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MARINA SILVA PARTICIPA DE REUNIÕES DO CPDS, CGEN E DA CÚPULA DO MERCOSUL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

Marina Silva diz que CGEN contribui para ampliar participação social

14/12/2006 - Marluza Mattos - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, elogiou o trabalho desenvolvido pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) nos últimos quatro anos. Ela participou da abertura da 46ª reunião ordinária do colegiado, na manhã desta quinta-feira (14), na sede do Ibama, em Brasília. "Se considerarmos que esse processo é novo, diferentemente de outros, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas, em que tínhamos modelos no mundo para nos inspirar, o esforço do conselho é ainda mais importante. Aqui nós estamos criando, estamos inovando", disse a ministra.

De 2003 a 2006, o CGEN realizou 38 reuniões plenárias. As câmaras técnicas do conselho, no mesmo período, promoveram 127 reuniões. O conselho autorizou 30 processos referentes a pesquisas científicas, oito relativos a acesso ao patrimônio genético para fins de bioprospecção ou de desenvolvimento tecnológico e três ligados à constituição de coleção ex situ com potencial de uso econômico. Esses números não consideram as autorizações emitidas pelo Ibama para pesquisas científicas na área de recursos genéticos: 62, nos últimos quatro anos. Vale salientar ainda que o CGEN aprovou três contratos de repartição de benefícios referentes a projetos de bioprospecção com patrimônio genético em unidades de conservação federais. Esses números não contabilizam os resultados da última reunião do conselho.

Contribuição - Segundo a ministra, o conselho contribui para o governo federal cumprir com uma de suas principais diretrizes na área ambiental: controle e participação social na formulação, implementação e correção das políticas públicas. "E para haver controle e participação da sociedade é indispensável que existam espaços institucionalmente qualificados para isso", explicou Marina Silva.

A ministra destacou que, em 2003, o CGEN tinha um quadro reduzido de funcionários, a área não dispunha de uma ação específica no Plano Plurianual e não havia sequer orçamento próprio. "Hoje, o conselho tem toda essa estrutura", disse. Houve um aumento de 70% no número de servidores especializados do CGEN, nos últimos quatro anos. Ela salientou o esforço do conselho e do Ibama em amenizar os impasses relacionados a pesquisas científicas com recursos genéticos. "Eles não foram plenamente resolvidos, mas as novas normas do Ibama e do próprio CGEN sobre bioprospecção e o número de processos autorizados revelam um forte indicativo de que estamos avançando muito nessa área". Ela lembrou que a participação da sociedade no conselho está acontecendo parcialmente. O CGEN possui representantes de empresas e de comunidades tradicionais, mas eles ainda não têm direito a voto. Segundo Marina Silva, o projeto de lei de Acesso a Recursos Genéticos, a Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição de Benefícios, hoje na Casa Civil, pode resolver esse problema.

A ministra explicou, ainda, a opção do governo em implementar a Media Provisória 2186-16/2001, que trata do acesso a recursos genéticos, e, paralelamente, trabalhar pelo projeto de lei sobre o mesmo assunto. Conforme Marina Silva, a MP é inadequada. "Mas achamos que era melhor termos um marco legal inadequado do que nenhum marco legal". Para ela, o desafio principal, agora, é fazer avançar o projeto de lei, elaborado a partir de contribuições do próprio CGEN. "Digo com uma certa tristeza: fiquei oito anos do meu primeiro mandato no Senado debatendo a Lei de Acesso a Recursos Genéticos no Congresso Nacional e quatro anos no ministério debatendo a Lei de Acesso dentro do governo federal. Espero que, daqui para frente, não continue mais a debater, mas a lutar pela implementação da lei", argumentou Marina Silva.

A iniciativa pioneira do Brasil de ratificar a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), de acordo com a ministra, e o trabalho desenvolvido durante a última Conferência das Partes da CDB, em Curitiba, para que seja estabelecido um Regime Internacional de Acesso aos Recursos Genéticos e Repartição de Benefícios, estão intimamente relacionados ao avanço desse projeto. A instituição de um regime internacional será influenciada por leis nacionais dos países. "Quanto mais formos capazes de enfrentar o desafio da lei internamente, mais teremos condição de termos uma ação pró-ativa junto à comunidade internacional. O Brasil preside a CDB até 2008 e a Lei de Acesso nacional e o regime internacional serão importantes instrumentos para que o nosso país possa viabilizar aquilo que chamamos de interesse estratégico dos países em desenvolvimento, dos países megadiversos", afirmou.

Para a ministra do Meio Ambiente, a discussão sobre o acesso a recursos genéticos, a conhecimentos tradicionais associados e à repartição de benefícios gerados a partir deles faz parte da agenda moderna do desenvolvimento.

Durante a sua última reunião do ano, o CGEN aprovou a solicitação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, de acesso a componente do patrimônio genético, para fins de bioprospecção em unidades de conservação (UC) federais: no Parque Nacional de Fernando de Noronha e Área de Proteção Ambiental de Costa das Cores, em Pernambuco, e na Estação Ecológica de Tupinambás, no Arquipélago de Alcatrazes, em São Paulo. O professor doutor Douglas Wagner Franco é responsável pelos projetos "Bioprospecção de Invertebrados Marinhos para a Descoberta de Potenciais Agentes Quimioterápicos, Antiproliferativos e Antibióticos" e "Bioprospecção de Invertebrados Marinhos para a Descoberta de Potenciais Agentes Antibióticos, Tuberculostáticos e Controle de Doenças Tropicais". Esse é o quarto contrato de repartição de benefícios, referente a projeto de bioprospecção com patrimônio genético de UC federal, aprovado pelo conselho.

O CGEN também aprovou a realização de consulta pública sobre a repartição dos benefícios gerados a partir do acesso a conhecimentos tradicionais associados, para fins de bioprospecção ou desenvolvimento tecnológico. O objetivo é consultar as comunidades tradicionais sobre qual o mecanismo mais adequado para permitir que todas as comunidades detentoras do conhecimento usado recebam os benefícios gerados a partir dele. Em geral, o conhecimento tradicional não pertence apenas a uma comunidade, mas a várias. Esse impasse, às vezes, inibe as empresas interessadas em atuar na área. A consulta pública será feita a partir de diretrizes gerais. Um roteiro dirigido será apresentado às comunidades para que possamos colher as propostas e sugestões , explicou o secretário-executivo do CGEN, Eduardo Vélez. A consulta estará disponível no site do conselho no fim de dezembro. As comunidades poderão participar do processo até março de 2007.

Marina Silva abre última reunião do ano da CPDS

15/12/2006 - Regina Rabelo - A ministra do Meio Ambiente Marina Silva abriu, nesta sexta-feira (15), a última reunião da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Brasileira (CPDS). Entre os temas da reunião estavam a revisão da Agenda 21 brasileira e a elaboração de uma Agenda 21 para a juventude. Outro ponto abordado pelos membros da CPDS foi a Rede Brasileira de Agendas 21 Locais construída com a participação dos três níveis de governo e diversos segmentos da sociedade em encontros realizados nas cinco regiões do país. A Rede permite a integração, troca de experiências e o fortalecimento das agendas 21 locais.

Serão debatidos também os critérios da certificação de processos de Agenda 21 Local, elaborados por uma equipe de especialistas contratados pela Secretaria Executiva da CPDS. A certificação será um instrumento para conferir uma espécie de selo de qualidade aos processos da Agenda 21 que atendam determinados critérios qualitativos. Esse selo poderá habilitar a Agenda 21 a receber incentivos e facilitar a captação de recursos para implementar seus planos de desenvolvimento sustentável.

Marina Silva preside a comissão que é formada por 17 representantes do governo e 17 da sociedade civil e tem como função planejar e implementar a Agenda 21 Brasileira. Na ocasião, a ministra destacou a qualidade do trabalho da comissão. "Desde a sua criação esse tem sido um espaço qualificado para que a sociedade possa debater, formular, ajudar a implementar e conduzir as políticas de meio ambiente. A CPDS é uma constatação de que a diretriz de controle e participação social se realiza", afirmou.

Para a ministra, a questão da sustentabilidade ambiental está sendo colocada por uma grande quantidade de pessoas de diferentes segmentos, formadores de opinião. "O grande desafio agora é o desafio da sustentabilidade em todos os níveis. Que essa comissão possa continuar dando a sua contribuição para que a gente possa sonhar com a sustentabilidade ambiental, econômica, social, política e ética", completou.

Dentro da idéia de transversalidade, Marina Silva lembrou que, nos últims quatro anos, o MMA discutiu um conjunto de 40 grandes ações com vários setores, incluindo os ministérios da Integração Nacional, Agricultura, Cultura e Saúde, sempre reforçando essa idéia de transversalidade.

A Agenda 21 é um acordo assinado entre 179 países participantes da Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), realizada no Rio de Janeiro em 1992, com objetivo de levantamento de soluções para preservar os recursos naturais e melhorar a qualidade de vida das comunidades pelo desenvolvimento sustentável. Nos últimos quatro anos, o MMA investiu mais de R$ 18 milhões em 79 processos da Agenda 21 Local, formou seis mil agentes multiplicadores em 824 municípios.

Marina Silva abre Cúpula Social do Mercosul

13/12/2006 - Regina Rabelo - Meio Ambiente, Desenvolvimento e Participação Social são os temas do Grupo de Trabalho 5 da Cúpula Social do Mercosul que começou em Brasília, nesta quarta-feira (13), com participação de representantes do Chile, Argentina, Cuba e Uruguai. Serão dois dias de trabalhos para discutir os rumos da integração sul-americana em torno de agendas de conteúdo social e de fortalecimento regional, com a participação de organizações sociais, governos e instituições do países membros. Ao final do encontro será elaborado um documento para encaminhamento à Cúpula de Presidentes do Mercosul.

O evento dá continuidade às atividades do Programa Somos Mercosul, iniciadas em Córdoba, em julho de 2006. A cúpula em Brasília foi iniciativa do Brasil, que detém a Presidência Pro-Tempore do bloco até o final deste ano.

A Cúpula Social do Mercosul é articulada pela Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil e convocada pelo programa Somos Mercosul, pelo Fórum Consultivo Econômico e Social, pela Comissão Parlamentar Conjunta e pela Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul. O grupo de trabalho 5 é organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS) e a Conferência Nacional do Bispos (CNBB).

Na abertura da reunião a ministra Marina Silva lembrou a importância da participação dos diferentes segmentos da sociedade na formulação, implementação e correção das políticas públicas. Para ela, encontros como a Cúpula Social do Mercosul são oportunidades para discutir coletivamente alternativas de desenvolvimento econômico e social sem que isso signifique a destruição dos recursos naturais, dos ativos ambientais. "Temos que pensar alternativas que tenham caráter de sustentabilidade e assim defender nossos países, nossas economias, nosso planeta. Se não formos capazes de pensar o desafio da responsabilidade social, econômica, ambiental, cultural política e ética, não seremos capazes de dar conta do desafio", completou.

Para vencer o desafio de desenvolvimento econômico e social sem prejuízo do meio ambiente, a ministra lembrou as quatro diretrizes do MMA nos últimos anos de governo: a participação da sociedade na formulação e implementação de políticas públicas, a inclusão social com sustentabilidade, o fortalecimento das instituições de defesa do meio ambiente e a transversalidade. "Só uma política ambiental que seja transversal ou integrada , que perpasse nos diferentes segmentos de governo e que esteja presente em diferentes setores da sociedade nos ajudará a vencer o desafio da preservação ambiental sem destruição", afirmou.

O representante da CNBB na Cúpula, Dom Demetrio Valentini, falou que a responsabilidade dos países representados no encontro é muito grande, já que dois terços da biodiversidade do mundo estão na América Latina. "As cúpulas sociais são um avanço no sentido de despertarmos a consciência ecológica e de reconhecermos o quanto a natureza foi generosa com nosso continente e o quanto precisamos nos capacitar para preservá-la", ressaltou. Ele acrescentou que, dentro deste espírito, a CNBB está lançando a Campanha da Fraternidade de 2007 voltada para Amazônia com o tema Vida e Missão neste chão.

O primeiro debate do encontro, coordenado pelo secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana, tratou de Economia, Comércio e Sustentabilidade Ambiental. Foram levantadas as possibilidades de inter-relações das políticas econômicas e comerciais com a gestão ambiental com vistas à indução do desenvolvimento sustentável. O tema do segundo debate foi Infra-estrutura, Energia e Desenvolvimento Regional Sustentável, Gestão Ambiental Compartilhada e Ordenamento Territorial. No último painel a discussão foi sobre como defender as nossas águas, florestas, biodiversidade e a vida. Estiveram presentes ao evento também a Secretária de Coordenação da Amazônia do MMA, Muriel Saragoussi, e o Diretor do Programa Nacional de Conservação da Biodiversidade, Paulo Kageyama.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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