22-01-2007
– Washington - Fabricantes americanos vão
pressionar madeireiros do Alasca a adotarem
certificação de seus produtos,
para incentivar práticas de extração
sustentável na região.
Quem curte o bom som que
exímios guitarristas tiram de seus
instrumentos provavelmente nem notará
a diferença, mas as antigas florestas
do Alasca sim. Renomados fabricantes de guitarras
como Fender, Gibson, Martin e Taylor se juntaram
ao Greenpeace para promover mudanças
significativas nas práticas de extração
da madeira usada em seus instrumentos musicais.
A Coalisão Música-Madeira
está encorajando madeireiros do Alasca
a adotarem certificação do Conselho
Florestal para promover práticas sustentáveis
que podem garantir a sobrevivência das
antigas florestas da região e a produção
de madeira de alta qualidade, usada na fabricação
das guitarras.
A iniciativa vai estrear
com o abeto-de-sitka, a maior árvore
do Alasca e uma das mais antigas, muito usada
no corpo de guitarras acústicas e pianos,
considerado o coração do instrumento.
Além do Alasca, o Canadá também
tem extensas áreas com esse tipo de
árvore.
De acordo com uma pesquisa
feita pelo Greenpeace sobre o mercado de madeira
da região, os fabricantes de guitarras
usam muito pouco da madeira retirada das antigas
florestas do Alasca. Mas eles acreditam que
juntos podem contribuir para conservar as
madeiras nobres usadas na fabricação
dos instrumentos.
“Madeira retirada sustentavelmente
é fundamental para a viabilidade do
nosso negócio. Se conseguirmos cuidar
de nossos recursos naturais apropriadamente,
poderemos oferecer excelentes guitarras para
os músicos mundo afora por muitas gerações”,
afirmou Matthew Janopaul, presidente da Fender
Musical Instrument Corp.
No Brasil, o Greenpeace
conseguiu a adesão de mais de 30 prefeituras,
além do governo do estado de São
Paulo, ao programa Cidade Amiga da Amazônia,
que promove o consumo responsável da
madeira retirada da floresta amazônica.
Por serem grandes consumidores
de madeiras (em obras públicas, por
exemplo), as administrações
públicas são incentivadas a
adquirem apenas madeira de origem legal e
sustentável.