5
de Fevereiro de 2007 - Marli Moreira - Repórter
da Agência Brasil - São Paulo
- O ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Luiz Carlos Guedes, afirmou
hoje (5) que o Brasil tem condições
de triplicar a sua produção
agrícola sem sequer derrubar uma única
árvore. “Nos temos, inclusive, tecnologia
para recuperar áreas degradadas”, disse
após participar de um encontro com
executivos do agronegócio da Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp).
A declaração
foi dada em reação às
críticas que, segundo ele, têm
sido feitas no exterior, em que se atribui
“o sucesso da agricultura” às ações
destruidoras do meio ambiente. “Essa afirmação
não tem fundamento”, rebateu.
Em um estudo do ministério
sobre a devastação no mundo,
conforme citou, o Brasil aparece em posição
melhor situada na preservação
da natureza em comparação à
outras nações. “O país
tem 69% de suas florestas originais, enquanto
a Europa tem apenas 0,3%, a Ásia, 6%
e América Central, 10%, destacou.
No ano passado, segundo
o ministro, pela primeira vez na história,
os recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) ultrapassaram
a R$ 1 bilhão. “Precisamos de mais
recursos, mas nos últimos anos a Embrapa
recuperou o seu orçamento”, disse.
Esse investimento em pesquisa,
conforme analisou, tem permitido o avanço
da produtividade agrícola brasileiro.
O ministro informou que existem propostas
de participação de recursos
financeiros do setor privado na Embrapa, mas
em razão da rigidez da legislação
há impedimentos.
Guedes fez questão
de destacar que, nos últimos 4 anos,
ocorreram várias ações
de valorização da equipe técnica
no setor agrícola e defendeu a continuidade
desse processo, bem como a interlocução
com a sociedade durante esse segundo mandato
do presidente Lula.
Questionado se estaria demissionário
do cargo, ele argumentou que qualquer mudança
no mistério será definida pelo
presidente.
O ministro informou ainda
o Brasil está enviando hoje(5) uma
missão técnica para ajudar o
governo boliviano no controle de focos de
febre aftosa.
Brasil pode ampliar
produção de etanol sem prejudicar
o meio ambiente, defende secretário
da Embrapa
7 de Fevereiro de 2007 -
Alex Rodrigues - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Segundo maior produtor
mundial de etanol, atrás apenas dos
Estados Unidos, o Brasil tem a oportunidade
de liderar o processo de adoção
de novas fontes energéticas que substituam
o petróleo. A opinião é
do chefe da Secretaria de Gestão e
Estratégia da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Evandro
Mantovani.
O Brasil, segundo ele, é
destaque na substituição de
combustíveis fósseis, como o
gás e o petróleo, por alternativas
renováveis e não poluentes,
como o etanol e o biodiesel. Em 2006, o país
produziu 16 bilhões de litros de etanol,
um bilhão a menos que os Estados Unidos,
que utilizam principalmente o milho – no Brasil,
é a cana-de-açúcar.
“Existem outros produtos
que o Brasil já utilizou, como a mandioca
e a batata, mas a cana-de-açúcar
é nosso produto de maior competitividade”,
acrescentou.
Mantovani defende que aumentar
o volume de etanol produzido hoje não
significa necessariamente expandir as áreas
ocupadas por plantações de cana.
“É possível utilizar áreas
degradadas por pastagens e recuperá-las
plantando cana”. Segundo ele, há cerca
de 40 milhões de hectares disponíveis
para esse fim.
Os produtores, garante,
ainda podem obter mais etanol antes de ampliar
suas plantações. “Podemos ter
avanços de produtividade por hectare
plantado. Hoje, o que está em jogo
é que para ter competitividade é
preciso ter tecnologia. Nós temos tecnologia
e, no momento, somos competitivos. Então,
devemos aproveitar os processos que permitem
explorar a produção agrícola
de forma sustentável”.
Pesquisador da Embrapa
defende consumo consciente para preservar
meio ambiente
5 de Fevereiro de 2007 -
Priscilla Mazenotti - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O consumidor deve
parar de comprar produtos que causam prejuízo
ao meio ambiente, defende o pesquisador da
Embrapa-Informática Agropecuária,
Fábio Marin.
“A população
precisa se conscientizar de que, muitas vezes,
a preservação ambiental custa
dinheiro e precisamos investir um pouquinho.
Comprar um alimento produzido sem agrotóxico,
por exemplo, sempre vai custar um pouco mais,
mas isso vai ter um ganho ambiental muito
grande. Utilizar madeira certificada apenas,
o consumidor vai pagar um pouco mais por isso,
mas vai garantir que essa madeira não
virá de desmatamento da Amazônia”,
explicou.
Essa é uma forma
de a população incentivar o
mercado de desenvolvimento limpo, como o pesquisador
explicou. Esse desenvolvimento é uma
forma de incentivo às indústrias
que trocam uma tecnologia mais “suja” por
outra mais “limpa”. “Trocar uma que emite
muito CO2 por outra que é capaz de
produzir a mesma coisa emitindo menos”, disse.
Outra forma de incentivar
uma forma de desenvolvimento limpo é
apostar em indústrias que adotam o
“seqüestro de carbono”, ou seja, que
se comprometem a preservar florestas e a plantar
árvores que ajudam a limpar o ar, já
que o CO2 é absorvido pelas árvores
em fase de crescimento.
Por meio da fotossíntese,
elas absorvem o CO2 e liberam oxigênio,
ajudando a limpar a atmosfera. “A palavra
chave para entender isso é a fotossíntese.
A fotossíntese é a nossa grande
aliada nessa luta para preservar o ambiente”,
explicou o pesquisador.