16
de Dezembro de 2006 - Roberta Lopes* - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- O Brasil tem um território marinho
de aproximadamente 4,5 milhões de quilômetros
quadrados que é praticamente inexplorado
em relação a sua potencialidade,
aponta o estudo Mar e Zona Costeira Brasileiros.
O levantamento foi feito
a pedido do Núcleo de Assuntos Estratégicos
(NAE) da Presidência da República.
Os primeiros resultados foram divulgados ontem
(15).
"Esse é um estudo
de médio e longo prazo que aborda questões
relevantes com referência ao mar brasileiro,
cuja área e cujas riquezas são
comparáveis, em tamanho e quantidade,
à própria Amazônia",
diz Antônio José Teixeira, gerente
de Projetos Ligados ao Mar e Antártida,
do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos
do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Segundo ele, a idéia
é tentar identificar quais são
as prioridades que o Brasil deve dar às
atividades marítimas. “É um
estudo preliminar, mas podemos apontar algumas
áreas como prioridades: mineração,
bioprospecção, biotecnologia.
Também podemos orientar as atividades
já realizadas nas áreas de pesca,
ciência e tecnologia, tecnologia inovadora
para o estudo e exploração do
mar".
Para o secretário-executivo
do NAE, Raul Sturari, o levantamento ajudará
na formulação de leis e ações
relacionadas ao mar. "Esse estudo deve
ficar pronto até o primeiro semestre
de 2007. Ele vai subsidiar decisões
do mais alto nível para que elas possam
influenciar já a elaboração
do próximo plano plurianual".
A pesquisa mostra, entre
outros aspectos, que no litoral brasileiro
ocorrem todos os principais ecossistemas costeiros:
praias arenosas, costões rochosos,
manguezais, lagoas costeiras, recifes de algas
calcáreas, recifes de corais endêmicos,
ilhas e bancos oceânicos.
O estudo também constata
que o Brasil tem o único atol do Atlântico
Sul, que pode ser explorado de forma sustentável
pela indústria do turismo, da mineração
e por laboratórios farmacêuticos.