURISMO E RESERVAS EXTRATIVISTAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Índios kayapó produzirão óleo de castanha na maior área de floresta tropical certificada do mundo

14 de Dezembro de 2006 - Gabriella Noronha - Da Agência Brasil - Brasília - Representantes dos índios kayapó, da Terra Indígena Baú, receberam ontem (13) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o certificado de manejo florestal de sua área, que tem 1,5 milhão de hectares. A região, no sudoeste do Pará, tornou-se a maior área de floresta tropical certificada para manejo do mundo

Os índios agora têm o selo FSC (Forest Stewardship Council) e a certificação orgânica do Instituto Biodinâmico (IBD) para sua produção de óleo de castanha. Concedido pela entidade Imaflora, o selo atesta que a produção foi manejada seguindo critérios de sustentabilidade, promovendo desenvolvimento econômico aliado a justiça social e preservação ambiental. Já a certificação orgânica, concedida pelo IBD, atesta que os produtos são livres de agrotóxicos.

Os Kayapó manejam a castanha-do-Brasil, também conhecida como castanha-do-Pará, extraída em toda a Amazônia, em instalações dentro de suas aldeias no sudoeste do Pará e norte de Mato Grosso. Da castanha é extraído o óleo usado como base para produtos cosméticos, de cremes a sabonetes.

Para a elaboração de um modelo de controle na coleta, os índios receberam assessoria do projeto Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis do projeto Amigos da Terra. O gerente do projeto, Luiz Cruz Villares, afirmou em entrevista à Rádio Nacional que essa assessoria envolveu desde a reformulação das atividades de coleta e produção do óleo até a capacitação para a administração.

“Elaboramos um plano de trabalho juntamente com eles e passamos um bom período mostrando como é a certificação, quais são os procedimentos e o que seria necessário adaptar”, disse Villares. Ele acrescentou que “tudo que foi feito respeitou os princípios de trabalho, a cultura e a forma de vida dos indígenas”.

Segundo Villares, na solenidade de entrega do certificado as lideranças indígenas acertaram reuniões com três empresas de cosméticos. "No ano passado, as vendas foram boas e o número de pedidos está aumentando. As empresas sabem que ganham com imagem", informou.

Amazônia pode receber dez vezes mais turistas de forma sustentável, diz estudo

14 de Dezembro de 2006 - Manoela Alcântara - De A Voz do Brasil - Brasília - O Ministério do Meio Ambiente divulgou hoje (14), em Brasília, dois estudos sobre a oferta e o mercado do turismo sustentável para a Amazônia Legal, formada pelos estados brasileiros onde há floresta amazônica: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além de parte de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

O primeiro estudo revelou que o número de turistas pode crescer de 300 mil para 3 milhões, segundo especialistas e turistas de 11 países. O outro estudo, feito apenas no Brasil, avaliou a atual situação da região e o que precisa ser feito para ela ter condições de receber essa quantidade de visitantes.

Segundo o coordenador do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal (Proecotur), Alan Milhomen, esses estudos vão ajudar a formular uma estratégia de turismo sustentável na Amazônia Legal. Para ele, melhorar a acessibilidade, a qualidade de atendimento e a infra-estrutura da região, preservando o meio ambiente, são passos importantes para chegar a esse objetivo.

“Estamos planejando uma ação de ordenamento do acesso, uma ação de treinamento do uso dos espaços naturais e urbanos para compatibilizar o interesse turístico com a conservação do meio ambiente”, disse. “É importante que haja tanto rentabilidade econômica quanto melhoria da qualidade de vida das populações que vivem nessas regiões”, alertou Milhomen.

As estratégias para a realização do desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal fazem parte da primeira fase do Proecotur e vão orientar a próxima etapa do programa, que será coordenada pelo Ministério do Turismo, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Juntos, eles vão decidir os investimentos de curto, médio e longo prazos.

Reserva Extrativista em Prainha, no Pará, deve ter criação efetivada em 2007

14 de Dezembro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Santarém (PA) - A criação da Reserva Extrativista (Resex) Renascer, uma área de 400 mil hectares, que nos últimos meses tem sido palco de conflitos violentos entre comunitários e madeireiros de Prainha (PA), deve se efetivar no início do próximo ano.

“O processo de criação começou em 2003 (a partir de um pedido do Conselho Nacional dos Seringueiros). Já temos o laudo biológico e os estudos sócio-econômicos. Agora falta apenas fazer o levantamento fundiário e a consulta pública”, diz o analista ambiental da Diretoria Sócio-Ambiental (Disam) da superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Santarém (PA), Daniel Penteado.

Elildo Carvalho Jr, que também é analista ambiental da Disam/Ibama, contou que o processo formal de criação da Resex Renascer foi aberto em agosto de 2003, a partir de um pedido do Conselho Nacional dos Seringueiros.

“Mas de fato essa discussão é bem mais antiga, porque inicialmente esses 400 mil hectares em Prainha faziam parte da área pretendida pela Reserva Extrativista Verde Para Sempreárea protegida criada no município de Porto de Moz). Depois, o governo e o movimento social avaliaram que seria mais estratégico desmembrar os dois processos.”

Carvalho estima que cerca de 78% desses 400 mil hectares sejam terras estaduais. No início do mês, quando o governo do Pará anunciou a criação de sete unidades de conservação no estado, havia a intenção de criar também uma Floresta Estadual na área pretendida pela Resex Renascer.

“O decreto de criação dessa unidade só não foi publicado porque a Justiça Federal embargou o processo, atendendo à manifestação do Ministério Público Federal. Não tem sentido criar uma unidade destinada à exploração madeireira empresarial, quando há comunidades tradicionais na área, explorando esses recursos naturais de forma sustentável”, criticou Penteado.

O Ibama estima que cerca de 600 famílias (ou 3 mil pessoas) vivam na região onde deve ser criada a reserva extrativista. “Temos 36 pedidos de empresas madeireiras para realizarem planos de manejo na área, mas só um deles foi aprovado pelo Ibama. Apesar disso, a retirada de madeira na região é intensa”, revelou Carvalho.

“A gente vem lutando pela criação da reserva porque é o único meio de garantir que os comunitários permaneçam nas suas terras. Os madeireiros estão impedindo os moradores de trabalhar, assoreando e poluindo os rios”, afirmou o presidente da Colônia de Pescadores (Z-31), Wadilson Oliveira Ferreira.

Ibama terá centro para conservação da biodiversidade aquática da Amazônia

15 de Dezembro de 2006 - Thaís Brianezi - Repórter da Agência Brasil - Santarém (PA) - O Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea), coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e financiado pela cooperação internacional, será encerrado no próximo ano. Entretanto, as atividades e pesquisas desenvolvidas desde 2001 nas áreas alagáveis da calha do rio Amazonas-Solimões servirão de base para a criação de um novo centro do Ibama na Amazônia: o Centro de Conservação da Biodiversidade Aquática, com sede em Manaus.

“Construiremos o centro em um terreno de 3 mil metros quadrados cedido pela Universidade Federal do Amazonas, com cerca de R$ 1 milhão de saldo das doações do banco alemão KfW ao ProVárzea, além de R$ 650 mil que serão usados para equipar o centro, incluindo a compra de uma lancha e dois veículos”, informou o gerente do ProVárzea/Ibama, Mauro Ruffino, no encerramento do 5º Encontro das Iniciativas Promissoras apoiadas pelo projeto, realizado em Santarém, no Pará.

A previsão do ProVárzea é que o novo centro comece a funcionar em setembro, mas ainda não foi iniciada a licitação das obras e da compra de equipamentos. No centro devem trabalhar dois funcionários comissionados e sete servidores efetivos aprovados no último concurso do Ibama, mas que ainda não tomaram posse. “Nós optamos por construir o centro na universidade para aumentar a interação com a academia e permitir trabalhos conjuntos com outros pesquisadores”, explicou Ruffino, em entrevista à Radiobrás.

Dos 25 subprojetos do ProVárzea de apoio a sistemas inovadores de manejo dos recursos de várzea – as chamadas iniciativas promissoras – 11 ainda estão em andamento e deverão ser concluídos até meados do próximo ano. “No segundo semestre, estaremos avaliando e sistematizando essas experiências”, disse o gerente.

Ao todo, esses 25 subprojetos atingiram diretamente cerca de 115,5 mil pessoas em 38 municípios do Amazonas e do Pará, com atividades de agropecuária, manejo florestal, manejo de recursos pesqueiros e fortalecimento de instituições comunitárias.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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