19
de Janeiro de 2007 - Yara Aquino - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- Quilombolas, raizeiros, catingueiros, indígenas
e outros representantes das chamadas comunidades
tradicionais que vivem no norte de Minas Gerais
estão reunidos para discutir a integração
de políticas públicas voltadas
para esses povos. O evento marca também
a 1ª Conferência Norte Mineira
de Comunidades Quilombolas.
Ontem (18) os debates foram
na comunidade Taperinha, no município
de Pai Pedro, e hoje (19) prosseguem no quilombo
Brejo dos Crioulos, que fica no município
de São João da Ponte.
De acordo com a secretária
de Articulação Institucional
e Parcerias do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), Kátia
Campos, a partir do contato com as comunidades,
foi possível perceber que as ações
para o desenvolvimento local devem ser implantadas
de forma articulada.
“O mais importante é
a criação de um arranjo institucional
local entre o poder público municipal,
organizações não-governamentais
e sindicatos”, afirmou a secretária.
As atividades com produtos
locais, como o extrativismo de frutas do cerrado
e a criação de animais, aliadas
à capacitação e implementação
de programas locais as comunidades, já
estão avançando para a geração
efetiva de emprego e renda.
Kátia Campos exemplificou
com a organização de cooperativas
para comercializar leite. O Programa de Aquisição
de Alimentos, modalidade leite (PAA/Leite),
assegura aos pequenos produtores o valor de
R$ 0,50 pela venda do litro de leite. Com
essa garantia, combinada à orientações
sobre higiene e formas de embalar o leite,
por exemplo, a comercialização
dobrou, disse a secretária.
Ela conta que ouviu, no
município de Pai Pedro, depoimentos
de produtores quilombolas que vendiam 20 litros
de leite e agora já chegaram a 40 litros.
“O pequeno produtor e a região são
beneficiados com a criação da
cooperativa e esse leite é distribuído
para as comunidades mais carentes através
de parceiros que são da própria
comunidade, da igreja”, acrescentou.
O encontro com as
comunidades tradicionais do norte de Minas
Gerais reúne cerca de 200 pessoas e
termina hoje com uma festa em celebração
ao santo protetor dos quilombolas, São
Sebastião.