16/01/2007
- Rafael Imolene - O senador francês
Claude Saunier afirmou nesta terça-feira,
dia 16, em Brasília, que vai sugerir
ao Parlamento da França o acesso do
Brasil às imagens de alta resolução
do satélite Spot, mecanismo que contribuirá
para um maior controle do desmatamento na
floresta Amazônica. Saunier e outras
autoridades francesas se reuniram no Ministério
do Meio Ambiente com os diretores de Áreas
Protegidas do MMA, Maurício Mercadante,
do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso
Azevedo, e do Programa Nacional de Conservação
de Biodiversidade, Paulo Kageiama. "Mesmo
sem investimento financeiro é possível
colaborar", afirmou Mercadante. "Uma
medida simples, como o acesso do Brasil às
imagens do satélite Spot, vai proporcionar
um controle mais eficaz das atividades na
Amazônia e sua exploração
sustentável", disse o diretor
de Áreas Protegidas.
Os equipamentos da série
Spot (Satélite Para a Observação
da Terra, na sigla em francês) permitem
uma visualização superior à
que o Brasil tem disponível no momento.
Saunier é o encarregado,
no Senado francês, do estudo intitulado
"A Contribuição das Ciências
e Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável",
com foco na conservação e valorização
da biodiversidade. O parlamentar está
percorrendo países em busca de informações
para apresentar um relatório sobre
o tema ao Congresso da França, em outubro.
"Certamente constará do relatório
uma orientação para que o Brasil
tenha acesso ao satélite", afirmou
o senador.
Outro compromisso assumido
por Saunier é o de apoiar, em seu relatório,
a criação de um fundo internacional
de compensação aos países
que reduzirem a emissão de carbono
em índices superiores aos convencionados
pelo Protocolo de Kioto. A medida beneficiaria
o Brasil, pois, quanto maior a redução
do desmatamento, maior a redução
da emissão do carbono. "Não
estamos falando de algo para executar no futuro,
mas sim de um esforço que já
está sendo realizado pelo governo brasileiro,
o da redução sustentável
do desmatamento", afirmou Tasso Azevedo.
Segundo o senador francês,
o desempenho brasileiro será reconhecido
pela opinião pública da Europa,
assim como os europeus "deverão
saber que esse esforço custa caro"
ao país. "A Amazônia e sua
preservação são patrimônios
brasileiros e isso dever ser respeitado",
afirmou Saunier. "Mas como a floresta
participa do equilíbrio do planeta,
a comunidade internacional precisa ser solidária
com o Brasil e contribuir com um fundo para
a redução do desmatamento".
Mapas vão auxiliar
na gestão territorial da Amazônia
17/01/2007 - O Ministério
do Meio Ambiente (MMA) lança nos próximos
dias os mapas produzidos pelo Projeto Macrozoneamento
Ecológico-Econômico da Amazônia
Legal. Sempre acompanhados de textos explicativos,
os mapas temáticos oferecem uma visão
clara da região, fornecendo subsídios
não apenas para aprofundar os conhecimentos
sobre a Amazônia mas para auxiliar na
sua gestão territorial.
São dez mapas em
escala de aproximadamente 1:3.500.000. Nove
foram elaborados por técnicos do IBGE,
por meio de cooperação técnica
com o Consórcio ZEE (Zoneamento Ecológico-Econômico)
Brasil.
Eles apresentam a divisão
política da região, que abrange
59% do território nacional ou 775 municípios,
e revelam dados da expansão da fronteira
agrícola, pecuária, madeireira
e mineral. A estrutura agrária é
outro tema abordado, assim como a diversidade
cultural e a rede urbano-regional da Amazônia.