24-01-2007
- Presidente Bush decepciona em seu discurso
sobre mudanças climáticas, ao
tomar medidas apenas paliativas para reduzir
as emissões americanas de CO2 na atmosfera
Toda a expectativa gerada
em torno do discurso do presidente George
W. Bush sobre mudanças climáticas
resultou numa grande decepção.
Apesar dos constantes sinais
de que o planeta está no limite de
sua capacidade de agüentar o tranco do
aquecimento global e as irrefutáveis
evidências de que os Estados Unidos
são os principais responsáveis
por boa parte das emissões de gases
tóxicos na atmosfera, o presidente
americano se limitou a pedir no discurso desta
terça-feira que o país promova
uma redução no consumo de gasolina
nos próximos 10 anos.
Bush afirmou que os EUA
vão tentar ser mais eficientes no consumo
por meio de novas tecnologias, aumentar suas
reservas estratégicas de petróleo
e dar incentivar o uso de biocombustível
nos veículos que rodam pelo país.
Não à toa
o discurso de Bush – o "State of the
Union", considerado o mais importante
pronunciamento anual dos Estados Unidos -
agradou em cheio à indústria
automobilística, que assim poderá
continuar produzindo carros enormes que consomem
grandes quantidades de combustível
fóssil.
Para os ambientalistas,
no entanto, o discurso de Bush foi um fracasso.
"Cientistas têm
alertado repetidamente que os Estados Unidos
precisam reduzir sua poluição
do ar em 80% até a metade deste século
para evitar boa parte dos perigosos impactos
das mudanças climáticas. Um
número cada vez maior de estados, corporações
e líderes políticos endossam
essa meta. As propostas apresentadas pelo
presidente Bush em nada ajudam para que essa
meta seja atingida. A comunidade internacional
deve abandonar qualquer esperança,
de uma vez por todas, de que o presidente
Bush algum dia realmente enfrente as mudanças
climáticas", afirmou John Passacantando,
diretor executivo do Greenpeace USA.