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EMBRAPA AGROENERGIA: PRIORIDADE É DEFINIR CARTEIRA DE PROJETOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2007

08/01/2007 - Até o final de janeiro a primeira chefia da recém-criada Embrapa Agroenergia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estará instalada na sede da instituição, em Brasília. “Uma das primeiras iniciativas será a análise da carteira de projetos que vai compor as prioridades para este novo centro. Ou seja: fazer um levantamento do que existe e dos gargalos”, diz o diretor-presidente em exercício, pesquisador Kepler Euclides Filho.

Algumas das linhas de pesquisa e desafios para este centro - que vai integrar o que há de mais moderno na busca de novas matrizes energéticas – já constam do rol de prioridades, apesar do período de instalação. Uma delas são estudos para o aproveitamento de resíduos de gordura animal e vegetal à produção de energia. Os temas estão na pauta do Labex Estados Unidos (Laboratório Virtual da instituição naquele país).

No Brasil, a pesquisdora Martha Higarashi, da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC) reforça o estudo com uma proposta para gerar combustível a partir do aproveitamento da gordura animal, atualmente usada para fazer farinha para ração. A idéia é utilizar o produto no próprio sistema destinado ao aquecimento dos sistemas de avicultura e suinocultura. Para kepler essa é linha de pesquisa que, além de oportunizar uma nova fonte energética, contribui para a sustentabilidade da cadeias produtivas.

Outra novidade é o investimento em pesquisas com cana-de-açúcar. Projetos para essa finalidade estão em desenvolvimento em unidades como a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE). A intenção é obter novos materiais genéticos, que sirvam para diferentes regiões do Brasil. Mas esses são apenas alguns pontos para demonstrar o ritmo acelerado da mais nova unidade da Embrapa, pois o avanço e respostas para o aproveitamento de oleaginosas na produção de biodiesel são uma realidade. O óleo de mamona é um deles.

O trabalho do Labex Estados Unidos na busca de aproveitamento dos resíduos de gordura animal, alinhado ao estudo Martha Higarashi, é o melhor exemplo da forma inovadora de trabalho da Embrapa Agroenergias. A unidade atua em rede, contando com parceiros da iniciativa pública e privada, entre eles centros de pesquisa da própria Empresa, instituições, universidades e organismos internacionais. A administração (enxuta) está em Brasília. As pesquisas, no entanto, não têm fronteiras. “É uma concepção diferenciada”, elogia kepler Euclides Filho ao observar que também há investimento em recursos humanos, com a contratação de pessoal aprovado no último concurso público.

A Embrapa Agroenergia, que terá como chefe-geral o pesquisador Frederico Ozanan Machado Durães funcionará no edificio sede da Empresa. Nas chefias-adjuntas de Comunicação e Negócios e Administrativa estarão José Eurípedes da Silva e Maria do Carmo de Morais Matias, respectivamente. Nas próximas semanas a diretoria definirá quem ocupará a chefia de Pesquisa & Desenvolvimento.

Bioenergia: começam pesquisas para produção de cana-de-açúcar

Na busca de soluções tecnológicas para a cultura canavieira, a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), começa as primeiras ações do projeto sobre produção sustentável da cana-de-açúcar para bioenergia em regiões tradicionais e de expansão no Nordeste e Norte do Brasil. Orçado em mais de R$ 4,8 milhões, o estudo tem assegurados para os próximos quatro anos R$ 2 milhões, sendo que para 2007 R$ 380 mil estão disponíveis para trabalhos que vão analisar, entre outros pontos, a criação de cultivares resistentes a pragas.

Do volume total previsto, os R$ 2 milhões são oriundos do Programa de Inovação Tecnológica e Novas Formas de Gestão da Pesquisa Agropecuária (Agrofuturo), que conta com investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do próprio governo federal, sob a administração da Embrapa. Para reforçar esta carteira, R$ 1,9 milhão será repassado por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). "O restante ainda vamos buscar, mas o importante é que já contamos com o suficiente para dar a largada", avalia o líder do trabalho, pesquisador Antônio Dias Santiago.

Seis linhas de trabalho – ou projetos componentes como são denominados – começam a ser avaliados este ano. A primeira busca melhorar geneticamente as variedades de cana-de-açúcar existentes (desenvolvidas por parceiros como a Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro-Ridesa) para obter materiais resistentes à broca gigante, principal praga que ataca a cultura no Nordeste, e tolerantes à seca - o que significará redução de custos em ambos os casos. Hoje, os produtores precisam irrigar até três vezes as lavouras para manter uma produtividade média de 70 toneladas/hectare nas tradicionais regiões produtoras do Nordeste brasileiro, enquanto em municípios paulistas há registro de 100 toneladas/hectare. "São pesquisas fundamentais que estamos fazendo em parceria com os colegas da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia ", explica Santiago.

Outro item da pauta é a fixação biológica do nitrogênio (FBN). Os cientistas já identificaram bactérias que têm capacidade de fixar o nitrogênio do ar e, com isso, diminuir a necessidade do uso de adubo nitrogenado nas áreas de produção de cana. A intenção é diagnosticar a contribuição da FBN em 10 variedades de cana, identificar estirpes de bactérias dizotróficas, desenvolver um inoculante contendo mistura de bactérias. Os pesquisadores da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ) conduzem esta parte do projeto.

O zoneamento e a previsão de safra da cana-de-açúcar também começam a ser estudados. "A expectativa é de que dentro de três anos tenhamos resultados", avalia Antônio Santiago. No momento é possível adiantar que pelo menos três estados podem ser considerados áreas promissoras ao plantio da cana: Tocantins, Piauí e Maranhão.

Cenários futuros

Os pesquisadores da Embrapa também começam a estudar o que chamam de cenários futuros, no qual serão avaliados os impactos econômico, social e ambiental que as lavouras de cana-de-açúcar provocam ou poderão acarretar, em especial nas áreas de expansão. "A idéia é evitar a introdução da cultura em regiões nas quais há risco de prejuízos , seja econômico, para o ambiente ou à sociedade ", comenta Santiago ao observar que o estudo é feito pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP).

Na Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) de Rio Largo, a 35 quilômetros de Maceió, a Embrapa Tabuleiros Costeiros conduzirá também o projeto desenvolvimento de tecnologias para aprimoramento dos sistemas de produção da cana. O trabalho vai estabelecer sistemas para cana colhida sem despalha a fogo, definir demandas hídrica e lâminas de água, desenvolver técnicas de controle voltadas para o manejo integrado para broca gigante e otimizar o uso de nitrogênio e dos resíduos da agroindústria canavieira.

Embora sejam conduzidos pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, todos os estudos têm forte interação com a recém-criada Embrapa Agroenergia (Brasília-DF) e integram profissionais de outros centros de pesquisa da Empresa, bem como parceiros de universidades federais e da iniciativa pública e privada. Essa característica, de atuação em rede, permite flexibilidade para desenvolver pesquisas que, apesar de avaliarem diferentes objetos, têm um único foco: a sustentabilidade da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Para Antônio Santiago o trabalho é um indicativo da intenção da Embrapa em pesquisar uma cultura na qual não tem tradição e, além disso, fortalecer o que foi desenvolvido por outras instituições.
Deva Rodrigues – MTB/RS 5297

 
 

Fonte: Ministério da Agricultura (www.agricultura.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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