Objetivo é formular política
pública para projetos de recuperação
baseados na participação dos
proprietários rurais
11/12/2006 - A Fundação Florestal,
órgão da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente - SMA, realizou nos últimos
dias 6 e 7 de dezembro, no Hotel San Raphael,
em São Paulo, o workshop "Recuperação
Florestal: um olhar social", com o objetivo
de gerar subsídios para formulação
de política pública adequada
a projetos de recuperação florestal
fundamentados em processos de adoção
de métodos participativos junto aos
proprietários rurais.
O workshop, dirigido a profissionais de instituições
de fomento e extensão rural, pesquisadores,
integrantes de organizações
não governamentais, lideranças
rurais e representantes do Sistema de Meio
Ambiente nos âmbitos estadual e federal,
contou com o apoio do Instituto Sócio
Ambiental - ISA; da Associação
Ecoar Florestal; do Instituto de Pesquisas
e Estudos Florestais - IPEF; da Federação
dos Trabalhadores da Agricultura do Estado
de São Paulo; da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral - Cati e do Instituto
de Economia Agrícola, ambos da Secretaria
Estadual da Agricultura e do Abastecimento.
Maria Cecília Wey de Brito, diretora-executiva
da Fundação Florestal, lembrou
que o aprimoramento dos projetos na área
de recuperação florestal do
Estado de São Paulo tem merecido especial
atenção da Secretaria do Meio
Ambiente, no sentido de promover a diversidade
de espécies nos plantios e conferir
sustentabilidade aos povoamentos. Para a diretora,
o desafio maior da sustentabilidade envolve
a soma das atividades do homem em sintonia
com a multiplicação de formas
menos agressivas de interação
com o meio ambiente. "Nesse contexto,
o papel mais difícil consiste em atingir
um público diferenciado e apto a entender
que o processo de recuperação
proposto é satisfatório para
as atividades que ele exerce", explicou.
Claudette Marta Hahn, gerente de Desenvolvimento
Florestal da Fundação Florestal,
por sua vez, disse que a iniciativa do evento
constitui importante canal para estimular
a reflexão sobre o papel das instituições
públicas e das ONGs, como fomentadoras
e catalisadoras de iniciativas que incorporem
espécies florestais nativas. "Passamos
um ano, no âmbito da gerência,
estudando as questões de participação
motivados pela percepção de
que a questão social era relegada a
segundo plano", afirmou. E concluiu:
" Não adianta você ter um
bom projeto e recursos necessários
para implantá-lo, se não houver
um comprometimento dos atores sociais."
Aliás, o tema "Contextualização
Histórica - Política da Participação"
foi apresentado e esteve a cargo da especialista
em sociologia ambiental da Universidade Federal
de Santa Catarina - UFSC, Júlia Guivant
que fez um breve histórico sobre os
princípios básicos que norteiam
as atividades rurais participativas, ressaltando
que as atividades rurais não envolvem
uma estratégia, mas sim um processo
de aprendizagem, tratado de forma relativa
e passível de mudanças de acordo
com as comunidades locais e agentes externos.
"Nossa percepção científica
de uma realidade não é única
e o que acreditamos ser verdade depende de
um marco de conhecimento e pressupostos que
nos acompanham , disse".
Texto: Wanda Carrilho
Foto: Pedro Calado