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FUNAI DEFENDE LUTA “PACÍFICA E RESPEITOSA” POR TERRAS NO ES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Funai defende luta "pacífica e respeitosa" por terras no Espírito Santo

12 de Dezembro de 2006 - Patrícia Landim - Da Agência Brasil - Brasília - Estudos antropológicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhecem que os 11 mil hectares ocupados hoje por plantações de eucaliptos da empresa Aracruz Celulose são terras indígenas das etnias Tupinikim e Guarani.

O presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, enviou uma carta aos líderes indígenas para informar que o órgão acompanha com interesse a tramitação dos processos a favor da nova Portaria Declaratória das terras indígenas Tupinikim e Comboios, no Espírito Santo. Na carta, ele ressalta que a luta indígena relacionada à questão fundiária no estado “deve ser pacífica e respeitosa”.

Segundo o cacique Jaguareté, da etnia Tupinikim, 300 índios participam da ocupação do porto da Aracruz Celulose, em Vitória. E deverão permanecer no local até que a situação seja resolvida.

Em nota, a Aracruz Celulose afirmou que não ocupa e nunca ocupou terras indígenas, que não expulsou índios de suas terras e que as adquiriu de forma legal.

Os estudos da Funai, realizados em 1997 e em 2006, e o parecer jurídico elaborado por sua Procuradoria-Geral estão em análise no Ministério da Justiça.

A coordenação Geral de Assuntos Externos da Funai informou que apesar de toda a área reivindicada pelos povos Tupinikim e Guarani ter sido considerada terra indígena em 1997, o atual conflito jurídico decorre de portaria de 1998, do Ministério da Justiça, que cedeu à empresa a posse de 11 mil hectares da área.

Índios e presidente da Funai discutem posse das terras ocupadas pela Aracruz

18 de Dezembro de 2006 - Agência Brasil - Brasília - Uma comissão formada por sete índios Tupinikim e Guarani reúne-se hoje (18) com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, para discutir uma estratégia de demarcação das terras Comboios e Tupiniquim. O processo está em análise no Ministério da Justiça.

Cerca de 200 índios ocuparam na semana passada o porto da empresa Aracruz, no Espírito Santo, para reivindicar a posse de terras utilizadas pela multinacional. Após negociação com o governo, eles decidiram deixar o local.

Um parecer jurídico elaborado pela Funai reconhece que uma região de 11 mil hectares ocupada por plantações de eucaliptos da Aracruz são terras indígenas. Os estudos são contestados pela multinacional.

De acordo com o Ministério da Justiça, os índios Tupinikim e Guarani terão a posse das terras disputadas com a empresa de celulose Aracruz até o fim do ano.

Impasse entre indígenas e Aracruz no Espírito Santo continua sob análise do Ministério da Justiça

14 de Dezembro de 2006 - Juliana Andrade - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou hoje (14) que a decisão sobre a demarcação de 11 mil hectares de terras que pertencentes a índios Tupinikim e Guarani e que teriam sido invadidas pela empresa Aracruz Celulose poderá ser tomada no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Bastos, o assunto é complexo e ainda está sendo examinado pela consultoria jurídica do ministério. A empresa e os índios têm posições contrárias sobre o direito da terra.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) elaborou parecer favorável à demarcação, mas a empresa Aracruz Celulose diz ser legítima proprietária das terras. Segundo Bastos, a consultoria jurídica está analisando tanto o parecer da Funai, como o documento com os argumentos da Aracruz. O ministro confirmou que não permanecerá no cargo no segundo mandato de Lula e disse que se o posicionamento da consultoria jurídica não ficar pronto este ano, a decisão sobre o assunto poderá ficar para o seu substituto.

“Houve uma manifestação da Funai, houve na contraparte uma manifestação da Aracruz, as duas fundamentadas em vários pareceres. É uma questão complexa, que está sendo examinada. Se ficar pronto [o posicionamento da consultoria jurídica], eu homologo ou eu demarco, ou então vai ficar para o próximo governo”, afirmou o ministro, em entrevista à Radiobrás.

Ontem (13) à noite, cerca de 200 índios que ocupavam o porto da Aracruz no Espírito Santo decidiram encerrar a manifestação, organizada para cobrar do governo federal mais agilidade no caso. De acordo com os indígenas, desde 12 de setembro deste ano o processo de demarcação das terras está no Ministério da Justiça com parecer da Funai favorável.

O cacique guarani Toninho, da aldeia Boa Esperança, disse que o motivo do fim da ocupação foi a promessa feita pelo presidente da Funai, Mércio Gomes, de que eles serão recebidos pelo ministro da Justiça na segunda-feira (18). Segundo a Funai, o encontro não está confirmado, mas será tentado nesse dia.

Índios deixam porto da Aracruz e ministério garante posse das terras até o fim do ano

13 de Dezembro de 2006 - Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os cerca de 200 índios que ocupavam desde ontem o porto da empresa Aracruz, no Espírito Santo, decidiram deixar o local por volta das 19 horas de hoje (13). O cacique guarani Toninho, da aldeia Boa Esperança, disse que o motivo da retirada foi a promessa feita pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Gomes, de que eles serão recebidos pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na segunda-feira (18). Segundo a Funai, o encontro não está confirmado, mas será tentado nesse dia.

O Ministério da Justiça informou hoje (13) que os índios Tupinikim e Guarani terão a posse dos 11 mil hectares disputados com a empresa de celulose Aracruz até o fim do ano (cada hectare corresponde, aproximadamente, a um campo de futebol). De acordo com a assessoria de comunicação do ministério, o processo já se encontra no gabinete do ministro Márcio Thomaz Bastos e será assinado ainda este mês.

Ao ocupar o porto da Aracruz, os índios impediram a exportação de cargas de celulose. Hoje houve um princípio de tumulto envolvendo cerca de mil trabalhadores do porto e os indígenas. A área foi cercada pela Polícia Militar, para evitar um confronto generalizado.

À tarde, o cacique tupinikim Jaguareté, da aldeia de Caieras Velhas, disse que a situação chegou a grande tensão e que temia um massacre. "Estamos encurralados", declarou ele, por telefone. De acordo com o diretor do porto, Gilberto Marques, a situação no final da tarde era mais calma, pois os trabalhadores que ameaçavam os índios haviam se retirado. "Está tudo sob controle", garantiu.

As terras reivindicadas pelos índios fazem parte de um total de 18 mil hectares, a maior parte plantada com eucalipto, árvore usada na fabricação de celulose. Destes, 7 mil hectares foram devolvidos aos indígenas em 1998, pelo então ministro da Justiça Íris Rezende. Em nota divulgada ontem, a Fundação Nacional do Índio (Funai), ligada ao Ministério da Justiça, defendeu a posse das terras para os índios: "O parecer [da Funai, em análise no Ministério da Justiça] reconhece as conclusões de estudos antropológicos realizados pela Funai em 1997 e em 2006 de que os 11 mil hectares hoje ocupados por plantações de eucaliptos da empresa multinacional são terras indígenas tradicionalmente ocupadas por grupos Tupiniquim e Guarani".

A Aracruz informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a empresa comprou legalmente as terras em 1967, dez anos antes da Funai começar a identificação das comunidades indígenas na região. Segundo a empresa, as compras foram feitas com legitimidade e há farta documentação para comprovar isso.

A empresa também sustenta que foi feita uma pesquisa histórica comprovando que os Tupinikim não habitavam a área pleiteada, mas sim uma outra, 140 quilômetros ao norte. Sobre a anunciada decisão do ministro da Justiça, de devolver as terras aos índios, a Aracruz informou que aguardará os fatos para tomar as medidas que achar cabíveis.

Hoje, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota de “total repúdio” à manifestação dos índios. “Atos dessa natureza, que vêm se repetindo com freqüência, trazem a intranqüilidade para a população e sérios danos à imagem do País no exterior”, diz o texto da entidade. Já o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) distribuiu nota de apoio aos índios. O comunicado conclui: “Para evitar maiores conflitos na região, o ministro Márcio Thomaz Bastos deve urgentemente resolver a situação das terras indígenas no Espírito Santo, cumprindo seu compromisso e publicando a Portaria Declaratória da terra”.

Índios ocupam porto da Aracruz Celulose para reivindicar posse de terras

12 de Dezembro de 2006 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Desde a manhã desta terça-feira (12) índios das etnias Tupinikim e Guarani ocupam o porto da Aracruz Celulose, em Vitória. Segundo o cacique Jaguareté, da etnia Tupinikim, 300 índios participam da ocupação.

Os indígenas reivindicam 11 mil hectares de terras que, segundo eles, são tradicionais dos povos indígenas e teriam sido invadidas pela Aracruz Celulose. De acordo com o cacique Jaguareté, desde 12 de setembro deste ano o processo de demarcação das terras está no Ministério da Justiça com parecer da Fundação Nacional do Índio (Funai) favorável. O cacique Jaguareté afirmou que os índios vão permanecer no local até que a situação seja resolvida. “Estamos preparados, vamos permanecer aqui”, disse.

A Aracruz Celulose divulgou nota em que classifica a invasão como “um ato para pressionar o Ministério da Justiça a tomar uma decisão favorável a ampliação da reserva indígena”. Afirma ainda que apresentou, em junho, contestação ao relatório da Funai favorável à demanda dos índios, que “contém elementos suficientes para demonstrar que a empresa não ocupa e nunca ocupou terras indígenas, que não expulsou índios de suas terras e que as adquiriu de forma legal”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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