19-01-2007
– Jacarta - Demanda da Europa pode por em
riscos as florestas do país asiático,
que é um dos grandes produtores mundiais
de palma
Países da União
Européia estão investindo cada
vez mais em biocombustíveis para diminuir
o consumo de combustíveis fósseis
e, conseqüentemente, as emissões
de gases poluentes na atmosfera. Uma boa medida,
com certeza. O problema é que essa
demanda pode causar sérios problemas
nas florestas da Indonésia, que vem
sendo derrubadas para abrir espaço
às plantações de palma
para a produção de óleo
de dendê – que pode ser usado como combustível.
O governo indonésio
aprovou recentemente operações
para a produção de óleo
de dendê em extensas áreas de
Papua e Kalimantan, ao mesmo tempo que a União
Européia anunciava a intenção
de usar mais biocombustível.
“O Greenpeace apóia
o uso de biocombustíveis para diminuir
a emissão de gases poluentes, mas tentar
resolver um problema ambiental destruindo
as florestas da Indonésia é
insensível e pode colocar em perigo
as vidas da população local.
A União Européia tem que adotar
medidas restritivas para o fornecimento de
biocombustível, caso contrário
os europeus vão levar nossas florestas
à morte”, afirmou Hapsoro, Campaigner
de florestas do Greenpeace do Sudeste Asiático.
O comunicado da Comissão
para o Conselho e Parlamento Europeu informa
que o relatório sobre o progresso de
biocombustíveis, lançado em
9 de janeiro de 2007, especifica a Indonésia
na lista dos países que produzem biocombustível
barato. O Brasil também é citado,
como produtor de cana de açúcar
a preços baixos. Desde 2003, os países
europeus concordaram em apontar metas para
o consumo de biocombustível: 2% em
2005, 5,75% em 2010 e 10% em 2020.