25-01-2007 - São
Paulo - Relatório do Greenpeace lançado
nesta quinta-feira revela como cortar 50%
das emissões de CO2 até 2050
usando fontes renováveis de energia
Atacar de frente as mudanças
climáticas é o nosso maior desafio
no momento. Felizmente, temos uma boa resposta
ao problema: o relatório [R]evolução
Energética (texto em inglês),
que detalha como cortar emissões globais
de CO2 até 2050 usando tecnologia existente
e ainda assim providenciar energia a um preço
justo e promover crescimento econômico.
Em resumo: uma revolução na
política energética e uma evolução
na forma como usamos a energia.
Precisamos de soluções
imediatas. Com isso em mente, produzimos um
extenso guia de como providenciar energia
para todo mundo sem alimentar as mudanças
climáticas.
Não precisamos congelar
no escuro nem construir usinas nucleares,
muito menos inviabilizar o crescimento econômico.
É perfeitamente possível termos
um cenário energético mundial
seguro e sustentável.
Podemos ter energia confiável
e renovável e usa-lá de forma
mais inteligente para atingir os cortes necessários
de emissões de carbono para prevenir
mudanças climáticas perigosas.
O ideal é que isso seja feito ao mesmo
tempo em que abandonamos a geração
de energia por carvão e nuclear.
Sven Teske, nossso especialista
em energia, teve um papel fundamental na produção
desse relatório: “O cenário
proposto aparece no momento em que o mundo
está gritando por um guia que confronte
o dilema de como providenciar a energia que
precisamos sem alimetar as mudanças
climáticas. As energias renováveis
são competitivas, desde que os governos
eliminem os subsídios para combustíveis
fósseis e nuclear, e introduzam o princípio
do que quem polui, paga. Esperamos que os
políticos acabem com esses subsídios
até 2010”, afirmou Teske.
O relatório também
detalha como grandes países em desenvolvimento
como Índia, China e Brasil podem crescer
usando energia renovável para evitar
os erros cometidos no passado pelos países
desenvolvidos.
A [R]evolução
Energética não é apenas
nossa visão de futuro. Foi elaborado
em conjunto ao Conselho Europeu de Energia
Renovável (EREC, na sigla em inglês)
e com especialistas da Agência Espacial
Alemã e mais de 30 cientistas e engenheiros
de universidades, institutos e indústria
de energia renovável de várias
partes do mundo.
Revolução
em política energética
Está claro que o
atual modelo de negócio para o suprimento
de energia não pode continuar. E quanto
mais demorarmos em mudar o estado das coisas,
mais duras essas mudanças terão
que ser. Nos próximos três anos,
grandes investimentos em energia serão
feitos em diversos países. Temos uma
excelente oportunidade para dizer adeus às
velhas fontes poluidoras de energia e abrir
as portas a um futuro mais eficiente e limpo
em termos energéticos.
Os políticos têm
que agarrar essa oportunidade com as duas
mãos ou serem resposabilizados por
ajudarem as mudanças climáticas
a se transformarem em um perigo inevitável.
E você pode garantir alguma mudança
ao votar em políticos que apóiam
a [r]evolução energética.
Evolução no
uso da energia
Governos e indústrias
precisam mudar a forma como a energia é
produzida. Mas nós, como indivíduos,
também temos que promover mudanças
na forma como a usamos.
Usar inteligentemente a
energia pode dobrar a eficiência energética
até 2050. Com alguns passos simples,
todo mundo pode fazer sua parte.
Revolução
e evolução são forças
contíguas. Ninguém quer estar
do lado errado de uma ou de outra. Mas chegou
o momento de escolher: todos nós somos
parte da [r]evolução ou parte
do problema. E se não formos todos
parte da solução, todos nós
temos um grande problema.
+ Mais
Crescimento sem fermento
nuclear
23-01-2007 - São
Paulo - Usina Angra 3 ficou de fora do Programa
de Aceleração do Crescimento
(PAC) que prevê investimentos de R$
274 bilhões em geração
e transmissão de energia no país.
Pelo menos a princípio,
o governo federal não conta com Angra
3 para fermentar o crescimento brasileiro
nos próximos anos. A usina de 1.350
MW ficou de fora do Plano de Aceleração
do Crescimento (PAC), anunciado nesta segunda-feira
em Brasília. O custo previsto para
se retomar as obras de Angra 3 está
avaliado em mais de R$ 7 bilhões, com
prazo de seis anos para ficar pronta.
Segundo o ministro de Minas
e Energia, Silas Rondeau, a meta do PAC é
concluir todas as usinas já concedidas
além de licitar este ano as usinas
do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira
(RO). No total, o PAC prevê investimentos
de R$ 274,8 bilhões até 2010
no setor energético, R$ 78 bilhões
dos quais para a expansão do sistema.
Angra 3, no entanto, ainda
não está totalmente descartada.
Segundo Rondeau, a discussão sobre
a usina será reiniciada este ano, a
começar pela reunião do próximo
dia 30 de janeiro do Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE),
que poderá decidir pela retomada do
projeto nuclear brasileiro, do qual fazer
parte Angra 3. Se isso acontecer, a usina
poderá ser incluída no PAC.