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REGRA PARA EXPLORAR MATA EM RONDÔNIA É IGNORADA, ACUSA CONSELHEIRA DO CONAMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2007

3 de Fevereiro de 2007 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Mais de um quarto do território de Rondônia já foi desmatado, o que coloca o estado em primeiro lugar na Amazônia Legal. De acordo com a conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, isso ocorre porque o zoneamento econômico-ecológico definido para a região no ano passado não é cumprido.

“É o primeiro zoneamento feito em um estado brasileiro, o primeiro que passa pelo Conama. Porém, até o momento não vimos o cumprimento. Os governos estadual e federal não cumprem a lei”, afirma ela.

Rondônia foi o primeiro estado a ter aprovado o zoneamento, um instrumento legal que define as áreas apropriadas para agricultura e criação de animais, por exemplo, e quais devem ser preservadas.

Apesar disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no final de janeiro mostram que o percentual de desmatamento é o maior da região: 28,5%.

A floresta é derrubada em Rondônia principalmente para abrir pastos e para a retirada de madeira, de acordo com Ivaneide Cardoso. “Não se planta árvores, não se incentiva o pequeno agricultor, não há alternativa econômica para os indígenas, então é uma bola de neve que vai crescendo por falta de planejamento e de os governos terem programas para desenvolver o estado que respeitem a questão ambiental e sejam sustentáveis”.

Os estudos para o zoneamento na região começaram na década de 80. O documento final foi elaborado com a participação da sociedade civil, por meio de audiências públicas e seminários. Além de definir as regiões de expansão econômica, ocupação territorial e as áreas protegidas ou de uso sustentável, prevê que em determinadas áreas a reserva legal de floresta seja de 50%, conforme determinava o Código Florestal até 1996.

Após essa data, o código foi alterado e a exigência da reserva de floresta legal passou a ser de 80%. A lei mais recente prevalece para quem ainda não desmatou, mas não para a recomposição de área já desmatada.

Ontem (2), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) com previsões alarmantes para o planeta por causa do aquecimento global, provocado pelo desmatamento e uso de combustíveis fósseis como o carvão, entre outras razões.

Crescimento populacional não será problema para Rondônia, diz secretário

3 de Fevereiro de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Além de ver vantagem no desmatamento recorde em Rondônia, o secretário estadual de Desenvolvimento Ambiental, Augustinho Pastore, não se assusta com o crescimento populacional previsto em conseqüência da construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira.

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do estado deve crescer 9,1% entre 2005 e 2008, perdendo na região apenas para o Acre (10,5%).

“Não vejo nisso um problema. O ZEE (zoneamentos ecológico-econômicos) já definiu as reservas florestais, as áreas a serem recuperadas e as apropriadas para plantio. O governo vai investir em tecnologia nas propriedades para receber os migrantes, aumentando a produção e melhorando a qualidade de vida. Temos 70% de floresta intacta, e dá para trabalhar bem os 30% desmatados com o aumento da produtividade”, conclui o secretário.

A área desmatada de Rondônia, na verdade, corresponde a 28,5% do território, conforme demonstra estudo do IBGE.

A Amazônia Legal, que compreende Rondônia, tem uma extensão de aproximadamente 5 milhões de quilômetros quadrados, 59% do território brasileiro. A área desmatada acumulada, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é superior a 660 mil quilômetros quadrados – aproximadamente 13%. No entanto, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirma que o desmatamento tem diminuído e já se conseguiu a redução de 52% nos últimos anos.

O ZEE, em Rondônia, permitirá o controle sobre as atividades econômicas nas regiões do estado. A pesquisa indica as vocações de cada área, seja mineradora, extrativista, agrícola ou de conservação. Desta forma, torna-se possível realizar planejamentos de uso ou de recuperação do solo, além de reflorestamentos, manejos florestais etc.

A conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, acusa o governo de não cumprir o que está previsto no zoneamento econômico-ecológico.

Secretário aponta "vantagem" do desmatamento recorde em Rondônia

3 de Fevereiro de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O mapeamento da Amazônia, divulgado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, revelou que Rondônia tem mais de um quarto de seu território (28,5%) desmatado, o maior percentual da região. O secretário de Desenvolvimento Ambiental, Augustinho Pastore, no entanto, diz confiar no projeto de reflorestamento promovido a partir do estudo dos zoneamentos ecológico-econômicos. E aponta o que considera o lado bom do desmatamento.

“A grande vantagem desse desmatamento de 28% é que em um hectare de floresta nativa, você tira em média 30 metros de madeira. Já numa área reflorestada, você pode tirar até 300 metros. Essa é a grande vantagem de reflorestar”, completa.

A explicação para esse desmatamento todo, de acordo com o secretário, remonta aos anos 70, quando o governo incentivou a entrada de colonos, com o objetivo de ocupar a terra. A derrubada da mata era considerada bem-feitoria e permitia ao migrante receber documento de posse.

De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Ambiental, o estado tem 110 mil propriedades rurais, 80% delas com energia elétrica, e 12 milhões de cabeças de gado. “Temos 28% de área desmatada, mas não é à toa que Rondônia é o estado mais desenvolvido da Amazônia”, sublinha Pastore, lembrando que o agronegócio é a principal fonte de divisas do governo.

O secretário aponta que em dez anos Rondônia vai ter mais mata do que atualmente. “Dentro de uma década, vamos ter menos área desmatada do que hoje, porque estamos trabalhando num grande projeto de reflorestamento. Assim, vamos incentivar o emprego e a renda”.

Os zoneamentos começaram a ser feitos em 1997 e Rondônia foi o primeiro estado, dos nove integrantes da Amazônia Legal, a finalizar o estudo, seguido pelo Acre. Eles permitem o uso sustentável dos recursos naturais e do aproveitamento das potencialidades sociais e econômicas de cada estado, como o reflorestamento comercial.

É nesse reflorestamento, prometido para daqui a dez anos, que o secretário deposita sua confiança, em parceria com as madeireiras. “O setor madeireiro é um segmento importante para a economia do estado, e o principal interessado nesse reflorestamento”, comenta Pastore.

Segundo ele, as empresas estão preparando os viveiros de mudas, com o governo dando assistência técnica. “Em cada metro de madeira consumida, terá que ser plantado o equivalente”.

A conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira Cardoso, acusa o governo de não cumprir o que está previsto no zoneamento econômico-ecológico.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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