02
Feb 2007 - O Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas (IPCC) confirmou
hoje que há 90% de certeza de que o
homem é o responsável pelas
mudanças do clima no planeta. O relatório
estima que as temperaturas devem aumentar
entre 1,8 e 4,0 graus ainda neste século.
Para garantir a qualidade de vida atual, é
preciso que o aumento da temperatura média
do planeta não ultrapasse 2º C
em relação aos níveis
pré-industriais, na metade do século
XIX. Por isso, é fundamental que todos
tomem consciência do problema e façam
sua parte!
De acordo com o estudo Planeta
Vivo, feito pela rede WWF, a média
anual per capita de emissão de CO2
para cada brasileiro é de 1,8 tonelada
do gás, caso as emissões provocadas
pelo desmatamento de nossas florestas forem
desconsideradas. Entretanto, quando o desmatamento
é incluído nesse cálculo
o Brasil passa a ser o quarto maior poluidor
do planeta. Os gases das queimadas oriundas
do desmatamento são responsáveis
por 75% de todas as emissões nacionais.
“Mas não podemos
deixar de lembrar que cada um precisa fazer
sua parte para combater o aumento de temperatura
do planeta”, recomenda Denise Hamú,
secretária-geral do WWF-Brasil. Dentro
de uma série de atitudes que as pessoas
podem tomar para reduzir sua responsabilidade
nas mudanças climáticas, estão
a compra de eletrodomésticos que consomem
menos energia, adoção de aquecimento
solar de água ou ainda plantar pelo
menos três árvores por ano.
Segundo o relatório
do IPCC, os efeitos das mudanças climáticas
já estão sendo sentidos no mundo.
O documento afirma que houve um aumento significativo
das chuvas no Brasil e outras partes da América
do Sul. Secas mais longas e mais intensas
foram observadas em grandes áreas,
particularmente na região dos trópicos.
Sobre as previsões, há confirmação
da probabilidade de os eventos climáticos
extremos como ondas de calor, secas e furacões
se tornarem cada vez mais freqüentes.
Outra previsão é o derretimento
do Pólo Norte até 2100. Isso
implicaria em um aumento de 59 centímetros
no nível dos oceanos.
A próxima conferência
do clima das Nações Unidas será
em Bali, em dezembro deste ano. “Com estes
novos dados, se torna imprescindível
que os governos cheguem a logo um acordo sobre
a próxima fase do Protocolo de Quioto,
pós-2012.”, afirma Karen Suassuna,
técnica em Mudanças Climáticas
do WWF-Brasil. Mas, antes disso, a sociedade
brasileira deve discutir qual será
a contribuição nacional para
o próximo período de compromisso.
“É preciso investir em energias renováveis
não convencionais e eficiência
energética e estabelecer metas claras
para a redução do desmatamento”,
completa. A contribuição dos
países desenvolvidos também
deve aumentar. É necessário
que todos reduzam suas emissões em
30% até 2020.
O IPCC é vinculado
às Nações Unidas e foi
criado em 1988 com o objetivo de avaliar as
informações científicas,
técnicas e socioeconômicas relevantes
para a compreensão da mudança
do clima, seus impactos e as opções
para mitigação e adaptação.
A cada cinco anos, o IPCC lança um
relatório baseado na revisão
de pesquisas de mais de 2500 cientistas de
todo o mundo.
O Painel tem três
grupos de trabalho:
• O grupo de trabalho I avalia os aspectos
científicos do sistema do clima e da
mudança do clima.
• O grupo de trabalho II avalia a vulnerabilidade
socioeconômica e dos sistemas naturais
em conseqüências da mudança
do clima e as opções para se
adaptar.
• O grupo de trabalho III avalia opções
para limitar emissões de gás
da estufa e outras maneiras de acabar com
a mudança do clima.