Porto
Alegre/RS (14/12/06) – Até o final
do mês passado já haviam sido
destinados este ano pelo Núcleo de
Fauna do Ibama/RS 1.362 animais das mais diversas
espécies. A grande maioria desses animais
teve origem em ações de fiscalização
do Ibama, das secretarias municipais de meio
ambiente e da Brigada Militar. Outras formas
de entrada de animais no Centro de Triagem
do Ibama/RS foram a entrega voluntária
e os resgates de animais feridos ou abandonados.
Após a triagem, cada
animal pode ter três destinos possíveis:
se estiver ferido, é encaminhado à
uma clínica ou a um hospital veterinário;
se tiver condições, poderá
ser solto na sua área de captura; se
estiver mutilado, domesticado e/ou tiver procedência
desconhecida, o animal é encaminhado
a criadouro conservacionista ou a zoológico
registrado no IBAMA. Apenas uma pequena parte
dos animais que dão entrada no Ibama
retorna à natureza. A maioria precisa
ser encaminhada ao cativeiro.
As aves são as vítimas
mais comuns dos infratores. Azulões,
canários, trincas-ferro, curiós,
cardeais, sabiás, papagaios e tucanos,
entre muitas outras espécies, são
sistematicamente capturados e vendidos à
população, que busca uma oportunidade
barata de adquirir um animal silvestre, mesmo
que ilegal. Outros casos comuns de aquisição
e manutenção ilegal de animais
silvestres envolvem répteis, como tartarugas,
jabutis e iguanas, primatas, como sagüis,
macacos prego e bugios, carnívoros,
como gatos-domato e quatis, entre muitos outros.
Segundo a analista ambiental
do Núcleo de Fauna do IBAMA/RS, Cibele
Indrusiak não falta informação
sobre tráfico e comércio ilegal
de fauna. “O que falta é a sociedade
encarar o fato de que o tráfico é
alimentado pelo cidadão comum, que
de forma irresponsável, cruel e egoísta
condena animais livres à prisão
perpétua, apenas para seu deleite”.
E conclui: “Enquanto os brasileiros não
assumirem sua responsabilidade na conservação,
continuaremos firmes no caminho da extinção
de várias espécies nos próximos
anos”.
Maria Helena Annes