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CAMPANHA ‘Y IKATU XINGU AMPLIA E FORTALECE AÇÕES EM 2006

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Dezembro de 2006

22/12/2006 - O balanço foi positivo e a campanha e seus parceiros podem comemorar novas conquistas e avanços. Abaixo um resumo dos melhores momentos do ano

A campanha 'Y Ikatu Xingu, que pretende proteger e recuperar as nascentes e as matas ciliares do rio Xingu no Mato Grosso, ampliou e fortaleceu em 2006 uma série de ações em campo, depois de um período de intensa articulação política para a implantação de novos projetos. O ano foi marcado pela consolidação de parcerias entre alguns dos segmentos que integram a mobilização (como populações indígenas, órgãos do governo federal e iniciativa privada), pela criação de uma rede de iniciativas de proteção ambiental e pela formação de agentes socioambientais de vários municípios. Até agora, a campanha conseguiu trazer para a região das cabeceiras do Xingu mais de R$ 5 milhões em iniciativas de conservação e recuperação ambiental, que já estão sendo desenvolvidos ou serão iniciados nos próximos anos.

A Rede BR-163 + Xingu

Durante todo o ano, a Rede BR-163+Xingu realizou uma série de visitas de intercâmbio, oficinas, reuniões e palestras que contaram com a participação de dezenas de pessoas – entre técnicos, agricultores familiares e assentados – e nove organizações, como o Grupo Agroflorestal e Proteção Ambiental (Gapa), o Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto Ouro Verde (IOV). Mais três projetos somaram-se à articulação no decorrer de 2006 e outros seis devem ser iniciados em 2007. Ainda em 2007, devem prosseguir o intercâmbio e o trabalho de assessoria técnica às atividades desenvolvidas no âmbito da articulação. Ela foi criada em maio, quando reuniram-se em Lucas do Rio Verde (MT) técnicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e representantes de nove iniciativas apoiadas pelo PDA-Padeq (Projetos Demonstrativos) localizadas dentro da Bacia do Xingu no Mato Grosso ao longo da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém). A rede pretende ser um canal para a troca de experiências e conhecimentos entre esses projetos. Todos eles têm como objetivo a conservação ambiental e a geração de renda por meio da implantação de alternativas econômicas sustentáveis. Também têm em comum ações de recuperação de áreas degradadas, manejo ecológico, implementação de sistemas agroflorestais, agroextrativismo, apicultura e fruticultura, entre outras, que estão sendo desenvolvidas nos municípios de Claúdia, Vera, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Guarantã do Norte, Novo Mundo, Carlinda, Terra Nova do Norte Nova Guarita, Canarana, Querência, São José do Xingu e Água Boa.

Agentes multiplicadores socioambientais

Em 2006, também aconteceu a primeira Formação de Agentes Multiplicadores Socioambientais, que reuniu cerca de 50 pessoas, entre representantes de prefeituras, agricultores familiares, produtores rurais, técnicos, profissionais liberais e estudantes de Canarana, Querência, Água Boa, Ribeirão Cascalheira, Gaúcha do Norte e Nova Xavantina. O projeto dividiu-se em três oficinas e dois períodos “entre-módulos”, quando foram realizadas atividades práticas e discutidos temas relacionados ao Cerrado, como ciclo hidrológico, sistemas agroflorestais, recuperação e proteção de matas ciliares, além de conteúdos e habilidades necessárias à formação de lideranças socioambientais. Os participantes propuseram e comprometeram-se a tocar iniciativas socioambientais em seus municípios de origem. A recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), a instalação de viveiros e sistemas agroflorestais, diversas atividades desenvolvidas com estudantes e escolas, como palestras, visitas de campo, gincanas e concursos foram realizadas e devem continuar em 2007. Nos próximos três anos, mais processos formativos devem acontecer em outras regiões da Bacia do Xingu.

As sementes Yudja

Em outubro, o povo Yudja, que habita o Parque Indígena do Xingu (PIX), decidiu comercializar sementes para as iniciativas de reflorestamento das matas ciliares das nascentes do Xingu. Já foi realizada uma oficina com a comunidade para reconhecimento das árvores com potencial para a comercialização de sementes – 120 espécies foram identificadas de acordo com o sistema classificatório dos Yudja.

Parceria com a Embrapa

Em agosto, foi lançado o projeto Recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Promoção de Boas Práticas Agropecuárias na Bacia do Rio Xingu. Trata-se de uma parceria entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a campanha 'Y Ikatu Xingu que visa realizar uma série de pesquisas e transferir tecnologias aos produtores rurais da região sobre recuperação e proteção de matas ciliares. Durante três anos, serão realizados diagnósticos, estudos, cursos e oficinas sobre temas como qualidade da água, desmatamento, planejamento e tipologia de uso do solo, plantio direto, manejo de pragas e pastagens. A idéia é de que os resultados do trabalho possam ser replicados por toda a região.

Estudo do Incra

Em julho, veio a público um estudo patrocinado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e articulado pela campanha sobre 22 áreas de assentamentos na Bacia do Xingu no Mato Grosso. O trabalho revelou uma situação dramática nesses locais. Entre outras conclusões, ele apontou que a maior parte dos moradores dos assentamentos não têm acesso a redes de água e energia e a serviços de saúde e transporte. Grande parte deles também não consegue obter crédito rural devido a situação fundiária irregular. Os assentados também não conseguem escoar a sua produção, carecem de assistência técnica e não são atendidos pelos órgãos governamentais responsáveis.

O ano de 2006 também foi marcado pelo acordo firmado entre o governo federal e o Banco Mundial para implantação na Bacia do Xingu no Mato Grosso do Projeto Manejo Integrado da Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos na Amazônia (Aquabio), que terá como uma de suas prioridades a região de Canarana, Querência e Água Boa. Os três municípios vão poder contar com mais ações que promovam a gestão integrada da biodiversidade aquática e dos recursos hídricos. A campanha 'Y Ikatu Xingu também participou das negociações.

Oficina de rádio para índios

Outro destaque entre as ações promovidas pela campanha 'Y Ikatu Xingu durante 2006 foi uma oficina sobre rádio realizada de 22 a 28 de novembro, no Posto Indígena Pavuru, no PIX. Participaram 15 índios, de diversas idades e cinco etnias: Ikpeng, Kamaiurá, Trumai, Kisêdjê e Kaiabi. Foram apresentadas noções gerais sobre comunicação, rádio comunitária, entrevista, notícia e informações básicas sobre a campanha e alguns de seus principais projetos. Ao final da oficina, os participantes produziram um programa de rádio de 50 minutos sobre a mobilização. O material está sendo reproduzido em cerca de 200 CDs para distribuição na região e estará disponível na Internet em breve. Apenas a Rádio Nacional da Amazônia, emirssora pública ligada à Radiobrás, pode ser ouvida no Xingu. Em alguns poucos locais, os índios conseguem ouvir, mas com pouca qualidade, devido à distância, rádios FM e AM das cidades vizinhas, que não tem nenhum tipo de programação voltada às suas comunidades.

Um grupo de jovens índios já vinha produzindo alguns programas gravados e distribuídos em discos em todo Parque com apoio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto Socioambiental (ISA), que atuam na região há vários anos. Com o programa produzido agora, já foram gravados cinco CDS, sempre tratando de temas de interesse da comunidade, como doenças transmissíveis, saúde bucal e valorização da cultura local. Além de reportagens sobre esses temas, os programas também divulgam músicas, histórias e até receitas – tudo sempre de origem indígena.

Um programa sobre desnutrição da Rádio Xingu, como foi apelidado o trabalho, ganhou o primeiro lugar na I Mostra Nacional de Saúde Indígena, promovida pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde), em Brasília, de 15 a 17 de novembro. Povos de 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) de todo o País participaram do evento, que teve o objetivo de apresentar experiências profissionais que pretendem melhorar o atendimento de saúde às comunidades indígenas. “O prêmio é importante porque é um reconhecimento do trabalho da Rádio Xingu com o tema da desnutrição”, afirma Kamikiá Kisêdjê, locutor e produtor da “emissora”. De acordo com Kamikiá, os programas fazem parte de um sonho de conseguir uma emissora de verdade, com transmissor e antena, para transmitir notícias, músicas e informações para toda a comunidade xinguana.

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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