2
de Fevereiro de 2007 - Érica Santana
- Repórter da Agência Brasil
- Brasilia - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, concede entrevista sobre o relatório
de aquecimento global divulgado pela ONU.
Brasília - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou
de “dramáticas” as informações
sobre as conseqüências do aquecimento
global contidas em estudo das Nações
Unidas divulgado hoje(02), em Paris. Dados
do relatório do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC,
em inglês) apontam que o mundo teria
aumentado em 10% a emissão de gases
poluentes, passando de 23 bilhões de
toneladas ao ano em 11000 para mais de 26
bilhões de toneladas entre os anos
de 2002 e 2005.
“Continua havendo um aquecimento
do planeta e com conseqüências
dramáticas paras os ecossistemas, para
a agricultura e para os países que
tem a sua produção de energia
baseadas em fontes hídricas, como é
o caso do Brasil . Os problemas decorrentes
de tudo isso são ambientais, econômicos,
sociais, afetando principalmente as populações
mais vulneráveis, mais pobres’, disse
a ministra.
De acordo com Marina Silva,
as informações confirmam a idéia
de que desenvolvimento econômico e preservação
ambiental devem estar juntos. Ela lembrou
que no Brasil o desmatamento é a principal
causa do aumento do efeito estufa. Já
nos países desenvolvidos, a queima
de combustíveis fósseis seriam
os principais responsáveis pela emissão
de gases poluentes.
Para a ministra é
fundamental que os países se solidarizem
e adotem outras fontes de energia.Caso isso
não aconteça, ela acredita que
será impossível reverter o quadro
atual. “É uma situação
grave e cada país deve fazer esforços,
de governo, de empresas, da comunidade cientifica
e o esforço mesmo das pessoas. Cada
pessoa vai ter que estar imbuída desse
propósito de fazer com que a gente
consiga preservar as condições
que favorecem a permanência da vida
na Terra”.
A ministra lembrou que nos
últimos dois anos o Brasil reduziu
o desmatamento em 52% e, com isso, evitou
a liberação na atmosfera de
128 milhões de toneladas de gás
carbônico, principal responsável
pelo efeito estufa.
Países em
desenvolvimento não devem repetir erros
de ricos, diz ministra
2 de Fevereiro de 2007 -
Érica Santana - Repórter da
Agência Brasil - Brasilia - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, concede entrevista
sobre o relatório de aquecimento global
divulgado pela ONU.
Brasília - Os países
em desenvolvimento devem buscar outras fontes
de energia para ajudar a reduzir os impactos
do aquecimento global. A avaliação
é da ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, que comentou os dados divulgados hoje
(2), em Paris, no relatório do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas.
De acordo com Marina Silva,
“os países desenvolvidos têm
dificuldade em mudar sua matriz elétrica,
mas para os países em desenvolvimento
é igualmente difícil mudar o
modelo de desenvolvimento”. Para ela, essa
é uma das principais dificuldades que
os países pobres encontram ao tentar
buscar fontes de energias alternativas.
"O grande desafio para
nós, no caso dos países em desenvolvimento,
é fazer essa mudança de modelo,
para que não tenhamos que repetir os
erros dos países desenvolvidos, que
hoje têm uma matriz energética
baseada em energia de combustíveis
fósseis”, explicou a ministra.
A queima de combustíveis
fósseis é uma das principais
causas do aumento do efeito estufa. A ministra
lembra que o Brasil é uma exceção
quando comparado aos demais países
em desenvolvimento.
Segundo ela, 41% da matriz
energética do país é
renovável. Além disso, ela cita
que o Brasil tem optado por explorar outros
potenciais, como energia eólica, solar,
e a geração dos biocombustíveis.
“Tudo isso são ações
que têm dado uma grande contribuição
em relação a essa agenda”, disse.
De acordo com Marina Silva,
a grande contribuição brasileira
para a redução do aquecimento
global “é continuar diminuindo o desmatamento”.
Ela destaca, no entanto, que o Brasil ainda
precisa fazer mais. “O que nós precisamos
é, cada vez mais, aprofundar esses
esforços que o Brasil está fazendo.
Nós temos um potencial muito grande
para a questão da exploração
sustentável de florestas. O Brasil
plantou nos últimos quatro anos 600
mil hectares de floresta, isso representa
o plantio de mais de 1 bilhão de árvores.”